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Filipe Luís brinca com água, cita 'máquina na mão' e explica uso de Gabigol

Do UOL, em São Paulo

03/10/2024 01h02

Após estrear com vitória no comando do Flamengo, o ex-lateral Filipe Luís mostrou bom-humor em sua primeira entrevista coletiva como técnico da equipe carioca. O treinador cravou que tem uma "máquina na mão", falou sobre Gabigol e, de quebra, protagonizou um momento curioso com um copo de água posicionado em sua bancada.

Água "boa" e espanhol automático

"Eu posso tomar essa água aqui? É boa ou é de mentira?", perguntou Filipe aos assessores do Fla ao iniciar uma das respostas, já na parte final da sessão.

O ato arrancou risadas dos jornalistas presentes e, ao ser "autorizado" a se hidratar, ele deu alguns goles antes de falar sobre a mudança em sua rotina.

Filipe Luís, técnico do Flamengo, bebe água durante entrevista coletiva pós-vitória sobre o Corinthians Imagem: Reprodução/FLATV

O técnico também se confundiu com os idiomas quando foi questionado por um comunicador chileno sobre a atuação de Erick Pulgar.

Assim que foi orientado a responder em português, Filipe engatou o espanhol. Após a confusão, o ex-lateral se desculpou e exaltou o volante e ex-companheiro de clube.

O que mais Filipe falou?

Retomada de Gabigol. "O Gabriel é um ídolo histórico e eu, mais do que ninguém, sei o que ele pode nos oferecer. Um jogador não melhora da noite para o dia, ele precisa de minutos, sequência, carinho e cuidado. Não só o Gabriel: há jogadores que podem ter mais ou menos minutos, é natural. Ele foi uma escolha minha porque sei o que ele pode oferecer. Imaginei como poderia atacá-los e o plano foi em cima dele como 9 e com Bruno Henrique mais aberto. Ele fez um bom jogo e tem muito a evoluir, tanto fisicamente quanto na confiança. Quando a primeira entrar, ele volta a ser o Gabriel mentalmente e, depois, fisicamente. Vou tratar ele e todos com muito carinho."

"Máquina na mão". "Foram 19 finalizações e sete delas no gol. São muitas finalizações. Tendo chances, a bola vai entrar. Meu dever é fazer com que, cada vez que meus laterais chegam no fundo, estejam três jogadores na área. Meu dever é fazer que, quando o Arrascaeta pega a bola, existam jogadores atacando o espaço. E por aí vai. Vão fazer gol sempre? Com certeza, não. Existem dias melhores e piores. Existem grandes goleiros do outro lado, como o de hoje, que foi meu companheiro. Vi um time que criou muitas chances e que conseguiu finalizar, incomodando o adversário em todo o momento. Fiquei feliz, é questão de tempo para a bola entrar. Eu tenho uma máquina na mão."

Filipe Luís, técnico do Flamengo, durante jogo contra o Corinthians Imagem: Wagner Meier/Getty Images

Ex-colegas em ação. "Vi meus companheiros correndo por mim e me senti muito orgulhoso. Sou um privilegiado. Quando a torcida quer ganhar o jogo, ela ganha sozinha. O apoio de hoje refletiu nos jogadores, e fico feliz de ter conseguido trazer essa energia. É com união que temos que crescer cada vez mais, e conseguiremos isso dentro do campo se correspondermos às expectativas."

Sonho realizado. "Eu tinha um planejamento e um objetivo muito claro no pós-carreira. Me preparei durante muitos anos e estudei bastante. Estou aqui. Antes ou depois, aconteceria, eu sabia que aconteceria. Tentei me preparar o mais rápido possível para viver deste lado. Não é fácil. Estou falando na vitória, isso é mais fácil, mas existirão dias em que falarei na derrota e vai doer. É a profissão que escolhi. Sou muito apaixonado pelo que faço. Tentei deixar tudo mastigado para os jogadores. Eu não tenho dúvida que, fazendo as coisas com paixão, a gente está no caminho certo."

Filipe Luís, técnico do Flamengo, gesticula durante jogo contra o Corinthians Imagem: Wagner Meier/Getty Images

Estreias no Fla como jogador e técnico. "Como jogador, estava com receio porque vinha de lesão. Na Bahia, ficava olhando para as placas do Brasileirão. Não fui aquelas coisas, mas como treinador, é 100% diferente, não tem nada a ver. O que vivi nestes últimos dias foram [o equivalente a] sete anos da minha vida, foi muito intenso, muita preparação para ajeitar as coisas para o jogo. Ficar no banco de reservas não é uma novidade para mim porque já vivi isso, vim aqui no sub-20. O que mais me impressionou foi ver meus companheiros correndo e fazendo o que eu falava. Antes, eu jogava com eles, e agora eu ajustava as posições. Foi o que mais me emocionou."

Pressão no adversário. "A pressão pós-perda, que já estava antes de eu chegar, era forte e sempre foi. É herança do trabalho do Tite. As linhas altas eu quero fazer e colocar alguns ajustes para deixar do meu jeito. É um time que sabe fazer e já fez, eles pressionam todos juntos."

