Título de Italo no surfe teve pai pé quente, benção infantil e choro de L7

O título inédito de Italo Ferreira, na etapa de Saquarema (RJ) do Circuito Mundial de Surfe, foi cercado de emoção e também superstições, que incluíram o pai pé quente e bençãos infantis.

As superstições

Italo sempre tinha o ritual de tocar nas mãos de crianças antes de entrar na água. O surfista brasileiro entende que é uma forma de se energizar com o carinho puro e genuíno infantil.

Ferreira também utilizou os mesmos adereços durante toda a etapa: uma chamativa bermuda roxa e rosa, um óculos com hastes transparentes e um boné branco, todos vinculados aos seus patrocinadores.

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Uma camisa oficial da seleção brasileira de futebol também foi utilizada algumas vezes. Ele a vestiu na coletiva oficial antes da competição e também em algumas ações na Vila dos Patrocinadores, na Praia de Itaúna.

Outra situação que se tornou rotina foram as orações na sua casa. A corrente acontecia sempre antes de o surfista sair para os treinos e baterias.

Choro de Lennon, o L7

O rapper Lennon, o L7, acompanhou Italo Ferreira durante quase toda a jornada em Saquarema (RJ). Os dois criaram um grande laço de amizade e costumam estar sempre juntos quando as agendas permitem.

Italo, inclusive, ficou na casa do músico, no Rio de Janeiro, antes de ir para a cidade da competição. Já em Saquarema, foi L7 quem ficou no "QG" de Ferreira.

Lennon precisou deixar Saquarema na véspera do dia das finais, chorou e também levou às lágrimas o surfista. O rapper viajou para os Estados Unidos por causa de uma turnê e fez um discurso emocionado de despedida ao atleta, sua família e amigos. Italo chorou copiosamente.

A amizade entre Italo e Lennon se expandiu para a área nos negócios. Eles possuem empresas de agenciamentos de surfistas e de rappers da nova geração.

Nos encontramos na vida e viramos irmãos. A gente acaba se ajudando um ao outro. Eu tenho ele como inspiração, aprendo muito diariamente com ele. Está sendo incrível ter essa energia. Toda vez que a gente se reúne, a energia fica tão boa que as coisas acontecem um pouco mais naturais e leves, porque você acaba sendo um pouco mais feliz. Quando estou com esses amigos que são puros e que realmente querem te ver no topo, as coisas mudam.
Italo Ferreira, ao UOL

Marketing espontâneo e forte interação com fãs

Italo Ferreira também fez a alegria de seus patrocinadores. O surfista costuma valorizar bastante as marcas que se tornaram suas parceiras e não foi diferente em Saquarema.

Italo fez questão de beber Red Bull, seu energético patrocinador, em todas as entrevistas que dava. No pódio para receber o troféu, entrou com uma lata da bebida e virou o líquido na boca de Saquá, o mascote da competição.

Em outro momento, foi perguntado por um repórter da Globo o que havia sido sua comemoração após uma onda. E o surfista emendou: "Foi para o Banco do Brasil, que está sempre me dando moral".

O potiguar fez questão de interagir com os fãs mesmo nos dias sem competição. Ele participou ativamente das ações na Vila dos Patrocinadores e até brincou na piscina de ondas montada no local. Italo também marcou presença no show de Lennon na casa de um dos patrocinadores másters do evento.

Pai pé quente rouba a cena

Seu Luizinho, pai de Italo, se mostrou pé quente. Ele não costuma assistir ao vivo as etapas da WSL e viu seu filho ser campeão pela primeira vez presencialmente.

Esbanjando simpatia, ele roubou a cena em Saquarema e virou uma atração à parte. Diariamente vestido com a camisa do filho, ele vibrou bastante e foi às lágrimas com o título.

No pódio, Italo fez questão de entregar o troféu ao seu pai. Seu Luizinho era pescador em Baía Formosa (RN) e seu filho começou a pegar onda em uma tampa de isopor dos peixes que ele pescava.

Deus realizou meu sonho. A gente orou muito esses dias na minha casa, a minha mãe [pausa para choro]... Só Deus, não tem o que explicar. Não é meu talento, não adianta você tentar na força do braço, que não vai acontecer. Eu realmente entreguei nas mãos de Deus e só deixei acontecer. Só fiz a parte mais fácil.
Italo Ferreira, à WSL