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Ceará diz que humor do Pânico não cabe mais na TV: 'Os tempos mudaram'

Ceará apresenta o podcast "Festa da Firma" - Divulgação
Ceará apresenta o podcast 'Festa da Firma' Imagem: Divulgação
do UOL

De Splash, em São Paulo

08/04/2025 05h30

Ceará, 52, ficou famoso por sua imitação de Silvio Santos no Pânico na TV. O programa, que estourou nos anos 2000 com um humor escrachado, chegou ao fim em 2017. Segundo o comediante, o programa, nos moldes antigos, não tem mais espaço na televisão, apesar da nostalgia dos telespectadores.

Mais de dez anos após deixar o Pânico, ele inaugura uma nova fase do podcast Festa da Firma. Ceará, que interpretava o personagem PJ Neto em entrevistas com empresários e famosos, agora assume a cadeira de entrevistador como ele mesmo, sem "disfarce".

Em entrevista a Splash, o humorista fala do programa, do Pânico, da carreira e de seu lado empreendedor:

O público pede, mas, para Ceará, o Pânico dificilmente voltará à televisão. "Hoje, não daria pra fazer. Se desse, estaria no ar até hoje. [...] O que eu mais escuto na rua é: 'Poxa, por que o Pânico não volta para a TV?'. Eu falo: 'Amigo, porque os tempos mudaram'. Não é a gente que decide, é o público", diz.

Ele afirma, porém, que não se arrepende do trabalho no programa. "Não tem arrependimento. É uma coisa para se aprender. Eu não me arrependo, porque não fiz com maldade".

Tem coisa das quais você ria nos anos 1980, das quais você não ri mais hoje. Você não ri porque aquilo não cabe mais como humor ou porque você já ouviu demais, se repetiu. [...] Na segunda, quarta, quinta, sexta vez [que você ouve], não tem mais graça, não é novidade. E é isso.
Ceará

Para Ceará, faz parte do trabalho do comediante se adaptar ao humor do público. "Isso vai do discernimento, da humildade e da sabedoria de cada profissional, como humorista. Não adianta querer bater de frente e falar assim: 'Não, essa piada eu vou contar assim mesmo'".

Ele ainda tem o desejo de produzir um documentário sobre o programa. "É muito legal olhar para trás sem ressentimento, sem angústia. O que passou, passou. Foi aprendizado. [...] Foi um programa de sucesso. As pessoas, gostando ou não, têm que aceitar, têm que respeitar. Foi um sucesso graças ao público e graças a todo o elenco que se empenhou na produção."

Ceará também revela o desejo de voltar à televisão com um talk show. "Eu tenho muita vontade de voltar para a televisão, mas não para fazer aquilo que os donos querem ou que as pessoas querem, mas aquilo que eu acredito e aquilo que vai me dar prazer."

Podcast em nova fase

No podcast, a transição de PJ Neto para Ceará foi uma decisão em comum acordo entre o humorista e os criadores. Ele conta que se descobriu apresentador e pretende explorar mais esse talento nesse novo momento do programa. O foco das conversas continua sendo o mundo dos negócios e o ambiente corporativo, mas com bom humor e histórias curiosas trazidas pelos convidados.

Eu nunca gostei de me ver e ouvir. De uns tempos pra cá, depois de mais velho, eu passei a me soltar mais e a querer me ver para também corrigir o que eu estou errando e saber o que eu tenho que fazer para melhorar. [...] Graças a Deus, teve uma evolução desde o primeiro episódio.
Ceará

Apesar de o programa brincar com o estereótipo dos "farialimers", os empresários costumam levar tudo na esportiva. Ceará (ou PJ Neto) já recebeu Alvaro Garnero, Roberto Justus, Caito Maia, da Chilli Beans, e João Apolinário, da Polishop, além de famosos como Bola e Carioca, Otaviano Costa e Dani Calabresa. "Nunca tive briga com ninguém. Sou muito grato a todos por entenderem e compreenderem que é apenas uma inspiração, uma homenagem. Não é para tirar onda", diz.

O humorista ainda tem vontade de entrevistar nomes como Eike Batista, Virgínia e Patrícia Abravanel. Ex-membros do Pânico também estão na "lista de desejos" de Ceará, como Sabrina Sato e Juju Salimeni.

Humorista é "pai da Valentina" e empreendedor

Valentina, 10, filha de Ceará e Mirella Santos, faz sucesso nas redes com o carisma e a veia humorística dos pais —mas sem pressão para seguir carreira na mídia. O humorista a classifica como melhor que ele. "Mais engraçada, mais espontânea, é linda. Eu sou o pai da Valentina com muito orgulho e converso muito com ela. Eu falei assim: 'Minha filha, quando alguém te perguntar o que você vai ser quando crescer, responda: 'Vou ser feliz'".

O lado empreendedor também está aceso em Ceará, que hoje tem participação em três empresas. Ele é sócio-parceiro da franquia de sorvetes Ice Roll, influenciador-parceiro na Lion Fitness, que produz equipamentos para academias, e fundador da Vox Benefícios, consultoria especializada em benefícios corporativos.

Os episódios do Festa da Firma Podcast estão disponíveis toda quarta-feira, às 19h, no YouTube e nas principais plataformas de áudio.

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