Alex Sandro comemora gol em Flamengo x Corinthians, jogo da Copa do Brasil Imagem: éRICA MARTIN/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

Alex Sandro. "É um jogador extraordinário. Ele atuou por time grande, jogou Copa do Mundo, dispensa apresentações... Pode ser que, em algum momento, ele seja questionado, mas ele faz o time ser mais completo. Foi difícil escolher entre ele e o Ayrton Lucas, eu adoro o Ayrton, foi um cara que vi crescer e que me botou no banco. Ele vai ter os minutos dele. O Alex Sandro tem a idade que eu tinha quando cheguei aqui. Ele não vai conseguir jogar todos os jogos. Eu preciso do Ayrton e ele tem muita margem de evolução: ele já chegou na seleção e pode se manter. Tenho três laterais que é só pegar, fechar o olho e colocar no campo porque sei que vai solucionar meu problema. É a máquina que tenho na mão.

Ritmo menor no 2° tempo. "Depois das trocas e dos ajustes táticos que o Corinthians fez, foi mais complicado porque eles mudaram o sistema e foram para um 5-2-1-2, e não é a mesma coisa pressionar assim. Os jogadores são anárquicos e se mexem muito pelo campo. É difícil ter uma referência de quem vai pressionar. Com as trocas e sem poder ter treinado uma pressão, claro que desajusta, é natural. A gente tentou ajustar e até o minuto 25 foi bem. Depois, realmente o time caiu, mas mesmo assim controlou bem. A linha de quatro fez um jogo fantástico e não tomamos gol. Tem que saber sofrer, não existe time que ataque 90 minutos."

Léo Ortiz e Fabrício Bruno. É o mesmo do Alex Sandro e do Ayrton. O Fabrício e o Léo também são assim, são dois jogadores fantásticos. São seguros e não tem erro, foi uma opção tática e seguindo nosso plano de jogo. Encaixava melhor o Léo neste jogo. No outro jogo vai ser o Fabrício, depois o Davi... costumo fazer estes ajustes dependendo muito do adversário. O Fabrício é um dos capitães, eu adoro ele, sei o quão difícil é ficar fora, mas ele é importantíssimo e será até o final."

Questão física. "É importante porque os problemas físicos podem existir, e o que peço aos jogadores não é fácil. Pressionar os 90 minutos não é fácil, mas quero tentar porque sei que dá, eu já fiz isso. Vão existir problemas físicos, sei o que risco que vou correr porque existe uma mudança de metodologia e treinamentos. É um risco que quero correr, da mesma forma que pressionar é um risco. O mais fácil é ficar em bloco baixo, você corre menos risco. Sei o risco que corro ao pressionar e na parte física. Os jogadores que estão fora, quando houver problema físico, são tão bons quanto os que estão jogando. Eu não reclamo, é um privilégio estar vivo na Copa do Brasil e ter um Brasileirão para jogar."

Convite e mudança rápida. "Dormi no domingo tranquilamente, a gente tinha um jogo contra o Porto Vitória no sub-20, o time, aliás, ganhou. Acordei de manhã com uma ligação do Marcos Braz com o convite. A partir disso aí, não parei mais. Fui para o CT e, praticamente, vivi ali. São muitas decisões a tomar e, por sorte, tenho uma comissão fantástica, de pessoas únicas que me ajudaram demais. Com certeza, isso não é só o Filipe Luis. Eles conseguiram dar uma informação clara para os jogadores nestes dois dias. Sonhei bastante com o Flamengo e esqueci de almoçar um dia. Quando a gente é apaixonado pelo que faz, não é trabalhar, é prazer."

Papo com Zico. "Ontem, estava indo para a cama e vejo no meu celular: 'Arthur Coimbra'. É interessante, é muito bom ter o Zico como amigo. Nunca me parece normal. É um privilégio. Ele me ligou, me deu conselhos e falou um pouco da vida dele como treinador. Não consigo ficar normal perto de Zico, Júnior, Athirson... são ídolos, mas estou me acostumando."

Pulgar. "Erick é um ex-companheiro, conheço ele perfeitamente. Sei como ele estava e o que ele poderia dar. O Dorival adorava ele, mas não conseguiu colocar ele no time. No ano passado, ele foi um dos três melhores da temporada. Todo jogador do mundo passa por altos e baixos. O Erick pode ter tido um momento mais difícil. Acho ele um cara mais posicional, é um volante que monitora bem e sabe perfilar. Para o meu jogo, é fundamental. Hoje, fez um baita jogo. Dei parabéns para ele porque, para mim, os jogadores mais importantes para mim são os dois volantes. São o coração do time. Ele cumpre bem, fica na posição, cuida da defesa, compacta bem o time para frente... vou ter muito cuidado. Difícil falar que é titular porque outros também podem, mas fico feliz por ter recuperado a confiança dele."

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