Torcedores do Corinthians invadem sala da presidência no Parque São Jorge

Mais de 30 torcedores organizados do Corinthians invadiram o Parque São Jorge e se reuniram na sala da presidência do clube. O grupo de integrantes dos Gaviões da Fiel partiram para a sede social do clube após também terem invadido o CT Joaquim Grava.

Horas depois, o clube se manifestou, afirmando que o ato "não foi pacífico" e que "as invasões e ameças são lamentáveis".

O que aconteceu

O grupo invadiu a sede social do Corinthians em busca do diretor administrativo Marcelo Mariano. Mariano está envolvido no escândalo que culminou na rescisão do contrato com a Vai de Bet.

Relacionadas

Fausto Vera quebra silêncio no Corinthians: 'Me colocam como ingrato'

Dérbi é tudo ou nada para a permanência de António Oliveira no Corinthians

Walter revela sondagem do Corinthians e elogia Donelli: 'Joga o jogo'

Os torcedores foram ao prédio da administração, adentraram a sala do presidente Augusto Melo e fizeram cobranças em reunião que durou quase uma hora. Marcelo Mariano esteve com eles. Os demais setores e atividades do clube social não foram afetados.

O clima foi tenso. O UOL teve acesso a um vídeo que mostra parte dos torcedores correndo para dentro da sede social pelo arco do estacionamento, cujos portões estavam escancarados. Os demais pularam as catracas da entrada principal.

A polícia foi acionada e esteve em peso no Parque São Jorge. Diversas viaturas, tanto da Polícia Civil quanto da Militar, se encontram estacionadas na parte de dentro e de fora da sede, incluindo o Batalhão de Choque. Helicópteros também sobrevoam o local. Houve protocolo de evacuação no setor administrativo do clube.

Os torcedores foram ao Parque São Jorge após terem invadido o CT Joaquim Grava. O grupo de integrantes dos Gaviões da Fiel, no entanto, não encontrou ninguém do elenco treinando, já que os jogadores estão de folga nesta quinta-feira (27) após o empate contra o Cuiabá, na Neo química Arena, na noite da última quarta (26).

As invasões ocorrem em meio às turbulências que o clube enfrenta dentro e fora de campo. O Alvinegro paulista vem de seis jogos sem vencer, com o técnico António Oliveira balançando no cargo e lidando com os desdobramentos — inclusive na polícia — sobre os repasses à empresa laranja no caso da Vai de Bet.

O delegado César Saad falou que será instaurado um inquérito policial pela invasão. Ele deu detalhes sobre o que ocorreu e afirmou que não houve danos patrimoniais ou físicos.

A gente falou que a polícia está aqui, vamos instaurar um inquérito policial do que aconteceu hoje, e acho que isso serve de recado, de lição para eles que não vai voltar a acontecer. [Organizados] prometeram um diálogo pacífico com a diretoria, e a diretoria também fez as promessas deles. Cesar Saad, delegado do Drade (Delegacia de Repressão dos Delitos de Esporte)

O que mais o delegado disse

Reivindicação da organizada: "A reivindicação deles é cobrando do clube, da diretoria, a melhoria do time. Querem contratações. Tudo isso já havia sido conversado pelo presidente, pela diretoria. Estiveram aqui na sexta-feira, em um processo pacífico, que não teve nenhum ato de violência, vocês acompanharam. Foi, inclusive, postado nas redes sociais das organizadas".

Surpresa com invasão e momento turbulento: "Hoje, em surpresa, eles invadiram o CT para conversar com os atletas, os jogadores não estavam no CT, e por causa disso vieram na sede social. Invadiram aqui o clube, infelizmente teve um momento mais turbulento, início de confusão, mas a gente conseguiu chegar, PM também estava no local, conseguimos conversar, ânimos ficaram mais controlados e tudo certo".

Abertura de Ocorrência: "Estamos indo agora na delegacia registrar uma ocorrência de invasão da sede social. Alguns sócios ficaram bastante assustados, principalmente mulheres e crianças. Isso não pode acontecer, não é dessa forma que se faz uma manifestação, por isso que a Polícia Civil e a Militar estavam no local para garantir a segurança de todos. Não houve nenhum dano patrimonial aqui, nenhum machucado, está tudo certo. Foi um susto só deles entrarem. Diretoria recebeu eles, o presidente conversou tudo o que já havia sido conversado e reiterou hoje todas as reivindicações da organizada".

Cobrança por resultados: "O que a torcida diz é um conjunto de tudo, o que projeto são os maus resultados em campo, a colocação na tabela no campeonato. [Contrato com a Vai de Bet a] Polícia Civil está investigando junto do MP. Torcida cobra resultados dentro de campo. Empate de ontem agravou, mas podia ser muito pior, gol no final acabou dando uma amenizada, mas eles cobram um resultado ao longo do campeonato. Os últimos resultados do Corinthians não têm sido favoráveis e é isso que tem sido a reinvindicação".

Presença de Marcelo Mariano na reunião: "Não sei se o diretor administrativo estava. Quando chegamos aqui, o presidente e o presidente do Conselho deliberativo, Tuma, era quem estavam conversando com os torcedores. Pedimos para todos se acalmarem. Todos da mesma organizada, Gaviões da Fiel. Os mesmos que foram ao CT vieram para cá".