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Com grandes, Brasileirão 2023 tende a ser o mais disputado dos últimos anos

Taça da Série A do Brasileirão - Lucas Figueiredo/CBF
Taça da Série A do Brasileirão Imagem: Lucas Figueiredo/CBF
do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

15/04/2023 04h00

O Brasileirão 2023 promete ser o mais disputado dos últimos anos. E há alguns elementos que explicam isso.

O cenário

Os chamados 12 clubes grandes do país estão de volta à elite. Algo que não acontecia desde a edição 2019 da Série A.

Três dos grandes se tornaram SAFs e receberam injeção de dinheiro: Cruzeiro, Vasco e Botafogo.

Há clubes que eram de um degrau mais baixo, estruturaram-se e ficaram mais relevantes financeiramente: é o caso de Athletico, Red Bull Bragantino e, mais recentemente, o Bahia.

Tem a turma que surpreendeu nos últimos anos e fez campanhas acima do esperado, como Fortaleza, América-MG, que virou SAF e busca investidor, e Cuiabá, que sempre foi empresa. O Goiás é clube associativo, mas ficou em 13º no ano passado.

O bloco de favoritos

Pela tendência dos últimos anos e a campanha do ano passado, o Palmeiras de Abel Ferreira segue como um dos principais favoritos ao título.

Talvez a gente vá disputar um dos maiores campeonatos brasileiros, mais difíceis de todos os tempos, de muitos times competitivos, os times virando SAF, investindo. A gente sabe que não vai ter facilidade, todos os jogos serão competitivos, então tem de começar bem

Weverton, goleiro do Palmeiras

A lógica financeira, inclusive, costuma fazer sentido em competições de pontos corridos. Logo, quem mais investe tende a terminar nas melhores posições. A disputa fica embaralhada pelo contexto dos principais concorrentes.

Gustavo Gómez, do Palmeiras, levanta a taça do Paulistão de 2023 - Marcello Zambrana/AGIF - Marcello Zambrana/AGIF
Gustavo Gómez, do Palmeiras, levanta a taça do Paulistão de 2023
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Flamengo: Tem um elenco estrelado, superou R$ 1 bilhão de receita no ano passado, mas vive uma confusão no comando técnico, e chega ao Brasileirão sem técnico efetivo.

Atlético-MG: Vem de um período de atritos com o técnico Eduardo Coudet, mas foi campeão mineiro e conta com bons jogadores, como Hulk e Paulinho.

Fluminense: é quem tem menor poderio financeiro entre os citados até agora, mas o time de Fernando Diniz se acertou e Cano não para de fazer gols.

Minha percepção é que é a Série A mais disputada dos últimos anos. São 15 times com muita força financeira e histórica. A gente encara como competição dificílima. Montamos o elenco pensando nisso, para encarar essa competição que será extremamente disputada, em todos os lugares da tabela. O campeonato promete muito, grandes duelos, muito equilíbrio, o que faz com que o futebol brasileiro seja um dos mais imprevisíveis do mundo

Marcelo Paz, presidente do Fortaleza

Quem vem atrás

O Internacional foi vice-campeão em 2022, mas está cambaleante na temporada atual — caiu na semifinal do Gauchão, começou a Libertadores empatando e venceu apertado o CSA na Copa do Brasil. Por outro lado, o Grêmio voltou à elite, foi campeão gaúcho e tem Luis Suárez como astro.

"O Campeonato Brasileiro é uma competição que exige ao máximo do clube. Sua importância e nível de dificuldade fazem com que cada jogo seja uma decisão. Entendemos que nesta temporada o nível irá se manter muito alto", disse Alessandro Barcelos, presidente do Inter.

Entre os paulistas, Corinthians, Santos e São Paulo estão devendo boas atuações na temporada. Tanto que os três nem na final do estadual chegaram. O desempenho é preocupante.

O Brasileiro, sem sombra de dúvida, é uma competição muito dura, para mim o mais difícil que eu disputei em toda a minha carreira, pela regularidade que você precisa ter ao longo de meses de competição, equipes de altíssimo nível, de todos os estados. Você só vai encontrar indicadores de dificuldades. A maior palavra que tenho para essa competição é você ser regular, porque se você não tiver isso, não vai conquistar o título

Alessandro, gerente de futebol do Corinthians

Calleri e Gil brigam pela bola em São Paulo x Corinthians, jogo do Campeonato Paulista - Marcello Zambrana/AGIF - Marcello Zambrana/AGIF
Calleri e Gil brigam pela bola em São Paulo x Corinthians, jogo do Campeonato Paulista
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Velhos e novos emergentes

Vasco, Botafogo e Cruzeiro ainda estão em reconstrução após a transformação em SAF. O Botafogo pelo menos já estava na Série A em 2022, enquanto os outros dois voltam neste ano.

O Bahia também tem cara de SAF, embora não tenha completado a migração ainda. Mas já recebeu investimentos, dirigentes trazidos pelo Grupo City e jogadores da matriz inglesa. É mais um que pode engrossar a lista de aspirantes a lugares nobres na tabela.

O campeonato será muito difícil, com a volta da maioria dos grandes, de grandes torcidas. SAFs, novos investimentos, vários clubes reestruturados. Mas temos convicção no trabalho que está sendo feito, confiança no elenco e no corpo técnico. Nosso objetivo é muito claro: marcar que esse ano seja a volta do Cruzeiro a competições internacionais. A ideia é essa, com essa cabeça que a gente está olhando

Gabriel Lima, CEO do Cruzeiro

Kaiki, do Cruzeiro, disputa lance com Alê, do América-MG, em jogo na Arena do Jacaré, pelo Mineiro 2023 - GILSON JUNIO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - GILSON JUNIO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Kaiki, do Cruzeiro, disputa lance com Alê, do América-MG, em jogo na Arena do Jacaré, pelo Mineiro 2023
Imagem: GILSON JUNIO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Quem vai cair?

O cenário quanto ao rebaixamento fica imprevisível neste ano pela competitividade de alguns e falta de desempenho de outros. O Cuiabá passou perto na temporada passada, terminando em 16º, assim como Coritiba (15º), Red Bull Bragantino (14º) e Goiás (13º).

O Brasileiro deste ano promete ser ainda mais desafiador. A cada ano, o futebol nacional vem se tornando mais competitivo, com os clubes adotando novos modelos de gestão, com a chegada de novos patrocinadores e mais investimentos. Todos esses fatores acirram ainda mais a disputa. No ano em que completamos 80 anos de história, celebramos a nossa 42ª participação na principal competição nacional e estamos muito focados em fazer um campeonato ainda melhor que em 2022

Paulo Rogério Pinheiro, presidente do Goiás

Eu acho que vai ser disputado como todo ano é. Tem uma questão psicológica por todas essas equipes grandes estarem participando este ano. A gente vai enfrentar a maioria dos jogos cheios, jogando contra equipes tradicionais. Mas acredito que o nível técnico não vai ficar muito diferente dos últimos anos".

Christiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá

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