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Karla Sofía Gascón admite ser racista e compara: 'Fui menos que Gandhi'

Karla Sofía Gascón  - Francois Durand/Getty Images
Karla Sofía Gascón Imagem: Francois Durand/Getty Images
do UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

20/03/2025 20h21Atualizada em 20/03/2025 20h21

Karla Sofía Gascón admitiu ser racista semanas após ser cancelada por declarações em conta no X (antigo Twitter).

O que aconteceu

Espanhola indicada ao Oscar de melhor atriz neste ano por "Emilia Pérez" admitiu que era racista durante lançamento de livro na Espanha. Ela até fez uma comparação: "Sou menos racista que Gandhi e menos fã do [partido de extrema direita] Vox que [o ex-eurodeputado Pablo] Echenique. Se você quer uma manchete, aí está".

O livro "Lo Que Queda De Mi" ("O Que Sobrou de Mim", em tradução livre) teve lançamento anterior cancelado, mas ganhou nova data pós-Oscar. Romance biográfico da atriz é releitura do livro "Karsia", lançado no México em 2018, e que agora ganha versão "corrigida e atualizada" para a Espanha no próximo dia 25, informou o El Diario.

A atriz afirmou que não precisa ser perdoada: "Ninguém tem que me perdoar nada. Quem se sente atingido por coisas que pude ter feito [e falado] em minha vida, que venha e me diga", disse, segundo o El Mundo.

Karla afirmou que viu muita hipocrisia em seu "cancelamento": "Coisas terríveis foram ditas sobre mim sem me conhecer em tudo. Eles disseram que se eu sou de extrema direita ou racista ou não sei o quê... mas algo que fiz toda a minha vida é estar contra tudo isso. Quando jovem, eu lutava com os skinheads". Skinheads são grupos vistos hoje como associados à extrema direita e movimentos neonazistas.

Ela ainda continuou batendo na tecla de que seu cancelamento teria sido planejado: "Está claro que houve uma campanha contra mim e que eles não desistiram até conseguirem o que queriam".

Relembre polêmicas

A artista chegou a lamentar ter feito as publicações em comunicado enviado à revista norte-americana Variety no final de janeiro: "Quero reconhecer a conversa em torno de minhas postagens anteriores nas redes sociais que causaram mágoa."

Como alguém em uma comunidade marginalizada, conheço muito bem esse sofrimento e lamento profundamente àqueles que causei dor. Durante toda a minha vida, lutei por um mundo melhor. Acredito que a luz sempre triunfará sobre a escuridão.

Usuários das redes sociais encontraram publicações de anos atrás, quando a atriz expressou opiniões polêmicas sobre muçulmanos, o caso George Floyd e a diversidade no Oscar. A nova controvérsia veio logo após Gascón sugerir que a equipe de Fernanda Torres e de "Ainda Estou Aqui" teria articulado ataques contra ela.

Em junho de 2020, Karla falou sobre a morte de George Floyd e chamou o segurança de "vigarista viciado em drogas". "Eu realmente acho que pouquíssimas pessoas se importaram com George Floyd, um vigarista viciado em drogas, mas sua morte serviu para revelar mais uma vez que há quem considere os negros como macacos sem direitos e quem considere que a polícia é assassina. Todos errados", disse ela no X, antigo Twitter.

Meses depois, a artista ironizou a foto de uma família muçulmana. "O Islã é maravilhoso, sem nenhum machismo. As mulheres são respeitadas e, quando são muito respeitadas, deixam um quadrinho no rosto para que os olhos e a boca fiquem visíveis, mas só se elas se comportarem. Embora elas se vistam assim por sua própria vontade. Que asco mais profundo para a humanidade", declarou em setembro de 2020.

Gascón fez uma série de posts críticos aos muçulmanos e chegou a comparar o islamismo a uma doença. "O Islã está se convertendo em uma infecção para a humanidade que deve ser curada urgentemente", opinou em julho de 2016.

Karla, que agora é a primeira atriz trans a ser indicada ao prêmio de Melhor Atriz no Oscar, reclamou até da diversidade da premiação. "Cada vez mais o Oscar parece uma cerimônia de filmes independentes e de protesto, eu não sabia se estava assistindo a um festival afro-coreano, a uma manifestação do Black Lives Matter ou ao 8M. Além disso, uma gala feia, feia", disse ela sobre a cerimônia de 2021.

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