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Filipe Luís perpetua Jesus e busca título que mentor não teve no Flamengo

Jorge Jesus e Filipe Luís, depois do título do Flamengo na Recopa - Alexandre Vidal/Flamengo
Jorge Jesus e Filipe Luís, depois do título do Flamengo na Recopa Imagem: Alexandre Vidal/Flamengo
do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

08/11/2024 05h30

Filipe Luís nunca escondeu que Jorge Jesus foi uma das principais referências para se tornar treinador. Muito além da filosofia de jogo, leva para o dia a dia práticas similares ao do ex-comandante rubro-negro. Agora, o pupilo tenta conquistar o título que o mentor nunca conseguiu no Flamengo.

Mister Filipe Luís

Mantras: Filipe Luís repete no Flamengo um mantra que ficou bem famoso com Jesus. Quando se apresentou aos jogadores em 2019, o português deixou claro aos atletas que o único foco seria "ganhar, ganhar e ganhar". O ex-jogador já usou essa mesma ideia em uma entrevista coletiva e também repete nas conversas com o elenco.

Ganhar, ganhar, ganhar, ganhar, ganhar. Acostumar a ganhar. Ganhar, ganhar, ganhar e ganhar. Filipe Luís

Não podemos falar em outra maneira nesse mundo que não seja ganhar, ganhar e ganhar. Jorge Jesus

Estilo de jogo: Filipe Luís foi o escolhido para esta fase da temporada porque conhece o "DNA do Flamengo", ou seja, traria um futebol ofensivo. Jorge Jesus também conhecia bem e o Fla tem buscado alguém que possa ter o mesmo sucesso desde então. Com filosofias de jogo para frente, times compactos e dispostos a correrem riscos, os dois treinadores se assemelham. O ex-lateral, porém, tenta evitar que a formação dele seja comparada a de Jesus.

"Briga" com os jogadores: Filipe Luís não tem medo de arrumar algum debate mais acalorado, ainda que momentâneo, com os atletas, seja no treino ou em campo. Recentemente, discutiu com Gabigol na final da Copa do Brasil. Jorge também tinha vários episódios assim no dia a dia, inclusive o famoso "está mal, Arão".

Modelo de treinos: os dois são participativos e colocam muita intensidade nos treinos. Filipe ativou a memória dos torcedores ao aparecer correndo ao lado do elenco no aquecimento, algo que já fazia no sub-20, e sendo bem ativo durante os treinamentos, participando e dando orientações frequentes. Era desta maneira também com o português, de quem anotou todas as atividades feitas no Fla.

Escalação: Outro ponto em comum é o fato de confirmar a escalação apenas perto do jogo. Um hábito dos dois é treinar uma equipe que deve ser a titular, mas sempre com abertura para mudanças. O time só é passado para os jogadores, de fato, faltando pouco tempo para a partida. Filipe surpreendeu, por exemplo, ao entrar com Gabigol de titular na estreia dele, mesmo sem ter mostrado isso no treino de véspera. Cinco anos atrás, ele mesmo admitiu que essa era uma prática de Jesus.

Não gosta de poupar: Um dos grandes debates do Flamengo no ano foi sobre poupar, mas Filipe Luís não é entusiasta da ideia. Logo na chegada ele já deixou claro que não pretende preservar atletas neste momento, apesar de precisar às vezes, algo bem parecido com o que Jesus fazia.

Título que Jesus não tem

Jesus só não conquistou o Mundial e a Copa do Brasil dos torneios que disputou. Na competição nacional, foi eliminado em casa em 2019 pelo Athletico nos pênaltis.

Filipe e Jorge ainda conversam com certa frequência. Antes os contatos eram diários. Agora, com a vida mais atarefada treinando o time profissional, os dois se falam um pouco menos. Mesmo assim, Jesus está feliz do que tem visto. No campo e no dia a dia, as semelhanças são muitas.

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