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Tite vê empate 'difícil de absorver' e Flamengo jogando menos do que queria

Tite, treinador do Flamengo, durante partida contra o Vasco - Thiago Ribeiro/AGIF
Tite, treinador do Flamengo, durante partida contra o Vasco Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/09/2024 22h35

A frustração com o empate do Flamengo diante do Vasco estava explícita no semblante e no discurso de Tite. Tudo por conta do desempenho e o controle que o time conseguiu diante do rival. Só que, no fim, o placar foi 1 a 1, por causa de um gol aos 41 minutos do segundo tempo.

"A minha demora foi justamente para assimilar o grande desempenho da equipe, mas o não resultado. Às vezes o desempenho acompanha o resultado, às vezes não. E aí fica muito difícil assimilar. Não tenho toda a dimensão para controlar as variáveis. Mas desse jogo eu tenho, difíceis de absorver, com um grande desempenho ter empatado o jogo", disse Tite.

Em outro momento da coletiva pós-jogo no Maracanã, Tite foi perguntado diretamente sobre o que pensava a respeito do desempenho do Flamengo na temporada. E admitiu:

Está abaixo do que queríamos como desempenho, e reconhecemos.

O técnico, ao mesmo tempo, não prioriza as copas em detrimento do Brasileirão, apesar da distância de oito pontos para o líder Botafogo.

"Eu aprendi no Flamengo uma coisa. Tem que brigar por tudo. Buscar todos os títulos. Conquistar ou não é outra coisa. É isso que estamos fazendo, brigar por todos. Jogar por todos. Não tem poupar. Tem que ir a mil. Sabíamos que era um passo para estar na parte de cima da tabela".

Mas o que aconteceu no gol, afinal, na perspectiva do treinador?

"Fica a frustração, sim. Mas não especificamente do lance. Há um contexto do lance, em cima da situação, mas próximo de fazer o segundo do que de tomar, de oportunidades, bolas no pau, por isso estou chateado e demorei para vir, porque precisa ter discernimento para falar com vocês. O lance, ele tem uma série de aspectos. Em uma ação ofensiva aos 43, posso e devo falar para os atletas segurar e os zagueiros não irem para a área. Para mim, de boa, foi falta no Léo Pereira, e é fora da área, mas há um desequilíbrio pelas costas. O Claus me confunde. Me atrapalha as ideias. Feita essa observação, há um contexto, há uma possibilidade de finalização de ir para o gol, tem uma sobra com o Léo para definir. Na sequência, tem condição de finalizar a jogada ou de interromper para recompor. Há sempre um contexto todo. Se ouvem só o Léo, vão dizer que culpa é dele. A culpa é de todos. Começa com o técnico, a comissão técnica, mas tem a participação de todos, das ações coletivas, da concentração do jogo".

Em meio a um rodízio e uso do que classifica como ciência para rodar o elenco, Tite mais uma vez lançou uma cruzada contra o termo "poupar".

Eu vou poupar o meu emprego? Maluco eu não sou.

O que mais Tite disse

Por que Gabigol não entrou no lugar de Bruno Henrique?

"Treinamento. Jogos. Especificamente. Carlinhos decisivo contra o Bolívar, contra o Atlético-MG, com gol, decisivo contra o Vitória. Foi por isso essa opção. Agregado a isso. BH decisivo contra o Bahia, gol. BH decisivo contra o Bahia, assistência para gol (...) Nós fizemos o gol com Carlinhos em campo. E o desempenho do Carlinhos nos outros jogos, foi isso que me levou a decidir".

Uso de Arrascaeta

"Eu não poupo. O que tem é departamento médico e físico, que diz se o atleta está liberado ou não. Tiveram na quinta o jogo, não treinaram ontem Bruno Henrique, Fabricio Bruno e Arrascaeta. Os três com termografia, com exame de sangue, com todos os aspectos. Chegou hoje os dois atletas com departamento médico, estão bem, feito exames, Bruno bem, Fabricio bem, Arrascaeta com resquício, mas era importante ele no jogo. A gente correu o risco com ele, mas a necessidade e importância do jogo, o Flamengo tem que estar brigando por todas as competições".

Semelhança do gol do Vasco com o gol da Croácia?

"Não pode abrir uma ferida de uma cosia passada para uma coisa recente atual. Se não fica meio desumano. Quando tive que falar da Seleção e eu não estava, eu falei. E do contexto todo. E sempre os erros são coletivos. Toda situação que for para colocar um ponto apenas de um erro é o primeiro passo da ignorância. E não é só no futebol, porque ela é conjunta".

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"A gente tem que contextualizar todas as coisas. E fazer de forma abrangente e não simplista. Eu lutei a minha vida toda. Um legado que eu possa dar para vocês é lutar contra o não saber, contra a ignorância, a minha própria, para saber das coisas. Quando vem aqui e relata fatos, eu não vou estar com menos pressão do que a necessidade do Flamengo exige. Daqui a pouco, manda embora, não renova porque é a lei do jogo. Mas essa busca do entendimento mais amplo e de passar para as pessoas que estão ouvindo com informação, conhecimento e análise é legal. Ninguém poupa. Vou poupar meu emprego, colocar em risco meu emprego. Maluco, eu não sou. Só um pouquinho. É um contexto".

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