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Manipulação: defesa de Bruno Henrique se apoia no STJD e pede arquivamento

Bruno Henrique durante final da Copa do Brasil entre Atlético-MG e Flamengo - Fernando Moreno/AGIF
Bruno Henrique durante final da Copa do Brasil entre Atlético-MG e Flamengo Imagem: Fernando Moreno/AGIF
do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/11/2024 12h32

A defesa do atacante Bruno Henrique se pronunciou pela primeira vez sobre o caso de suspeita de manipulação de resultados. Eles pedem arquivamento e se apoiam no STJD. O jogador é investigado pela Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra ele e outros suspeitos na última semana.

O que aconteceu

A defesa reforça "o caráter íntegro" do jogador, "que tem uma carreira vitoriosa moldada por ética e correção". O advogado afirma que entrou com m pedido de arquivamento no último sábado e a imediata devolução dos bens apreendidos.

A nota ressalta a investigação arquivada no STJD. Na ocasião, a entidade apontou que o alerta não indicou inicialmente "nenhum indício de proveito econômico do atleta" diante da suspeita de manipulação na partida contra o Santos, pelo Brasileirão de 2023. O eventual lucro com a ação do jogador foi classificado pela corte como "ínfimo" e isso colaborou para a decisão de arquivamento naquele momento. No entanto, ficou aberta a possibilidade de transformar Bruno Henrique em alvo novamente caso investigações de outras esferas tragam mais elementos. Não havia citação a parentes do atleta no alerta enviado ao STJD.

O tribunal também destacou à época de sua investigação a inverossimilhança da tese de manipulação, uma vez que o referido atleta teria esperado até os 52 minutos do segundo tempo para receber um cartão amarelo supostamente premeditado, correndo o risco de ser substituído ao decorrer da partida. Nota oficial

A defesa também pediu análise das informações fornecidas pelas casas de aposta. A nota diz que "nem a Polícia Federal nem o Ministério Público procuraram aferir se o método técnico-científico para a produção e extração dos dados que baseiam a denúncia foi devidamente observado."

Por fim, vê danos irreparáveis à imagem de Bruno Henrique. Mais de 50 policiais federais e 6 membros do GAECO/DF cumpriram 12 mandados de busca e apreensão. Um dos alvos foi Bruno Henrique, acordado pelos agentes da Polícia Federal na última terça-feira. Os outros alvos são pessoas próximas do jogador, como parentes. Os policiais também estiveram nas instalações do Flamengo.

Investigação começou a partir de comunicação realizada pela CBF. "De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro", informa a PF, em nota.

No decorrer da investigação, os dados obtidos junto às casas de apostas, por intermédio dos representantes legais indicados pela Secretaria de Prêmios de Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF), apontaram que as apostas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração. "Trata-se, em tese, de crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão", diz o MPRJ.

Veja a nota na íntegra

"Após análise de documentos que baseiam a operação da Polícia Federal e do Ministério Público contra o atleta Bruno Henrique, do Flamengo, por suposta manipulação em partida válida contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023, a defesa do atacante vem a público reforçar o caráter íntegro de seu cliente, que tem uma carreira vitoriosa moldada por ética e correção. Protocolizamos no último sábado na Justiça pedido de arquivamento da investigação e a imediata devolução de seus bens apreendidos em operação na última terça-feira.

É de se ressaltar que este caso já foi investigado e arquivado no STJD, por não encontrar indícios de manipulação por parte do referido atleta. O tribunal entendeu que o lance em questão, no qual foi aplicado o cartão amarelo a Bruno Henrique, nem sequer era passível de falta.

O tribunal também destacou à época de sua investigação a inverossimilhança da tese de manipulação, uma vez que o referido atleta teria esperado até os 52 minutos do segundo tempo para receber um cartão amarelo supostamente premeditado, correndo o risco de ser substituído ao decorrer da partida.

Protocolizamos também pedido para análise das informações que foram fornecidas pelas três casas de apostas mencionadas no processo à IBIA (International Betting Integrity Association). Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público procuraram aferir se o método técnico-científico para a produção e extração dos dados que baseiam a denúncia foi devidamente observado. Verifica-se nos autos que a equipe policial não se desincumbiu de trazer aos autos registros válidos sobre a produção e extração dos dados e não assegura a confiabilidade das informações apresentadas.

Esperamos que essa investigação possa também ser arquivada com brevidade para que o atleta possa seguir exercendo sua profissão com integridade e sem maiores danos à sua imagem, que já foi atingida de maneira injusta e irreparável por uma operação infundada."

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