Topo
Entretenimento

Taís Araujo falou com Regina Duarte sobre papel em 'Vale Tudo': 'Gentileza'

Regina Duarte e Taís Araújo como Raquel em "Vale Tudo" - Divulgação/Globo
Regina Duarte e Taís Araújo como Raquel em 'Vale Tudo' Imagem: Divulgação/Globo
do UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

31/03/2025 13h06Atualizada em 31/03/2025 14h25

Taís Araujo vai estrear hoje em "Vale Tudo", interpretando Raquel, vivida por Regina Duarte na primeira versão. Ela conversou com o jornal O Globo e contou que trocou mensagens com a atriz.

O que aconteceu

Taís Araújo disse que conversou com Regina Duarte: "Tinha lido mensagens gentis da Regina sobre a minha participação na novela como Raquel, essa personagem que ela fez de forma tão icônica, que está no coração de todos nós. Achei que precisava retribuir essa gentileza".

A atriz detalhou como foi o papo com Regina: "Mandei mensagem agradecendo, e ela me mandou outra mensagem superbonita. Educação, gentileza, elegância nunca é demais. Ela foi tudo isso comigo".

Taís Araújo afirmou que as duas pensam diferente, mas ressaltou a importância de Regina na história da teledramaturgia. "Temos pensamentos que divergem, mas não posso apagar Regina Duarte da história da dramaturgia, entendeu? Até porque ela fez outros personagens incríveis que gostaria de fazer, como Viúva Porcina, Rainha da Sucata."

A atriz comentou sobre como é dar vida à Raquel: "[Ela é] Uma mulher que a gente enxerga e reconhece. Como as mulheres brasileiras negras que sustentam a base da pirâmide, estão no corre, são mãe solo. Que a gente, que vive o privilégio absoluto sem ter que se preocupar com fazer comida, limpar a casa, olha e pensa: 'Como ela consegue?'".

Taís disse que, apesar de ter sido feito por uma atriz branca na primeira versão, o papel muito provavelmente retratava uma mulher negra. Porém, por ter sido uma produção dos anos 1980, o protagonismo negro na TV era quase inexistente: "Na primeira versão, tinham dois atores negros. No Brasil de 1988, era inviável".

Ela ressaltou que a inviabilidade não era pela falta de profissionais negros. "Eles não eram respeitados, vistos, sequer escalados, sequer pensados para fazer isso. É lindo construir essa narrativa hoje. Quem construiu essa narrativa deturpada da população preta, LGBTQIAPN+ e outras à margem do centro e do poder foi o jornalismo, telejornalismo, a publicidade e a teledramaturgia."

Ela destacou que as novelas tiveram papel nesse reforço de estereótipos com as minorias: "[A teledramaturgia] é quem conta a história de um país, é a identidade brasileira. Durante muito tempo, a população negra só era vista como a mazela do país, desde que foi trazida sequestrada, escravizada. Óbvio que tem um valor comercial gigantesco por trás disso. Mas é um valor a ser respeitado como consumidor no mundo capitalista. É nossa responsabilidade reconstruir a narrativa. E isso está rolando".

Entretenimento

publicidade