'Lollakids'? Adultos reclamam de fãs de Olivia Rodrigo: 'Gritam muito'
Parte do público adulto que compareceu ao primeiro dia de Lollapalooza 2025 reclamou da presença marcante do público infantil que foi assistir ao show de Olivia Rodrigo.
Antes mesmo da abertura dos portões às 11h, os "livies", como são chamados os fãs da artista norte-americana, já se faziam presentes no Autódromo de Interlagos, onde acontece o show. A maior parte, acompanhada pelos pais, foi para a frente do palco Budweiser e permaneceu por lá até o encerramento, já que é a artista que encerra o primeiro dia de festival.
O público que foi para curtir outros shows reclamou. Para o advogado Abner Oliveira, 25, que foi com a intenção de curtir o show da banda australiana Empire of the Sun, os fãs "acampados" na frente do palco Budweiser eram "muito mal-educados e incomodaram". "Eles ficaram conversando e gritando muito no show do Empire of the Sun. Não interagiram com o vocalista quando ele desceu do palco e ficam se empurrando", disse ele a Splash.
Mesclar artistas com público adulto e aqueles com o perfil mais infantil pode comprometer a experiência de quem veio curtir o festival, admite a gerente de marketing Ilze Costa, 31. "Não acho bom, compromete a experiência dos dois lados. Tudo bem que o festival é diverso, mas dá pra ornar mais as apresentações, porque às vezes os festivais querem misturar muito e compromete a experiência".
Para a bancária Andressa Luz, 25, o festival proporciona experiências diferentes para todos os perfis, mas destaca que "essa mistura" de adultos e adolescentes no mesmo ambiente "pode atrapalhar". "Principalmente porque criança fica no ombro dos pais e atrapalha para quem está atrás e quer assistir ao show. E, realmente, nunca vi tanta criança no Lolla".
Fãs se defendem
Melissa Lobato, 15, foi ao Lolla acompanhada pela madrasta, Gildeline da Costa, 44, e rebateu aqueles que criticaram o público adolescente no festival. Para ela, que é fã de Olivia Rodrigo, a proposta do Lollapalozza é realmente atrair um "público mais jovem" e os adultos que vão já deveriam ter consciência disso.
O Lolla não é um evento exclusivo para adultos e tem foco no público mais jovem. Hoje, além da Olivia, teve show do Jão, que também tem público jovem. Amanhã tem Shawn Mendes. Então [o adulto] tem que vir com essa expectativa de um público adolescente. Melissa Lobato
Gildeline afirmou que curte essa mistura de gerações, especialmente para quem vai em família, como é o seu caso, que levou a enteada. "O festival é mais jovem, mas tô achando gostoso, uma coisa de gerações curtindo ao mesmo tempo. A gente veio com ela e já sabe que é assim. Mas compreendo que quem não tem filho pode ter uma crítica".
Daniela de Carvalho, 48, foi ao festival acompanhada do marido e da filha, que é adolescente. Ela disse não se incomodar com o público "infantil", embora admita que de fato atrapalhou um pouco a experiência de quem queria curtir o show da banda australiana. "Atrapalha um pouco porque não dá chance pra quem está a fim de ver outros shows. Tinha um monte de fãs da Olívia sentados no show do Empire of the Sun".
Engana-se, no entanto, quem pensa que apenas adolescentes vieram ao Lolla por causa de Olivia Rodrigo. Um grupo de quatro amigos veio do Recife (PE) para ver de perto a cantora norte-americana e rebate aqueles que criticam os "livies".
"As pessoas jovem merecem ver os artistas também e o povo é muito chato", afirmou Paulina, 26. Ela também defendeu a presença de Rodrigo no palco principal. "Faz sentido colocar no mesmo palco em termos do tamanho do artista e a Olivia tem poder de atrair público, o que gera essa situação, muita gente acampando para vê-la".
Vitor, 27, concordou com a amiga e disse haver "preconceito com música pop" por parte de quem reclama dos fãs de Olivia. "Tem um preconceito muito grande com música pop, quando uma artista como Olívia faz sucesso, mas se parassem para ouvir [as músicas dela] iam gostar".