CBF pede que PM libere torcidas em Cruzeiro x Palmeiras, mas há impasse
A CBF tenta uma mudança de cenário de última hora para ter público no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, pela 37ª rodada do Brasileirão, nesta quarta-feira (3), às 21h30, no Mineirão.
O que aconteceu
A entidade enviou ofício à Polícia Militar de Minas Gerais e ao Ministério Público para que haja uma reconsideração na posição de vetar a torcida do Palmeiras.
É uma mudança de postura inicial na própria CBF, que, diante do cenário de falta de segurança descrito pelas autoridades mineiras, chegou a confirmar a realização do jogo com portões fechados.
Após movimento inicial do Cruzeiro, a PM disse que não garantiria segurança para receber torcedores do Palmeiras. A CBF rejeitou a hipótese de torcida única. Então, disse que a partida deveria acontecer com arquibancadas vazias.
"A CBF solicita a reavaliação de sua manifestação anteriormente emitida. Caso a PMMG reconsidere a recomendação, a CBF poderá igualmente rever seu posicionamento e admitir a presença de público na partida entre Cruzeiro e Palmeiras, abrangendo as duas torcidas, não, porém, torcida única, em respeito aos princípios da isonomia e equilíbrio técnico já referidos", disse a entidade em ofício enviado nesta terça-feira, como informou inicialmente a ESPN.
Pessimismo e impasse
A questão não é simples. E até mesmo dirigentes mineiros estão pessimistas, segundo o UOL apurou.
A PM, no momento, não quer voltar atrás. Por ora, não há avanço nesse convencimento de que é possível receber as duas torcidas.
O MP, por sua vez, deixa a responsabilidade nas mãos da Polícia Militar. Assim, o impasse prossegue.
O ponto que chama a atenção foi que quem deu o pontapé inicial no debate sobre segurança do jogo foi o Cruzeiro.
E a decisão da PM, até agora, era inédita de alegar que não conseguiria receber as duas torcidas. Até por isso há a visão de que não será simples convencer a PM do contrário, a essa altura do campeonato.
A CBF não tem poder de determinar um jogo com as duas torcidas, contrariando os órgãos de segurança.
"A CBF esclarece que sua decisão de que a partida seja realizada sem a presença de público acabou influenciada pelo panorama apresentado pelo MPMG e pela PMMG, que revelava risco à segurança de todo e qualquer torcedor, independente de agremiação, e até mesmo de qualquer cidadão no dia da referida partida, o que não seria solucionado com a simples adoção de torcida única", pontuou a CBF, no documento assinado pelo diretor de competições, Julio Avellar.
Os envolvidos no debate agora aguardam para ver se a PM mineira vai se manifestar nas próximas horas, a tempo não só de organizar um jogo desse porte com aparato de segurança, mas também a ponto de viabilizar a vinda e viagem dos torcedores palmeirenses.