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Corinthians não cumpre acordo com PixBet, e Justiça determina bloqueio por dívida de R$ 21,4 milhões

01/10/2024 17h06

A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio imediato de valores nas contas bancárias do Corinthians por conta de descumprimento do acordo do clube com a ex-patrocinadora PixBet. A dívida do Timão com a instituição é de R$ 21,4 milhões.

A empresa ocupava a omoplata da camisa do time masculino do Corinthians até o final de 2023, mas teve seu vínculo com o clube rompido com a chegada da VaideBet, patrocinadora máster de janeiro a junho deste ano.

Em fevereiro, o Corinthians entrou em acordo com a PixBet, que cobrava mais de R$ 40 milhões do clube na Justiça, sendo R$ 20 milhões relacionados à multa rescisória e mais R$ 20 milhões de devolução das luvas que foram pagas ao clube na ocasião.

Ficou estabelecido que o Corinthians pagaria o montante total de forma parcelada até o início de 2025. O Timão, porém, não cumpriu os termos do contrato, tendo arcado apenas com as primeiras seis prestações. A informação foi divulgada inicialmente pelo ge e confirmada pela reportagem da Gazeta Esportiva.

"O Corinthians deixou de pagar a partir da sétima parcela, o que nos levou a retomar a execução para cobrar as parcelas em aberto, além de multas e honorários advocatícios", disse o advogado Nelson Wilians, representante da PixBet.

"A ação tem como objetivo assegurar o cumprimento integral dos direitos da Pixbet, conforme estipulado no contrato", complementou Nelson.

A Gazeta Esportiva entrou em contato com o Corinthians, mas não obteve resposta até o momento da publicação da matéria. Em caso de retorno, a publicação será atualizada.

ENTENDA O CASO

Gazeta Esportiva apurou que a PixBet pagou ao Timão R$ 30 milhões em luvas em referência ao contrato de três anos, assinado em dezembro de 2022. O acordo previa exclusividade na camisa sobre empresas do ramo de apostas.

Nos últimos meses de 2023, a PixBet ofereceu R$ 75 milhões anuais ao Corinthians para migrar da omoplata para o espaço nobre da camisa, o chamado 'patrocinador máster'.

Em meio às negociações, o clube passou por uma eleição e Duilio Monteiro Alves deu lugar a Augusto Melo, presidente empossado no dia 2 de janeiro deste ano.

A partir daí, as conversas com a PixBet foram encerradas a pedido de Melo. No dia 7 de janeiro, o mandatário anunciou o acordo com a VaideBet, que se comprometeu a pagar R$ 120 milhões anuais por três temporadas, além de R$ 10 milhões em luvas.

Na ocasião do anúncio, Augusto Melo garantiu que a multa rescisória com a PixBet seria assumida pela VaideBet.

"Existe uma multa que era de R$ 30 milhões, da Pixbet, que cumpriu um ano (de contrato) e tem uma multa hoje de R$ 20 milhões, que ela (VaideBet) vai arcar. Fora esse patrocínio de R$ 360 milhões, ela arca com a multa", disse ele.

Conforme apurado pela Gazeta Esportiva, a afirmação de Augusto não procedia. A multa de R$ 20 milhões devido à subtração do valor proporcional teria que ser paga pelo próprio Corinthians. Inicialmente, previa-se o pagamento à vista, mas a PixBet aceitou o parcelamento.

A Gazeta Esportiva apurou que o Corinthians também teria que devolver à PixBet o valor proporcional das luvas recebidas, que assim como a quantia da multa, está avaliado em R$ 20 milhões.

Portanto, o Corinthians, que na véspera do anúncio da parceria com a VaideBet, recebeu R$ 20 milhões, entre luvas e primeira parcela, simultaneamente assumiu uma despesa de R$ 40 milhões com a PixBet.

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