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Por que Vini quis evitar entrevista, mas foi convencido e detonou Conmebol

do UOL

Do UOL, em Santa Clara (EUA)

30/06/2024 04h00

O apito soou fechando a goleada do Brasil por 4 a 1 sobre o Paraguai e o telão foi buscar o cara do jogo: Vini Jr. Quando a imagem focou nele, a leitura labial foi fácil: "Não vou falar". Aqui contamos a história do porquê ele estava revoltado e mesmo assim falou.

Frustração com a Conmebol

Vini Jr. foi caçado o jogo todo e muitas vezes o árbitro não marcou a falta. Isso foi um fator, mas não o principal. A frustração já vem de antes da partida.

A Copa América sempre é muito complicada pelos campos, pelos árbitros, são sempre o contrário. Pela forma que a Conmebol trata a gente, é sempre muito complicado. Mas a gente tem que seguir firme porque só ganhando a gente pode falar. Sempre que a gente fala, a Conmebol fala que a gente fala demais e a verdade é toda essa".

Sua fala direta após a partida expõe a indignação com a Conmebol, mas também um medo de falar demais. A entidade tem distribuído multas e feito alguns entenderem quase como uma 'lei da mordaça'.

A fala de Vini Jr. é um reflexo de como a seleção brasileira ficou incomodada com a estrutura que teve em Las Vegas, sobretudo para treinamentos.

O campo com apenas alambrados separando da rua ficou cercado o tempo todo por torcedores gritando de tudo: de incentivos como "Vini Jr. melhor do mundo" a cobranças como "joga bola, porr*". Outros usaram uma passarela ao lado para assistirem todo o trabalho de Dorival.

Durante a competição, todas as estruturas são fornecidas pela Conmebol e entidade tem total responsabilidade por elas. Hotel e campo em Las Vegas eram extremamente distantes, a quase uma hora de carro.

Os 'minicampos' são outro fator que irritam bastante os jogadores. As dimensões menores criaram muita dificuldade contra a linha de cinco defensiva da Costa Rica.

Com tudo isso em mente e em êxtase pela vitória com grande atuação, Vini Jr. não queria ir para a entrevista para não acabar "falando demais" e tomar uma punição da Conmebol.

Naquele momento em que o telão mostrou Vini Jr. ao lado do diretor de comunicação Rodrigo Paiva foi possível ver os dois se encaminhando ao banco de reservas. Eles se sentaram ali, conversaram por alguns momentos e Vini Jr. foi para a entrevista.

Eleito melhor em campo, Vini poderia ter problemas se não falasse, mas foi a conversa que fez com que ele decidisse ir aos microfones e tornar pública sua indignação, ainda que de forma mais contida para evitar maiores problemas.

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