Sofrimento eternizado: museu na Alemanha guarda relíquias do 7 a 1

O 7 a 1 também segue bem vivo na memória da Alemanha. Criado em Dortmund no ano de 2015, um ano após a Copa do Mundo de 2014, o museu do futebol alemão preserva relíquias da partida como a flâmula brasileira, a camisa usada por Miroslav Klose e uma das bolas do maior vexame da história do futebol brasileiro, que completa 10 anos nessa segunda (8).

Apesar de não ter sido o jogo que coroou a equipe de Toni Kroos, Bastian Schweinsteger e Mesut Ozil com o título, a semifinal contra o Brasil tem um espaço de destaque no museu. Há também um cuidado especial em não tratar o confronto em tom de deboche ou de humilhação ao país pentacampeão mundial.

"A melhor forma de se respeitar o adversário é jogando seriamente. Lamento pelos brasileiros, mas jogar com seriedade é também sinal de respeito" disse o técnico Joachim Low, em um filme 3D que conta a história de todas as quatro conquistas da Alemanha em Copas do Mundo.

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O treinador apresenta a história do país nos Mundiais ao lado de Leroy Sané e Thomas Muller, que integraram a seleção na Eurocopa, e lendas do passado como Lothar Mathaus, campeão de 1990, e Paul Breitner, do bicampeonato de 1974.

Além do filme 3D, há outros vídeos que tratam a Copa do Mundo de 2014. No principal espaço do museu, um documentário é passado em telas de alta definição. Quando chega o confronto com o Brasil, os registros abrem mão dos gols para mostrar a reação dos brasileiros presentes no Mineirão no dia 8 de julho de 2014.

Dez anos após a conquista, os alemães se dividem sobre qual partida foi mais importante na trajetória da equipe no Mundial do Brasil.

"É um jogo inacreditável. Eu não esperava uma vitória como aquela. Mas ela foi bem importante porque quando vencemos, nós sabíamos que seríamos campeões. Não tem como vencer o Brasil de 7 a 1 e depois perder a final", disse Christoph Krause, torcedor alemão.

Como consolo, o torcedor brasileiro também pode assistir filmes sobre todas as Copas do Mundo, com um documentário especial dedicado à conquista de 2002 em que trata a equipe de Luiz Felipe Scolari com um "talento inacreditável em todas as posições" e o goleiro Oliver Kahn como "aparentemente intransponível, mas que mostrou ser um humano no pior momento possível" por conta da falha em um dos gols da derrota por 2 a 0.

Nestes nove anos, o museu do futebol alemão já recebeu várias personalidades do país. Entre eles alguns jogadores da Copa de 2014, como Philip Lahm e Mario Gotze, autor do gol que garantiu o título no Brasil contra a Argentina por 1 a 0 na prorrogação. A entrada custa 19 euros (cerca de 110 reais), com visitação entre terça e domingo.

O museu também conta a história do Campeonato Alemão e conta com um espaço para estrelas atuais do futebol internacional. Nela, o único brasileiro presente é Vinicius Junior, atacante da seleção brasileira, e autor de um dos gols do título da última Liga dos Campeões pelo Real Madrid.