Ex-presidente do Peñarol advoga para presos e os visita em cadeia no Rio
Ex-presidente do Peñarol, Jorge Barrera é um dos advogados que defendem os torcedores do clube que foram presos há duas semanas no Rio de Janeiro por conta de crimes cometidos na praia do Recreio, na Zona Oeste (RJ). Professor de Direito Penal, ele chegou à capital carioca e visitou os uruguaios na tarde desta sexta-feira (8).
O que aconteceu
Barrera foi ao presídio Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu (RJ). Após enfrentar uma forte chuva no Rio, ele passou orientações aos 11 torcedores que ainda estão presos.
O advogado utilizou suas redes sociais para atualizar sobre os casos. Ele disse que não há ainda uma resolução e que na próxima terça (12) ocorrerá uma audiência em relação ao menor de idade que segue detido.
"Acabamos de sair do complexo de Gericinó, em Bangu, onde tivemos um dia de trabalho com os detentos. Não houve resolução sobre as liberdades solicitadas e, na terça-feira, será realizada uma audiência sobre a situação do menor", disse na postagem.
O ex-presidente também se encontrou com os dez que tiveram a prisão preventiva convertida para medidas cautelares. Eles estão proibidos de deixar o Brasil e precisam comparecer ao Juizado do Torcedor e Grandes Eventos de dois em dois meses para comprovar residência e suas atividades até o julgamento.
Entre os dez, dois possuem proibições em estádios por conta de delitos em jogos no Uruguai. A Interpol foi quem alertou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro sobre o fato, mas mesmo assim eles foram soltos.
Jorge Barrera está tendo o auxílio do escritório brasileiro "Gomes & Benfica". O UOL enviou um email para os advogados na última terça (5), mas eles não responderam até o fechamento desta reportagem. Caso queiram se manifestar, a matéria será atualizada.
Recreio vira praça de guerra e 21 foram presos
Torcedores do Peñarol transformaram a orla do Recreio em uma verdadeira praça de guerra. Os uruguaios saquearam um quiosque, uma padaria, atearam fogo em motos, depredaram carros e entraram em confronto com banhistas e policiais militares munidos de pedras, mesas e cadeiras.
Um dos ônibus dos uruguaios também ficou em chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo.
Ao todo, 283 pessoas foram detidas após a chegada do Batalhão de Choque. Um revólver foi encontrado em um dos ônibus.
Em audiência de custódia, a Justiça converteu para preventiva a prisão de 21 uruguaios., sendo que dez já foram soltos. Os outros 11 seguem por lá.
Os torcedores do Peñarol foram autuados por diversos crimes: porte de arma, racismo, roubo, associação criminosa, incêndio, dano qualificado e resistência à prisão. Além disso, responderão também por artigos do Estatuto do Torcedor.