Polícia apreende barra de ferro, taco de golfe e Celta de líderes da Mancha
A Polícia Civil de São Paulo apreendeu na manhã desta sexta (1) uma barra de ferro, roupas, um taco de golfe e um Celta no cumprimento dos mandados contra lideranças da Mancha Verde. A investigação é da emboscada sofrida pela Máfia Azul, do Cruzeiro, no último final de semana.
O que aconteceu
O material e o veículo chegaram na delegacia do Dope por volta das 8h (de Brasília). Ainda não foi divulgado o local de onde fizeram a apreensão.
São cumpridos seis mandados de prisão e dez de busca e apreensão em endereços em São Paulo, Taboão da Serra e São José dos Campos. Os policiais tentam localizar celulares, computadores, roupas e armas usadas no ataque aos ônibus, além de três veículos identificados na cena do crime.
Policiais saíram ainda na madrugada para realizarem os mandados. A Justiça decretou as prisões e a busca e apreensão na última quarta (30).
Mais cedo, policiais foram à sede da Mancha e voltaram de lá com os primeiros materiais apreendidos na ação. Os agentes arrombaram a porta do estabelecimento, na Rua Turiassu, e cumpriram a ordem judicial. Duas viaturas voltaram ao prédio do Dope por volta das 6h20 e tiraram dois malotes do interior dos veículos. Eles apreenderam documentos, maquininhas de cartão e um cofre.
Os seis integrantes da Mancha com mandados de prisão são o presidente Jorge Luis Sampaio Santos, o vice Felipe Matos dos Santos , conhecido como, Fezinho, e outros quatro integrantes ligados à diretoria. A prisão temporária foi solicitado pela polícia e endossada pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
Os mandados são de prisão temporária por 30 dias. O relatório da investigação policial apontou o presidente da Mancha como o "mentor intelectual e principal interessado" na ação, considerada um revide de confronto anterior entre as torcidas ocorrido em 2022. Já os demais foram identificados por gravações ou tiveram participação na emboscada indicada por seus carros sendo flagrados nos arredores da ataque por câmeras de monitoramento.
Todos eles foram enquadrados pela polícia nos crimes de homicídio qualificado, lesão corporal, delito hediondo, incêndio e associação criminosa, além de promover tumulto, praticar ou incitar a violência.
A ação está sendo realizada por policiais do Dope (Departamento de Operações Estratégicas), Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), GER (Grupo Especial de Reação) e Antissequestro. Integrantes do Ministério Público acompanham os mandados.
A investigação
O incidente que aconteceu no início da manhã de domingo (27) envolveu cerca de 150 torcedores de Palmeiras e Cruzeiro. O caso foi inicialmente registrado na Delegacia de Mairiporã (SP), que apreendeu imagens de monitoramento e solicitou exames de IML às vítimas.
Uma parte dos responsáveis pelas agressões que mataram um homem e feriram outros 17 foi identificada pela Polícia Civil do estado de São Paulo através da emissão de sinais dos celulares dos suspeitos e imagens de câmeras de segurança da rodovia.
A investigação está sob responsabilidade da Drade (Delegacia de Repressão as Delitos de Intolerância Esportiva) para a identificação e responsabilização dos envolvidos.
A emboscada
A emboscada deixou um morto e 17 feridos na madrugada do domingo (27). Durante a confusão, um ônibus foi incendiado e a rodovia Fernão Dias chegou a ficar interditada no sentido Belo Horizonte.
José Victor Miranda, de 30 anos, morreu anos após sofrer queimaduras e lesões graves provocadas por barras de ferro.
Segundo as autoridades, todas as vítimas foram torcedores do Cruzeiro. Eles foram surpreendidos pelos palmeirenses que carregavam artefatos como barras de metal e madeira e atearam fogo no ônibus em que estavam.
As agressões começaram por volta de 5h20 no quilômetro 65 da Fernão Dias, próximo ao túnel de Mairiporã.
Mancha nega envolvimento
Na última segunda (28), a Mancha emitiu comunicado e negou qualquer participação na emboscada. A organizada disse que vem sendo "apontada injustamente" de envolvimento no caso, que classificou como "fatídico e lamentável".
A torcida organizada afirmou que não pode ser responsabilizada por "ações isoladas de 50 torcedores". A Mancha afirmou que conta com mais de 45 mil associados e repudiou o ocorrido, ressaltando que é contrária a atos de violência, e também se colocou à disposição das autoridades.
A Mancha Alvi Verde vem sendo apontada injustamente, através de alguns meios de imprensa e redes sociais, de envolvimento em uma emboscada ocorrida na Rodovia Fernão Dias, próximo ao túnel de Mairiporã, na madrugada deste domingo (27). O incidente resultou tragicamente na morte de um torcedor do Cruzeiro e deixou outros feridos. Lamentamos profundamente mais esse triste acontecimento e manifestamos nossa solidariedade e demonstramos nosso consternamento aos familiares da vítima, repudiando com veemência tais atos de violência.
Queremos desde já deixar claro que a Mancha Alvi Verde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos.
A Mancha Alvi Verde repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma seu comprometimento e compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores. Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e punição dos responsáveis por mais esse fatídico e lamentável episódio ocorrido na madrugada desse domingo.