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Abel parabeniza 'cascudo' Botafogo, cutuca Wilton e 'congela' sobre Textor

do UOL

Do UOL, em São Paulo

27/11/2024 01h06

O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, parabenizou o Botafogo pela vitória no Allianz Parque, cutucou a arbitragem de Wilton Pereira Sampaio e "congelou" por 12 segundos ao ser questionado sobre uma possível pressão de John Textor, dono da SAF do time carioca.

O que ele falou?

Abel admitiu que o adversário foi melhor no "contexto do jogo", classificando o time carioca como "cascudo" e "maduro". Ele exemplificou seu pensamento ao falar sobre a pressão feita pelos botafoguenses na expulsão de Marcos Rocha.

A arbitragem de Wilton Pereira Sampaio não passou ilesa. O técnico do Palmeiras ressaltou os dois escanteios que geraram o primeiro gol da partida e relembrou uma suposta agressão de Luiz Henrique a Rony.

O português ainda "congelou" ao ser questionado sobre John Textor. Em relação à uma possível "pressão" por parte do clube carioca, ele respirou e olhou para baixo durante 12 segundos antes de se esquivar sobre o tema — usando, no entanto, o termo "telhado de vidro".

Veja falas de Abel

Placar justo? "No final, o adversário acabou por ter muito mérito no que foi a vitória em comparação com o Palmeiras. Os primeiros 15 a 20 minutos foram completamente nossos: tivemos uma bola do Gómez de cabeça igual ao do terceiro gol deles, uma na trave do Rony, outra finalização do Rony na cara do gol, uma cabeçada do Marcos Rocha... e o adversário foi feliz. A prova é que nenhum dos escanteios é escanteio [no 1° gol], e o próprio Gregore reconhece que estava onde não era para estar. No 2° tempo, entramos com intenção para ser mais contundentes, e depois da expulsão fica tudo mais difícil."

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante jogo contra o Botafogo - Ettore Chiereguini/AGIF - Ettore Chiereguini/AGIF
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante jogo contra o Botafogo
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Um pouco de elogio, um pouco de crítica. "O Botafogo é uma equipe experiente, cascuda e madura. Viram a pressão para que o Marcos Rocha fosse expulso? E vocês viram o cotovelo no Rony? Por que não foi igual? Por que o VAR, já que expulsou o Marcos Rocha, não fez igual quando o Rony levou um cotovelo na cara? Estamos falando de maturidade. Tivemos nossas oportunidades, e o futebol é isso: quando você tem e não faz... na primeira vez, o adversário fez — com dois erros do árbitro. O primeiro escanteio não é escanteio, e o segundo também não. O resto é história de jogo. Depois da expulsão, o adversário foi melhor. O 2° gol não podemos sofrer como sofremos, independente de estarmos com menos um. Não há muita coisa a dizer, nosso adversário no total do jogo foi melhor e mais competente."

Dificuldade contra times pesados. "Estamos batendo de frente com eles, estamos lutando. Já há algum campeão? Está decidido? Não entendi sua pergunta. Houve muitas alterações na nossa equipe desde que cheguei, não são os mesmos jogadores. Há quanto tempo você acompanha o Palmeiras. 15 anos? Então você deve saber qual a melhor fase do Palmeiras. Ninguém vai ganhar sempre. A equipe do Guardiola é ruim porque perdeu jogos seguidos? É futebol, às vezes ganha e às vezes perde."

Pós-silêncio de 12 segundos sobre Textor. "Quem tem telhado de vidro... mas não vou falar por aí. O adversário foi melhor, não quero entrar por aí. O Botafogo, hoje, foi melhor, mais eficaz e mais feliz. Eles aproveitaram o contexto de jogo. Se o Botafogo for campeão, darei os parabéns. O futebol é assim, não vamos ganhar sempre. Sei que muito estavam à espera que o Palmeiras perdesse — e vai perder porque não é sempre que ganha. Não acredito que eles vão abrir mão disto. Isso é um tema para vocês verem: é sempre curioso que seja este árbitro em determinados jogos. Por que este árbitro? Não tem outros árbitros? É sempre este árbitro. Não estou dizendo se ele esteve bem ou mal. O primeiro escanteio não era, o segundo não era. Me cansei de dizer ao bandeirinha: 'estava com olho muito aberto, mas não viu, o último a tocar foi o jogador do Botafogo'."

Eficácia. "Não somos tão bons na eficácia, mas temos um dos melhores ataque. Imagina se fôssemos eficazes. É uma crítica que entendo e meus jogadores entendem. Temos uma das mais baixas eficácias, é factual, mas somos os melhores ataques. Para que estes números apareçam, é preciso fazer a bola chegar. É continuar trabalhando dentro do que fazemos, somos a melhor equipe no ataque. Se calhar, temos que melhorar defensivamente, na forma como sofremos o 1° gol, como sofremos o 2° — de costas para a bola em um tiro de meta. Mas o campeonato não acabou. O Inter pode ser campeão, o Palmeiras pode ser campeão, o Fortaleza pode ser campeão... mas a vantagem está com o Botafogo."

Flaco López se lamenta durante jogo entre Palmeiras e Botafogo pelo Brasileirão - Ettore Chiereguini/AGIF - Ettore Chiereguini/AGIF
Flaco López se lamenta durante jogo entre Palmeiras e Botafogo pelo Brasileirão
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Substituições. "O Estêvão pediu para sair, estava com cãibras. A substituição era para entrar Vanderlan e sair o Caio Paulista, mas o jogador pediu a substituição. Escolhi o Rony porque entendi que precisávamos, em função dos zagueiros que eles têm, de um centroavante mais móvel. O Rony chutou uma na trave e falhou uma na cara do gol. Quando tirei o Rony, coloquei o Flaco, e ele teve oportunidade, mas decidiu dar de cobertura e não conseguiu. O Vitor Reis [titular no lugar de Murilo] tem estado muito bem, hoje também foi impecável. Apesar de ser jovem, parece que tem 30 anos. Ainda bem que ele está conosco. Foi uma decisão minha."

Gritos de "burro". "Houve uma pequena parte da torcida muito bem identificada, mas você viu o que a torcida toda fez. Isso demonstra o carinho que a torcida tem por nós. São muitos títulos juntos. Fica a sensação de que o Palmeiras sempre ganhou, e no futebol brasileiro isso é muito difícil. É histórico, há bons treinadores, dirigentes e jogadores do outro lado."

Fim do campeonato. "Há um time que realmente tem tudo para ser campeão, que é o Botafogo. Há quatro anos, ele investiu para isso. Quando cheguei no Brasil, o Botafogo estava na 2ª divisão. Depois de quatro anos, estão na final da Libertadores e disputando ponto a ponto conosco. Ainda não há um vencedor e vamos lutar até o fim. Acho que o Botafogo tem tudo nas mãos para ser campeão."

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