Quem é a brasileira fã de Verstappen que disputará F1 Academy pela Red Bull
A pilota Rafaela Ferreira, de 19 anos, vai disputar a F1 Academy 2025 pela equipe de base da Red Bull Racing, a Visa Cash App RB. Neste ano, pela TMG Racing, a jovem se tornou a primeira mulher a vencer uma prova da F4 Brasil e, em menos de seis meses, está prestes a vivenciar mais uma experiência inédita.
Nos próximos dias, a integrante da VCARB terá a oportunidade de acompanhar o time no GP de São Paulo da Fórmula 1.
Ano passado, eu já corri como preliminar da Fórmula 1, só que a gente ficou mais com os pilotos da Fórmula 4. Então, esse ano tem sido totalmente diferente. Estar junto com a VCARB, acompanhar as corridas de dentro do box deles e ter esse contato com os pilotos, se conhecendo, e saber que eu também estou fazendo parte do time, vai ser uma experiência incrível. É a realização de um sonho.
Rafaela Ferreira, nova pilota da VCARB, ao UOL Esporte
Rafaela começou a correr de kart ainda na infância e, ao ingressar no Ensino Médio, aos 14 anos, percebeu que queria transformar o hobby em profissão. Em cinco anos, a pilota soma títulos e virou referência de ascensão feminina no automobilismo.
Eu comecei a levar a sério, a me dedicar 100% para aquilo, e comecei a ir para os Fórmulas, que é uma coisa mais profissional, mais séria. E agora estar participando junto com o time da Fórmula 1, sendo parte disso, vai ser um grande passo na minha carreira para realmente se tornar algo profissional.
Além de bagagem, Rafa quer usar a vivência no paddock do Autódromo de Interlagos para encontrar com sua referência no automobilismo: Max Verstappen.
De piloto da Fórmula 1, com certeza é o Max Verstappen. É a pessoa por quem eu torço, sou muito fã. Acho muito legal o estilo de pilotagem dele, que ele é agressivo, que ele tá lá para ganhar. Espero poder conhecê-lo nesse GP. Rafaela Ferreira
Marco para pilotas brasileiras
Em junho, Rafaela Ferreira liderou a corrida 50 da F4 Brasil de ponta a ponta. Foi a primeira vez que uma mulher subiu ao lugar mais alto do pódio da categoria reconhecida e homologada pela FIA.
Eu acredito que tem essa inspiração, principalmente por estar competindo aqui no Brasil, na Fórmula 4, conseguir pódio, vitórias... Se torna uma referência, uma inspiração para as meninas que estão começando agora no kart.
"Eu vim desse ambiente de kartódromo. Então, isso mostra que a gente consegue disputar junto com os meninos, conquistando o pódio, lutando por campeonato. Então, acho que com certeza. Primeiro por ser uma mulher e também por estar andando bem lá na frente", acrescentou.
O feito de Rafaela foi um marco nas pistas brasileiras. Ela carrega a responsabilidade e o desejo de ser uma inspiração para meninas. No entanto, cresceu sem ter referências femininas.
"Eu comecei a correr há 11 anos. Então, quando eu comecei, normalmente eu era a única menina competindo e tinha pouquíssimas mulheres assistindo. É muito legal ver que agora a gente encontra mulheres sendo engenheiras, mecânicas, muita gente indo para social media, jornalistas... Realmente, tem um crescimento muito grande e acredito que daqui para a frente vai crescer muito mais ainda, principalmente com essas iniciativas para levar mais mulheres para dentro da pista", disse.
Preparação para lidar com a saudade de casa
A jovem pilota já está focada na preparação para a próxima etapa da carreira, na F1 Academy. A categoria exclusiva para mulheres foi adotada pela FIA para incentivar o esporte motor feminino.
Eu acredito que esses programas, como a F1 Academy, dão mais visibilidade para as mulheres e fazem as mulheres chegarem mais perto dos times da Fórmula 1, ter essa convivência, aprender mais, né? Pegar mais experiência e poder aí, em breve, daqui uns anos, na Fórmula 1, ter uma mulher. Rafaela Ferreira
Adepta da terapia, Rafa tem em mente o que espera para o ano que vem, mas evita projetar resultados. O foco agora é estar em seu melhor momento físico e mental para alcançar bons resultados no campeonato. A saudade de casa promete ser um dos principais desafios fora das pistas.
Desde o ano passado faço esse acompanhamento psicológico, principalmente porque a gente também tem pressões para lidar durante todo final de semana... Saber estar focado para esquecer o que está acontecendo fora da pista. Tem a parte física, a parte técnica, mas também tem essa parte psicológica, né? De estar indo para um outro país, longe dos pais, longe dos familiares, mas acredito que para a gente conseguir bons resultados e avançar carreira, a gente precisa de fazer alguns sacrifícios, né? Então, como eu gosto do que eu estou fazendo, tudo tem sido muito leve. Rafaela Ferreira