Poliana em 'Vale Tudo' de 1988, ator enfrentou doença sem cura e silenciosa
No remake de "Vale Tudo" (Globo), quem vive Audálio, mais conhecido como Poliana, é Matheus Nachtergaele, 57. Na versão original, quem interpretou o icônico personagem foi Pedro Paulo Rangel, morto em 2022.
- Quer ficar por dentro de tudo o que rola no mundo das novelas? Clique aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp.
O que aconteceu
Em 1988, Poliana também se torna amigo e sócio de Raquel, a protagonista. Na versão escrita por Gilberto Braga, Leonor Bassères e Aguinaldo Silva, o personagem vivido por Pedro Paulo Rangel vive sempre de bom humor e disposto a ajudar os outros. No remake o dono do botequim tem a mesma personalidade.
Cria dos palcos, Pedro Paulo Rangel debutou no teatro profissional em 1968. O espetáculo de estreia foi nada menos do que "Roda Viva", de Chico Buarque, com a direção de Zé Celso. Na sequência, fez peças inúmeras peças importantes.
Estreou na TV em 1969, na extinta Tupi, e depois migrou para a Globo. O ator manteve um contrato com a emissora da família Marinho por 30 anos, até 2013, quando optou por se dedicar somente ao teatro.
Além de Poliana em "Vale Tudo", fez dezenas de personagens icônicos em novelas. Adamastor Crowley em "Pedra sobre Pedra"; Padre Joseph em "A Indomada"; Clóvis Tenório em "Pecado Capital"; Calixto em "O Cravo e a Rosa"; e Argemiro, o Gigi, em "Belíssima" são alguns exemplos.
Doença e morte aos 74 anos
Pedro Paulo Rangel foi diagnosticado com DPOC em 2002. A sigla corresponde à doença pulmonar obstrutiva crônica, que não tem cura, mas que foi controlada por anos pelo ator com a ajuda de remédios e fisioterapia.
Além de não ter cura, a DPOC é considerada uma doença silenciosa. Segundo dados da Fundepoc (Fundação Argentina especializada em DPOC), cerca de 80% dos portadores não sabem que têm a doença. O sintoma principal, a redução persistente do fluxo de ar, acaba sendo ignorado, causando piora no problema com o tempo a ponto de levar à morte.
Cigarro é o principal fator de risco. Pedro Paulo Rangel foi fumante até 1998, quatro anos antes de ser diagnosticado com DPOC. A exposição prolongada à fumaça do tabaco, seja por meio do fumo ativo ou passivo, é a principal causa da doença.
Ator morreu em 2022, aos 74 anos, após ser internado com quadro grave da doença. Nesse mesmo ano fez seu último trabalho na TV, uma participação na série "Independências", da TV Cultura.