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Juventude celebra vaga na Série A após enchentes e folha salarial reduzida

Caxias do Sul (RS)

05/12/2024 16h05

A direção do Juventude não escondeu o alívio após o time gaúcho assegurar sua permanência na primeira divisão do futebol brasileiro. A vaga na Série A de 2025 foi garantida com a vitória conquistada sobre o São Paulo, por 2 a 1, na noite de quarta-feira, no MorumBis. A confirmação da presença no Brasileirão foi celebrada principalmente em razão das dificuldades superadas pelo clube gaúcho na temporada.

O time de Caxias do Sul sofreu diversos problemas de logística causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul entre os meses de abril e maio deste ano. Além disso, o clube detém uma das folhas salariais mais reduzidas de toda a Série A do Campeonato Brasileiro.

"É uma sensação de dever cumprido, pois mesmo com todas as dificuldades que tivemos este ano, inclusive com a logística de viagens em razão das enchentes no Rio Grande do Sul, conseguimos ir além das nossas metas nas competições disputadas. Nunca escondemos que a permanência na Série A era uma delas, e só tenho a agradecer a toda nossa comunidade, elenco, comissão técnica, diretoria, funcionários e colaboradores, que foram fundamentais para encerrarmos o ano com alegria", festejou o presidente Fabio Pizzamiglio.

As enchentes no primeiro semestre afetaram diretamente o deslocamento do Juventude pelo País. Em condições normais, o clube gaúcho usa o aeroporto da própria cidade, a pouco menos de cinco quilômetros do estádio Alfredo Jaconi. Porém, conta com uma frota escassa de voos, não apenas para grandes capitais, como também para o próprio terminal internacional da capital gaúcha. E o Aeroporto Salgado Filho ficou por meses fechado em razão da reconstrução pós-enchentes.

"Foram problemas que não conseguimos controlar. Chegamos a ficar 16 horas em rota para jogos contra Palmeiras e Red Bull Bragantino, em São Paulo", relembra Pizzamiglio. Para minimizar esses efeitos, por exemplo, a delegação chegou a ficar 10 dias longe de casa ao visitar o Fortaleza, no Ceará, e o Bahia, em Salvador, durante o 1o turno da competição.

"Essas viagens também causaram impacto psicológico nos atletas, que ficam longe dos familiares e do centro de treinamento, mas entendemos que era necessário para chegarmos em condições físicas próximas dos adversários", comentou o presidente do clube.

O impacto econômico atingiu um dos clubes de menor folha salarial da primeira divisão. São R$ 2,5 milhões por mês. "O planejamento que iniciamos nos primeiros meses de 2024 foram muito bem estabelecidos e cumpridos pela direção de futebol como um todo. Volto a repetir que ter chegado à final do Estadual este ano não foi uma surpresa, pelo contrário, teve planejamento", afirmou Pizzamiglio.

Nos gastos com reforços, a equipe de Caxias do Sul foi econômica. Foram apenas R$ 900 mil. "Trabalhamos com responsabilidade financeira, essa sempre foi uma premissa da gestão, e nos últimos anos procuramos equilibrar o clube na parte financeira. Quando alcançamos esse equilíbrio, também conseguimos ser competitivos na parte técnica. Temos que, de alguma forma, diminuir a distância quando falamos de orçamento para as principais equipes da elite. A busca por novas receitas também é constante", contou o dirigente.

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