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Por que Flamengo decidiu demitir Tite mesmo com semi da Copa do Brasil

Tite e Matheus Bachi no Flamengo x Red Bull Bragantino - Gilvan de Souza/Flamengo
Tite e Matheus Bachi no Flamengo x Red Bull Bragantino Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo
do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/09/2024 17h00

A queda de Tite no Flamengo começou a se desenhar após a eliminação na Libertadores. A experiência passada com Jorge Sampaoli, os discursos e a falta de perspectiva sobre uma melhora tornaram o ambiente insustentável para o treinador, demitido nesta segunda-feira.

O que aconteceu

A cúpula do futebol do Flamengo se reuniu na última sexta-feira. Em reunião fechada com os principais nomes do departamento e o presidente Rodolfo Landim, a ideia da demissão já começou a ficar desenhada.

Apesar de dizer ser respaldado, Tite sabia que esse cenário estava cada vez mais próximo. "O respaldo da direção, ele é constante, ele é diário, ele é de todos os momentos. Quando a gente fala de fortalecimento da equipe, ele vem de todas as hierarquias. A hierarquia superior: que é a direção do Flamengo; a comissão técnica e atletas", disse o técnico na última entrevista coletiva.

A diretoria do Fla não saiu em defesa do técnico. Após a derrota para o Peñarol em casa, dirigentes deixaram o sorteio da Copa do Brasil em silêncio. Nos jogos que o time disputou nesse período também não se posicionaram.

Os motivos da queda

Um dos problemas era um substituto. Não havia consenso sobre algum nome de fora do clube que pudesse assumir a equipe às vésperas da semifinal da Copa do Brasil e com o clima de pressão atualmente.

O último suspiro de chance foi o jogo com o Athletico, mas a má atuação concretizou o fim. A reação vinda da arquibancada e a sensação de que o trabalho não iria mais engrenar foram o capítulo derradeiro para a relação.

Não foi somente a eliminação da Libertadores que pesou. Antes do jogo de volta contra o Peñarol era dito internamente que a chance de Tite ser demitido era "zero". A ideia era seguir o plano de terminar o ano com o técnico. No entanto, a forma como se deu a queda no Uruguai irritou a diretoria.

O fator emocional e algumas insistências entraram também na avaliação. Tite já aparecia abatido recentemente, especialmente quando os xingamentos da torcida aumentaram. O clima no Ninho nos últimos dias foi de muito desânimo. Além disso, o fato de defender constantemente algumas escolhas que não deram resultado geraram questionamentos.

A eleição teve papel importante na matemática. Com um cenário equilibrado para o pleito do final do ano, a pressão dos apoiadores de Rodolfo Landim e Rodrigo Dunshee cresceu muito. O atual mandatário será CEO caso o candidato da situação vença.

O exemplo passado com Jorge Sampaoli é o elemento final que ajuda a explicar a queda. Em 2023, o Flamengo optou por manter o argentino mesmo com todos os problemas para disputar a final da Copa do Brasil. Com a derrota para o São Paulo na decisão, ele foi demitido no dia seguinte. Dar um fator novo ao elenco foi entendido como o melhor caminho.

Tite já sabia que as chances de permanência em 2025 eram muito baixas. Mesmo que Dunshee vença a eleição, o clima só poderia melhorar em caso de conquista de títulos importantes. A oposição já havia deixado claro que a ideia era seguir outro caminho.

O nome de Filipe Luís é o único que gerou consenso. Ainda não está definida uma continuidade para a próxima temporada ou os próximos passos. O ídolo do clube assume de maneira imediata e interina para salvar o que resta da temporada.

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