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Risonho e 'esquecido', Zubeldía compara futebol com xadrez e exalta Telê

Luis Zubeldía, técnico, do São Paulo, durante jogo contra o Nacional, pela Libertadores - Ettore Chiereguini/AGIF
Luis Zubeldía, técnico, do São Paulo, durante jogo contra o Nacional, pela Libertadores Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF
do UOL

Do UOL, em São Paulo

22/08/2024 22h34

O técnico Luis Zubeldía se mostrou bastante descontraído após a vitória do São Paulo sobre o Nacional (URU) por 2 a 0, nesta quinta-feira (22), pela Libertadores. O Tricolor se classificou às quartas de final e vai encarar o Botafogo.

O que aconteceu

Zubeldía distribuiu sorrisos na coletiva de imprensa. O treinador do São Paulo brincou sobre o seu esquecimento em uma pergunta feita. Ele disse que precisa tomar mais Ômega 3 para se lembrar das perguntas e evitar novos esquecimentos.

O treinador argentino comparou futebol com xadrez. Ele fez a comparação ao analisar as conexões entre os jogadores dentro de uma equipe e as características diferentes entre eles.

Zubeldía também 'atacou' de repórter. Ao ser perguntado sobre Bobadilla, ele pediu para que o repórter fizesse uma pergunta ao jogador paraguaio, autor de um dos gols do Tricolor na partida.

O argentino exaltou Telê Santana. O ex-treinador do São Paulo teve o nome gritado pela torcida no Morumbis, e a voz dele foi recriada por uma Inteligência Artificial em um vídeo divulgado pela Superbet, patrocinadora máster do clube.

O que Zubeldía disse?

Futebol x Xadrez: "Há uma maneira de pensar que nós somos iguais... Não temos dois jogadores iguais, entre um jogador e outro muda bastante o perfil e nisso você tem que começar a rotacionar as peças, começar a encontrar ligações, é menos simples do que parece, mas não é assim, as ligações precisam se acomodar e não ter dois jogadores iguais, aí pode existir um pouco de problema, mas tentamos ganhar o tempo. Como no jogo de xadrez, quando o cavalo cruza para cá, o bispo cruza para lá, faz uma diagonal, a dama vem aqui e vai para lá, você começa a modificar um pouco para ganhar a partida, para dominar o jogo. Como se avalia isso? Com os poucos treinamentos que temos, com o conhecimento dos jogadores, mas hoje o time, pelas características que tinha no campo, fez em grande parte do jogo o que tinha que fazer. No segundo tempo, a partir do conflito com os torcedores do Nacional, não sei o que aconteceu aí, com o que aconteceu com o garoto, o zagueiro, não foi tão bom, mas grande parte do primeiro tempo eu gostei."

Pergunta a Bobadilla: "Eu gosto muito da presença dele aqui porque o que vem é muito importante e o senhor [em direção a Bobadilla], com muito profissionalismo e com dor, claro, não pôde ir aos Jogos Olímpicos para ficar aqui e nos ajudar. E isso as pessoas têm de saber, sobretudo nossos torcedores. Então, hoje, com o tempo, depois que ele está jogando mais vezes, e não passa por jogar ou não jogar, porque de onde ele toca, ele agrega. O ponto é que hoje, depois de ter passado um tempo, é bom que isso seja sabido, porque há decisões dentro do regulamento que mostram um compromisso para São Paulo, como jogadores que por aí têm a oportunidade de ir e optam por ficar aqui, técnicos que têm a oportunidade de ir e optam por ficar aqui. Neste caso, o Damián, que estava em uma situação incômoda, acaba decidindo o clube, porque tínhamos o direito, e o senhor foi um profissional e hoje tem um prêmio que é momentâneo, porque não conseguiu nada também, mas é momentâneo e isso tem que reconhecê-lo. Por isso eu te faço esta introdução para que lhe faça uma pergunta [em direção ao repórter]."

Telê Santana: "Quando gritam Telê, isso é muito importante. Há gerações novas, crianças, que os pais ou avós contaram sobre o Telê. Em toda partida fico encantado com isso. Para nós que não somos daqui, aprendemos e recordamos, para os que são daqui, recordam sempre e isso é muito importante."

Confrontos contra o Nacional: "É algo que estamos acostumados, a grama daqui, do nosso campo. E pudemos, pelo menos uma parte do jogo, romper com passes, chegar por surpresa com gente de trás para arrematar, com vários cruzamentos também. Nós fizemos um pouco do jogo que sabemos fazer, aproveitando também o empate que havíamos conquistado como visitantes. São jogos de 180 minutos, e tem que fazer uma boa série de 180 minutos. Nesse tipo de final, se você faz uns 25 minutos, uns 45 minutos ruins, você pode ser sentenciado pelo confronto de 180 minutos como um todo. Como fizemos uns 180 minutos corretos e bons, nós ficamos com a vaga."

Titulares e demais competições: "Eu gosto da ideia de ganhar. E colocamos o time que consideramos que pode ter melhor representação dentro do contexto para o dia de domingo. Ou seja, melhor time, digamos, em relação ao que buscamos. Energia, claro, para poder enfrentar um jogo. E quando falo de energia, digo, a lucidez que você tem que ter para fazer as corridas sem e com a bola. Os três pontos do domingo são importantes porque a ideia é ir levando os três campeonatos em frente o melhor possível e estar o mais em cima possível. Depois, se ganha ou não, não sei. Mas a ideia é que sim, que estejamos bem. Hoje não tenho decidido o 11, mas já amanhã começaremos a praticar."

Botafogo nas quartas de final: "Agora vamos pensar no próximo jogo, que é aqui , e, mais adiante, pensaremos nos outros dois jogos. Quando se chega às quartas de final, às oitavas de final, são difíceis, têm certos atributos, por aí o perfil das equipes muda, mas tem atributos, e mais, as equipes brasileiras têm investido dinheiro para armar bons plantéis e numerosos, então agora estamos nessas quartas de final e, bom, competiremos e buscaremos passar com nossas ferramentas, com nossos recursos, com nossas virtudes."

Recepção da torcida: "A chegada foi espetacular. Sempre paro para pensar que nessa profissão o que mais temos é responsabilidade. Não é só um jogo, é algo mais. É muita gente que ama o time e faz isso a troco de nada. Sou empregado, tenho salário. Defendo as cores como se fosse torcedor número um, mas existem pessoas que armaram toda uma festa? para nós isso mostra o tamanho da responsabilidade. Há pressão que existe para não decepcionar essas pessoas é muito grande. Parabeniza-los porque foi uma festa bonita."

Jogador do Nacional que passou mal: "Sempre que há esses episódios, aconteceu com Patryck há pouco... O mais afetado é a família que está vendo de fora. Só peço a Deus que saia tudo bem, e aos médicos. Não posso falar muito porque não sei como está."

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