Veja sete famosos que arrebentaram o armário e se orgulham de ser LGBT+
Nem sempre expressar a sexualidade no mundo artístico foi sinônimo de acolhimento e oportunidades — ainda hoje há quem rejeite trabalhos para artistas abertamente LGBTQIAPN+. Hoje, o Brasil comemora o Dia Nacional do Orgulho Gay e Splash separou sete atores que se orgulham da sua sexualidade.
Marcos Pitombo
O galã Marcos Pitombo, 42, se assumiu gay em 2023 quando revelou relacionamento com o diretor de Marketing Iasser Hamer Kaddourah. Os dois terminaram no mesmo ano, mas o ator disse que ter se assumido a relação o fortaleceu: "Passei a me permitir viver pequenas situações do dia a dia como todo mundo faz. E naturalizar o afeto e o amor".
Errado seria não compartilhar [o post do meu então namorado]! Esse momento tudo acaba sendo idealizado e temido por qualquer pessoa LGBT. No meu caso, foi inesperado, mas ao mesmo tempo foi num ótimo momento. Uma declaração bonita no contexto de felicitação. Estou aliviado, leve e fortalecido. Marcos Pitombo, em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo, em 2023
Hugo Bonemer
Primo do apresentador William Bonner, Hugo Bonemer, 37, já foi coagido a mentir sexualidade e afirmou ter sido o primeiro de sua geração a se assumir gay. "Fui o primeiro ator da minha geração a fazer isso por vontade própria, e é um orgulho muito grande que eu carrego. (...) Até então, as pessoas que tinham saído do armário, ou não foi por vontade própria, ou eram artistas que já estavam consagrados e com a carreira bem construída", falou em entrevista ao F5, da Folha.
Fazer terapia e me investigar me ajudou a entender que eu achava que lutava contra os outros, mas era contra mim mesmo. Sempre soube que nasci gay. Só me disseram que era algo ruim e eu decidi que precisava mentir. (...) Eu diria que, se a pessoa se sentir feliz assim, siga sua vida como quiser. Mas se sentir um aperto no peito, e quiser sentir o prazer de ter a liberdade de segurar a mão de quem ama na rua, então se joga. Não tem hora nem momento certo. Hugo Bonemer, em entrevista à revista Híbrida em 2019
Rodrigo Sant'Anna
O ator e humorista Rodrigo Sant'Anna, 43, só falou mais de sua sexualidade após incentivo do marido. "A primeira sensação que você tem enquanto gay é vergonha da sua orientação sexual. E isso eu não quero mais. (...) Não dá para ter vergonha do amor", falou ao jornal Extra, em 2020.
[Sair do armário] Foi libertador! Sempre dá um pouco de receio de como as pessoas vão encarar. Foi complicado me identificar como gay em uma comunidade. A maneira que as pessoas falam disso é pejorativo e você se sente menor. Isso vai minando a autoestima. Eu mesmo tentei colocar na minha cabeça que o certo era ser hétero e que eu não podia sair do armário. Hoje eu falo: 'Assuma quanto antes se isso for relevante para você'. O peso da mentira que você tira das costas é enorme. A verdade, por mais que doa, vale muito mais a pena. Rodrigo Sant'Anna, em entrevista à revista Quem em 2022
Marco Pigossi
Outro galã que se assumiu nos últimos anos foi Marco Pigossi, 36. No Conversa com Bial, em 2023, ele se abriu. "Nunca foi uma coisa direta [o preconceito velado], nunca me foi pedido que isso fosse aberto ou falado sobre. Mas era velado, a partir de relatos, conversas e coisas que eu ouvia das pessoas".
A gente tem muito medo de como isso vai ressoar para as pessoas ao redor. E a gente acabava ouvindo coisas dos próprios pais, que vêm de um lugar de amor e proteção, que é aquele discurso 'eu tenho muito medo que você sofra'. E isso já causa na gente um medo de existir por si mesmo, que é onde a gente tem medo do que as pessoas vão achar. E, para mim, foi um processo diferente, porque esse processo de autoaceitação e me reconhecer como homossexual passou por um lugar muito diferente, porque era público. Era para um país inteiro. Eu tinha um medo profissional muito grande. Marco Pigossi, em entrevista no Conversa com Bial, em 2023
Carmo Dalla Vecchia
A Splash, em 2023, Carmo Dalla Vecchia, 53, comentou sobre a motivação de falar abertamente de sua sexualidade nas redes sociais após anos sofrendo pressão da imprensa. "Acho que é uma sinceridade minha de me comunicar. Talvez tenha sido isso. A partir do momento que eu quis falar sobre determinados assuntos, eu disse: então vamos falar mesmo, vamos falar de uma maneira aberta".
[Antes de me assumir] As pessoas não falaram na época porque quando percebi que queriam mesmo falar sobre esse assunto e achar qualquer brecha eu me fechei e não dava mais entrevistas porque eu sabia, porque a pergunta sobre [isso] vinha. A pessoa sabia que eu era gay, mas a pergunta era 'que tipo de mulher você gosta'. A pergunta era capciosa. Carmo Dalla Vecchia, em entrevista no podcast Papagaio Falante, em 2023
Marco Nanini
Abrindo sua sexualidade para todos em 2011, Marco Nanini, 76, já declarou que não se sentiu ousado ou corajoso por ter feito isso: "Se eu pensasse assim, acho que travava. Seria sinal de que tinha medo. Os pobres, os velhos, os negros, os gays, as trans estão sendo massacrados todo dia. (...) O problema do Brasil não é o beijo gay, é a desigualdade social", refletiu em entrevista ao Estadão, em 2019.
Me sinto absolutamente seguro e maduro para declarar isso [de que sou gay]. Não quero fazer disso um drama nem discutir por que sim ou por que não. São muitos os casos de violência física contra gays. Quanto mais eu assumir a minha parte nesse assunto, melhor, mas sem aquele chantili que costuma cobrir as fofocas. Isso é assunto sério. Marco Nanini, em entrevista à Veja Rio em 2021
Bruno Fagundes
Neste mês, o ator Bruno Fagundes, 35, disse que se sentiu aliviado, assim como outros colegas, ao assumir sua sexualidade para o mundo. "Falar abertamente sobre isso é um alívio. É um peso a menos, mas 'um peso' é pouca coisa perto do que é a liberdade de ser quem se é. É poder existir plenamente, bem, feliz, como qualquer pessoa hétero pode", contou à revista Quem.
Acho que todo mundo, dentro das suas possibilidades, deveria buscar algum tipo de suporte emocional. Poder respirar aliviado é algo que antes eu não conseguia. Vivia com medo: medo que soubessem, medo do que iam falar, medo do que como isso poderia aparecer. (...) A gente vive em uma sociedade muito estruturalmente homofóbica, heteronormativa, e onde afetos dissidentes ainda são vistos como errados, tortos, estranhos. Bruno Fagundes, em entrevista à Quem em 2025