Cinco influencers são presos suspeitos de esquema que movimentou R$ 680 mi
A Polícia Civil da Bahia prendeu, hoje, 23 pessoas, entre os quais cinco influenciadores digitais, suspeitos de integrarem uma organização criminosa que lavava dinheiro por meio de rifas ilegais nas redes sociais. O grupo teria movimentado R$ 680 milhões, segundo as autoridades.
O que aconteceu
Os influenciadores presos são:
- Ramhon Dias que soma 427 mil seguidores. Ele já havia sido preso em setembro de 2024 por suspeita de participação em esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas por meio de rifas ilegais. Ele foi solto ainda no ano passado e agora foi detido novamente.
- Franklin Reis acumula 690 mil seguidores. Reis ganhou popularidade na internet com os personagens humorísticos Neka e Abias.
- O casal de influencers José Roberto Santos e Gabriela Silva, que, juntos, somam mais de 250 mil seguidores. José Roberto, conhecido na internet como "Nanam Premiações", também foi preso na mesma operação que deteve Ramhon em 2024. Casal seria o chefe do esquema criminoso, segundo a PCBA.
- Lázaro Andrade é um policial militar influencer com 169 mil seguidores. Ele, que é conhecido como Alexandre Tchaca, tem um podcast e tentou se eleger vereador em 2024, mas não foi eleito.
Além dos cinco influenciadores, também foram presos outros cinco policiais militares da Bahia. Mais três agentes tiveram o mandado de prisão expedido pela Justiça estadual, mas, segundo a Polícia Militar da Bahia, eles não foram localizados e são considerados foragidos. Os nomes dos PMs não foram revelados. Mais 10 pessoas foram detidas, porém não tiveram as identidades divulgadas.
Splash não conseguiu contato com as defesas dos influenciadores. O espaço segue aberto para manifestação.
Entenda como funcionava o esquema
Grupo atuava principalmente por meio dos perfis desses influenciadores com milhares de seguidores. Segundo a Polícia Civil da Bahia, a organização criminosa atuava em Salvador e na região metropolitana da capital baiana.
Grupo tinha método de atuação sofisticado, diz a investigação. Os suspeitos mantinham uma estrutura para realizar transações financeiras por meio de empresas de fachadas e usavam laranjas para disfarçar a origem do dinheiro obtido por vias ilícitas.
Policias da ativa e ex-militares ofereciam proteção aos criminosos. Os agentes são acusados de fornecerem informações privilegiadas aos comparsas, além de atuarem também como operadores das rifas ilegais.
Rifas oferecidas pelo grupo custavam centavos. Em troca, eles prometiam premiações de valores altos, além de itens como carros de luxo.
Polícia afirma que os sorteios eram manipulados. De acordo com a investigação, os prêmios costumavam ser entregues a membros da própria organização, em uma tentativa de legitimar o esquema criminoso perante os seguidores.
Na operação de hoje, foram apreendidos diversos itens dos suspeitos. Entre outros, a polícia apreendeu veículos de luxo, relógios, dinheiro, cartões bancários, celulares e notebooks. Justiça da Bahia também autorizou o sequestro de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado.