Carol Ribeiro está bem após diagnóstico de esclerose: 'Palavra tem estigma'
Carol Ribeiro falou pela primeira vez de seu diagnóstico de esclerose múltipla na segunda-feira, em um evento em São Paulo. A modelo, porém, está nessa jornada desde agosto de 2023, quando teve os primeiros sintomas.
Em entrevista a Splash, ela deu detalhes dos sintomas da doença, do tratamento, de suas perspectivas e de sua saúde.
Em 2023, Carol percebeu uma série de sintomas que, inicialmente, confundiu com menopausa e crises de pânico. Ela sentia fadiga extrema, visão turva, desequilíbrio, dor de cabeça, calorões, tontura e dificuldade para falar. "Toda vez que eu ia sair pra um trabalho, me arrumar, eu começava a passar mal de tontura, como se fosse um pânico. Começava a suar, passar muito mal, e aí ligava o ar-condicionado, dava uma acalmada, melhorava", conta.
Em uma ocasião, ela demorou três horas para arrumar uma mala — tarefa que costumava completar em 15 minutos. "Essas três horas passaram e eu não via as horas passarem. Eu sentava, descansava, me sentia mentalmente cansada de estar ali, mas me perdia."
Eu não conseguia organizar os pensamentos. Estava completamente desnorteada, estava sentindo que eu estava enlouquecendo. É como se eu estivesse sem saber por onde começar. Carol Ribeiro
A modelo começou a buscar um diagnóstico, mas teve dificuldades para encontrar uma resposta. Após exames ginecológicos, soube que ainda não estava na menopausa. Então, visitou endocrinologistas, nutrólogos e nutricionistas e passou a tomar vitaminas para tentar recuperar a energia. No entanto, os sintomas persistiram, e ela passou a fazer um "diário" do que sentia.
Foi Ana Claudia Michels, que deixou as passarelas para se dedicar à medicina, que ajudou Carol a descobrir a esclerose múltipla. Após ver os exames de Carol, Ana Claudia, hoje especialista em geriatria, pediu que ela parasse de tomar outros remédios e voltasse a um médico de confiança. A partir daí, a modelo foi encaminhada a um neurologista, que descobriu a doença. Ana Claudia também indicou um especialista em esclerose para a amiga.
A Ana é nosso orgulho. Eu mandei uma mensagem para ela agradecendo, e ela disse: 'Eu não fiz nada'. Eu falei: 'Você fez tudo'. Ela fez eu parar para voltar ao médico, depois indicou um médico que ela mesma pesquisou. Esse médico realmente me mostrou uma luz, mostrou que tem toda uma vida com o diagnóstico. Para mim, ela fez tudo. Eu tive muita sorte de ter essas pessoas do lado. Carol Ribeiro
O diagnóstico definitivo chegou em abril do ano passado, e foi um baque para a modelo. "É um susto, porque a expressão 'esclerose múltipla' carrega muitos estigmas, muitos medos, muitas inseguranças. [...] Eu saí do consultório tentando entender o que estava acontecendo, não acreditei no que estava ouvindo", conta.
O tratamento com um especialista tranquilizou Carol, que viu uma "luz" após a consulta. "Ele disse: 'Calma, esclerose múltipla não é esse monstro'. É uma doença neurodegenerativa que não tem cura entre aspas, porque tudo está em processo de mudança nessa área".
Desde então, Carol tem feito um tratamento com imunomodulador e hormônios. O imunomodulador interfere na atividade do sistema imunológico que ataca as células do próprio corpo. O tratamento hormonal foi recomendado porque, segundo a modelo, os sintomas da esclerose pioravam perto da menstruação. Carol diz que os sintomas foram praticamente sanados, mas destaca que cada paciente precisa buscar o tratamento ideal, já que cada caso é individual.
Eu tenho feito exames desde que fiz a primeira ressonância, sempre faço os exames pedidos para acompanhar a progressão da doença, e a doença não progrediu. Ela está lá, paradinha, e assim ela vai ficar. Eu digo que um dia a gente vai pegar uma ressonância e ela não vai estar mais lá. Carol Ribeiro
Ela ressalta a importância de encontrar um tratamento adequado e um "ponto de equilíbrio". "É importante sentir, escutar o seu corpo e se permitir ser vulnerável. [...] Eu me cobrava muito, e hoje eu me permito estar vulnerável."
Hoje, eu estou mais carinhosa comigo. Estou querendo viver e viver bem, ao lado dos meus. [...] Eu estou melhor de saúde do que eu estava há três anos. Carol Ribeiro
Carol se emociona ao falar do apoio das amigas e do marido, Paulo Lorenço — os dois estão juntos há 28 anos. "Se eu já amava [o Paulo], hoje eu amo mais ainda, o que eu achava impossível. Foi a pessoa que, realmente, esteve do meu lado em cada segundo".
Carol, que comanda a transmissão do tapete vermelho nas premiações na TNT, está trabalhando normalmente, mas respeitando mais seus limites. Ela conta que foi amparada pela equipe quando compartilhou o diagnóstico e, apesar de conseguir trabalhar normalmente, passou a respeitar mais seu corpo.
Eu sempre topava tudo. Agora vou topar um pouco menos. A gente trabalha na ralação, e eu sou dessas, visto a camiseta e me jogo, mas talvez eu precise ser menos assim [risos]. Carol Ribeiro
Na próxima semana, ela desfilará na São Paulo Fashion Week. Ela estará nos desfiles de Alexandre Herchcovitch, de quem é fã, e da marca Normando, paraense, assim como ela. "Para mim, é um presente estar na passarela deles", comemora.