Clube de Textor na França fica proibido de contratar e pode ser rebaixado
O Lyon, da França, está proibido de fazer contratações na próxima janela de transferência e pode ser rebaixado à segunda divisão do Campeonato Francês caso não consiga melhorar a atual situação financeira. O clube é gerido por John Textor, que também é dono do Botafogo.
O que aconteceu
A decisão sobre a situação do Lyon foi anunciada nesta sexta-feira. Ela foi tomada pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga de Futebol Profissional da França (LFP).
Textor teve uma reunião com membros do órgão regulador do futebol francês. Ao deixar o encontro, ele havia demonstrado confiança quanto à aprovação dos números do clube.
A reunião correu bem. Estou confiante em nossos números. Nunca poderei ter certeza de como um regulador vê essas coisas. Acredito que a DNCG é independente de algumas das pressões que você vê, mas temos muitos inimigos, você sabe, na diretoria da Liga, um grande clube do Qatar [PSG]... Não temos problemas de continuidade operacional e viabilidade financeira Textor, segundo o jornal francês L'Équipe
De acordo com o "L'Équipe", os argumentos de Textor, porém, não foram convincentes ao órgão. Assim, o Lyon recebeu a punição e está proibido de realizar novas contratações e terá de ter maior controle sobre a folha de pagamento. Há possibilidade de ser rebaixado ao final da atual temporada se o seu cenário econômico se mantiver.
O empresário norte-americano tentou tranquilizar a torcida do Lyon. Ele citou o Botafogo ao falar sobre a recuperação do clube. "Compramos um clube que estava quase falido na segunda divisão no Brasil e, dois anos depois, estamos no topo da tabela restando cinco jogos [para o Brasileiro], e estamos na final da Libertadores. Então, confiem em mim. Eu disse que não seríamos [Lyon] rebaixados no ano passado. E não só não fomos rebaixados, mas Deus nos sorriu e nós chegamos à Liga Europa também".
Rodrigo Mattos, colunista do UOL, publicou sobre os problemas financeiros que a Eagle Football vem enfrentando. No final de outubro, o Eagle anunciou um plano de recapitalização para obter US$ 1,1 bilhão (R$ 6,4 bilhões). Como tradução, o objetivo é levantar dinheiro para reestruturar a empresa, seus débitos, e tentar alavancar mais investimentos.
No caso do Lyon, para sanar o caso, no relatório financeiro, o clube aponta as seguintes soluções: venda de 75 milhões de euros (R$ 460 milhões) em jogadores e participações do grupo Eagle. Isso significa que outros clubes do grupo teriam de ajudar na venda, e aí entra o Botafogo, pois teria de gerar receita com transações de atletas. Ressalte-se que há uma grande interação de jogadores e movimentação financeira entre os clubes do Eagle.
Além disso, seriam usados 140 milhões de euros (R$ 858 milhões) do plano de recapitalização, venda do Crystal Palace e levantamento do IPO. Mais, o Lyon ainda promete vender mais jogadores no meio de 2025. Ou seja, o clube precisa negociar muitos atletas