Para acusação, depoimentos de PMs comprovam ocultação de cadáver de Daniel
Os depoimentos dos dois policiais militares que atenderam à chamada da localização do corpo de Daniel em plantação de pinus em 27 de outubro deram detalhes de como era o local onde a vítima foi deixada após ser morta. Para a acusação, as falas dos policiais Alexandre Francisco da Silva e Luís César da Fonseca "comprovam que houve ocultação de cadáver".
"Os depoimentos dos dois policiais reforçam que houve ocultação de cadáver. O primeiro policial disse que o corpo foi jogado em um desnível da rua e o segundo foi mais contundente. Disse que o corpo estava em meio a arbustos. Isso reforça a ocultação", disse Nilton Ribeiro, assistente de acusação e advogado da família de Daniel.
Cláudio Dalledone Junior, advogado de Edison Brittes, não quis se manifestar após deixar a sala de audiência no fórum de São José dos Pinhais para almoço. Edison Brittes confessou ter matado Daniel.
O advogado de defesa de Ygor King e David Vollero, Rodrigo Faucz discorda da acusação. "O depoimento deles foi importante. Os policiais disseram que o corpo não estava ocultado, que estava em situação visível". David e Ygor são réus por homicídio. Os dois acompanharam Edison Brittes e Eduardo Henrique da Silva no Veloster preto que levou Daniel para a morte.
Nos depoimentos dos policiais, Alexandre Francisco da Silva e Luís César da Fonseca falaram que um rapaz achou o corpo ao passar pela via e avistar marcas de sangue.
Alexandre Francisco da Silva relatou que o corpo estava abandonado e que os policiais trabalharam para preservar o local do crime assim que constataram o óbito. "O terreno tinha árvores, mas era descampado", explicou.
Segundo os dois PMs, o lugar era descampado e não parecia um esconderijo, mas não era possível visualizar o corpo de longe.
"O local onde o corpo estava tinha arbustos e da estrada não era possível ver o corpo. Para visualizar tinha que se aproximar", explicou Luís César da Fonseca.
Também falaram hoje (01) Celso Alexandre Pacheco de Quevedo, dono da moto de Brittes; o tenente Pedro Monteiro e Douglas Silveira, dono do comércio onde Edison Brittes Júnior foi comprar mais bebida alcoólica antes do crime. Ele afirmou que "Edison aparentava nervosismo".
2ª fase de audiência
A segunda fase de audiência de instrução do caso Daniel terá depoimento apenas de testemunhas de defesa dos sete réus acusados de envolvimento na morte do jogador. Depois disso, será a vez dos réus testemunharem pela primeira vez após a conclusão do inquérito policial.
Na primeira fase, em fevereiro, as testemunhas de acusação que falaram à Justiça. Entre elas, membros da família de Daniel. A mãe do jogador, Eliana Correa, chorou ao falar do filho e ficou cara a cara com Edison Brittes Júnior.
Relembre o caso
Daniel Correa foi morto no início da manhã de 27 de outubro do ano passado após participar da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes em uma boate de Curitiba. Depois da comemoração, alguns convidados seguiram para a casa da garota, incluindo Daniel.
Na casa de Allana, o pai da menina, Edison Brittes Júnior, iniciou uma sessão de espancamento contra Daniel após ter visto o jogador em seu quarto, onde sua mulher Cristiana Brittes dormia. O atleta apanhou de vários homens até ser levado de carro por Edison, David Vollero, Eduardo Henrique da Silva e Ygor King até uma estrada.
No local, Daniel foi degolado e emasculado. O corpo do jogador foi achado naquele final de semana.
Seis pessoas estão presas pela morte de Daniel: a família Brittes (Edison, Cristiana e Allana), David Vollero, Ygor King e Eduardo Henrique da Silva. Eles são acusados de diferentes crimes cometidos durante e depois do assassinato. A sétima ré, Evellyn Perusso, responde por falso testemunho em liberdade.