"Neymar não sabe perder". Blogueiros analisam agressão a torcedor na França
No último fim de semana, Neymar se envolveu em mais uma polêmica ao perder a cabeça e agredir um torcedor depois de o PSG ficar com o vice da Copa da França. Filmados pelos fãs do Renner enquanto subia as escadas do Stade de France para receber a medalha de vice, o brasileiro se incomodou com a provocação de um aficionado e respondeu com um soco (relembre em vídeo mais abaixo).
No mesmo dia, através das redes sociais, Neymar escreveu que 'ninguém tem sangue de barata'. E os blogueiros do UOL Esporte? O que acharam da atitude do brasileiro? Confira:
Foi uma explosão desmedida e desnecessária, de quem vive numa bolha com família, staff e "parças" e quando entra em contato com a realidade, com o povo, com o contraditório?se perde feio. Nada justifica o destempero. Menos ainda depois de longa inatividade por conta de nova lesão no pé. Era para estar com a cabeça mais "limpa", menos pressionado. Até porque curtiu bastante no período de recuperação, inclusive durante o Carnaval. (LEIA O POST COMPLETO)
Neymar não é de briga. Não dá para comparar com Romário, Edmundo, Chulapa, esses caras. Ele gosta é de provocar. Mas não aguentou a provocação de um torcedor. A impressão que dá é que esteja forçando uma saída do PSG. Além do soco no torcedor, ele saiu falando mal dos companheiros de time. Disse que os mais novos falam muito e ouvem pouco. E ele, escuta alguém? Deve estar incomodado com a escolha errada que fez. Não foi bom ter deixado o Barcelona para jogar na França. Contusões e confusões, basicamente. Suspenso na Champions e agora no Francês. Cada dia arruma um jeito diferente para desperdiçar o talento que tem.
Uma covardia inominável e que prova que se ele não tem sangue de barata, tem, ao menos, cérebro de ameba.
A gestão da carreira de Neymar tem duas pontas: a financeira é um sucesso, como deveria ser pela bola que joga, mas a esportiva tem problemas e acredito que tem deixado ele desestabilizado, vide as ofensas ao árbitro e da agressão ao torcedor. Decisões erradas o deixam cada vez mais longe de ser o melhor do mundo.
Ninguém é obrigado a ficar aturando insultos, ainda mais cara a cara. Mas ao agredir o torcedor, Neymar permitiu que o agressor (verbal) se transformasse em vítima (física) e se vestiu de vilão, atraindo mais comentários negativos contra ele. Péssimo para o jogador, ainda mais instantes depois de perder uma decisão para um time muito mais barato e tecnicamente inferior ao seu PSG.
A atitude de Neymar configura um padrão, quando lembramos da Olimpíada-16. Após o final do jogo, com um título até então inédito, ele, com uma faixa com a inscrição 100% Jesus na testa, brigou com um torcedor. Agora, sem faixa, briga com outro torcedor. A mensagem é clara: Neymar não sabe ganhar. Neymar não sabe perder.
Neymar não tem sangue de barata? Ninguém tem. E, no entanto, todos os jogadores do PSG foram xingados e só um revidou com um soco. Até me pareceu um chega para lá, mas todas as testemunhas dizem que foi soco e que o lábio do tal Edouard sangrou. Foi mal demais. Por tudo o que representa, o que se pede é que ele se ajude a que o mundo possa falar de futebol, quando se fala Neymar. Hoje se fala de tudo, menos de seu talento. Por sua responsabilidade. Até no dia em que volta a iniciar um jogo após 94 dias e é o melhor em campo, nem assim ele nos permite falar apenas de seu talento, porque agride um torcedor. Copia um de seus grandes críticos, Eric Cantona. (LEIA O POST COMPLETO)
Neymar e o torcedor estão errados na treta. O jogador porque agrediu, e o torcedor porque provocou. O astro do PSG só piorou a situação ao se manifestar. Disse que está errado, mas que ninguém tem sangue de barata. Acontece que só ele reagiu. Outros jogadores do time ignoraram o provocador. Neymar deveria só ter assumido o erro e pronto. Quanto mais se tenta justificar esse tipo de reação pior fica.
Não há o que justifique a atitude de Neymar com o torcedor. Mas há o que ajude a explicá-la. Afinal de contas, a atitude do atacante do PSG não era esperada, mas também não da pra dizer que surpreende dado o comportamento que Neymar costuma ter quando é criticado. E esse comportamento não vem por acaso. É só olhar para o exemplo que ele tem "dentro de casa", aliás não só, porque Neymar pai não é só pai, mas também empresário do atleta. Quando questionado sobre uma festa que teria feito no hotel da seleção brasileira na Rússia, a resposta dele à repórter foi: "fiz uma festa com a sua mãe". Quando viu o filho ser criticado por Casagrande, Neymar pai de novo saiu em defesa já com um ataque: "Por vezes se aproveitam de um microfone forte, de uma carreira de "jogador" (não dá para chamarmos de "atleta" alguém com comportamentos no mínimo questionáveis fora dos gramados) sem muito brilho, sempre à sombra de outros mais talentosos, para destilar suas frustrações." As atitudes de Neymar filho refletem a mesma postura que ele vê o pai tendo. E essa postura coloca o camisa 10 da seleção como se estivesse acima do bem e do mal. Como se não fosse passível de críticas.
Só que a posição em que Neymar está, como o principal jogador de uma nação que respira futebol, torna-o suscetível a isso. Claro que é chato a superexposição na mídia, e as críticas e insultos de torcedores - muitas vezes excessivas - mas ser um ídolo do futebol envolve isso também, é o ônus. E tem também o bônus, que vai muito além da questão salarial. Vocês já chegaram num trabalho novo e foram recebidos por dezenas de milhares de pessoas gritando seu nome? Já ouviram um estádio inteiro aplaudir um feito seu? Neymar já. Então se ele sabe lidar com os elogios, está na hora de aprender a lidar com as críticas também. E agressão definitivamente não é o caminho.