Porchat idealiza premiação do humor: 'Comediante quase nunca ganha prêmio'
Fábio Porchat, 41, criou o Prêmio I Love PRIO do Humor em 2017. Segundo o ator e apresentador, por que a comédia é um gênero sublocado em um lugar afetivo nas premiações. "Comediante quase nunca ganha prêmio. Eu sinto que o Prêmio do Humor faz com que a classe da comédia se una e preste atenção nela mesma", afirma ele.
Oscar, Globo de Ouro. Melhor comédia? 'O Urso' não é comédia. Até quando é prêmio para comédia dão para 'Perdido em Marte', que não é comédia. Então ter um prêmio para a comédia, para valorizar a comédia, para focar a comédia, é uma forma de homenagear esse gênero que faz tanto sucesso, que o brasileiro gosta tanto.
Fábio Porchat, em conversa com Splash
O prêmio é destinado a artistas e espetáculos teatrais de comédia que acontecem em São Paulo e no Rio de Janeiro. A cerimônia na capital paulista aconteceu no dia 17, enquanto a carioca acontece amanhã.
Porchat diz que "adoraria" poder fazer o prêmio em mais capitais, mas, para isso, é necessário fomentar o teatro. "A gente faz Rio e São Paulo porque há uma média de 50, 60 peças por ano acontecendo nessas cidades e, por isso, é possível. Se você tem só cinco peças estreando em uma capital, não tem tanto repertório", diz.
A premiação conta ainda com homenagens a grandes humoristas. Neste ano, os nomes são Saulo Laranjeira, em São Paulo, e Renato Aragão, no Rio. "O Renato com 90 anos, acho que é um nome incrível, um cara que já fez circo, que já rodou tanto. E o Saulo que faz tanto pelo teatro lá em Minas, que revelou tantos nomes, que sempre teve programas para reverenciar àqueles que aí estão e aqueles que estão chegando", diz Porchat.
É muito bom poder homenagear as pessoas em vida para elas saberem que seus pares as respeitam e as aplaudem.
Fábio Porchat
O apresentador, que consagrou o programa Que História É Essa, Porchat? e que segue no stand-up, diz que não tem segredo para não "perder a graça". "É estar o tempo todo assistindo, vendo coisas, lendo, entendendo o que está sendo feito e quando for criar, criar alguma coisa que queira dizer algo realmente. Olhar para o que o público já está cansado, o que o público ainda não viu e tentar criar alguma coisa que, claro, seja engraçado principalmente, porque essa é a primeira função do humor, mas que consiga dar um passo além".
Ele acaba de "fazer as pazes" com a Gkay, com quem se desentendeu publicamente em dezembro de 2022. Na época, a influenciadora não gostou de uma piada feita pelo humorista. Questionado sobre o "limite do humor", ele demonstra o cansaço com o assunto. "Socorro, essa pergunta, acho que é o meu limite", diz rindo.
É uma pergunta completamente infundada, porque não existe o limite do drama, o limite da ficção científica, o limite da poesia. O limite para tudo é a constituição brasileira, e ponto. Criou-se esse folclore do limite do humor. Não há limite para nada, o limite é a lei. Se a lei diz que pode, pode".
Prêmio I Love PRIO do Humor
SÃO PAULO (vencedores em negrito)
TEXTO
- Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão - Gostava mais dos Pais
- Jô Bilac - Férias
- Tauã Delmiro - República Lee
- Rodrigo Marques - O Entusiasta
DIREÇÃO
- Débora Dubois e Márcio Macena - Rita Lee, uma autobiografia musical
- Debora Lamm e Enrique Diaz - Férias
- Dagoberto Feliz e Guilherme Tomé - Shakespeare Embriagado
- José Possi Neto E Marco França - O Adorável trapalhão
- Eduardo Martini - Cá entre nós
PERFORMANCE
- Marcos Veras - Insignificância
- Drica Moraes - Férias
- Inês Peixoto - Cabaré Coragem
- Déborah Reis - Rita Lee, uma autobiografia musical
- Genesio de Barros - Irineu
- Dacota Monteiro - Rei Lear
ESPETÁCULO
- Férias
- Gostava Mais dos Pais
- O Adorável Trapalhão
ESPECIAL
- Shakespeare Embriagado, pela frescor do elenco ao renovar o clássico.
- Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho, pela brilhante proposta e entrega em Gostava Mais dos Pais.
- Rafael Aragão, Enrico Verta, Milton Filho e Vicenthe Oliveira, pelo talento vigoroso do quarteto Didi, Dedé Mussum e Zacarias em O Adorável Trapalhão.
- República Lee, pela inovação da obra que misturou cinema, teatro e música.
RIO DE JANEIRO (Premiação acontece em 25/3)
TEXTO
- Ana Carolina Sawuen e Lulu Carvalho, por Dicas para Sofrer em Paz
- Augusto Boal, por O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas
- Florencia Santángelo, Leonor Chavarría e Richard Riveiro, por Demasiado Juntas
- Tauã Delmiro, por Na Rua, na Chuva, na Fazenda
DIREÇÃO
- Ana Carolina Sawuen, por Dicas para Sofrer em Paz
- Junior Melo e Wellington Fagner, por O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas
- Miguel Thiré, por O Figurante
- Tauã Delmiro, por Na Rua, na Chuva, na Fazenda
PERFORMANCE
- Analu Pimenta, por Na Rua, na Chuva, na Fazenda
- Dudu Azevedo, por O Cravo e a Rosa
- Eduardo Sterblitch, por Uma Babá Quase Perfeita
- Leonor Chavarría e Florencia Santángelo, por Demasiado Juntas
- Lindsay Paulino, por Hairspray
- Lulu Carvalho, por Dicas para Sofrer em Paz
- Mateus Solano, por O Figurante
- Victor Maia, por Na Rua, na Chuva, na Fazenda
ESPETÁCULO
- O Cravo e a Rosa
- O Figurante
- O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas
- Na Rua, na Chuva, na Fazenda
ESPECIAL
- Catalina Peraza, pelos figurinos de Demasiado Juntas
- Toni Rodrigues, pela direção de movimento de O Figurante
- Tony Lucchesi, pela direção musical de Na Rua, na Chuva, na Fazenda