Citado como 'foragido', filho de João Gilberto tem habeas corpus negado
João Marcelo Weinert, filho do cantor João Gilberto, teve pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na última segunda-feira (11). Ele foi citado na decisão como "foragido" após ter mandado de prisão decretado em setembro de 2024.
O que aconteceu
João Marcelo acusou a ex-mulher, Adriana Magalhães, de sequestrar a filha do ex-casal. Em 2019, ele afirmou que Adriana tentou explorá-lo, e a chamou de "fugitiva da Justiça" em publicação nas redes sociais ao questionar a guarda da criança.
Filho de João Gilberto teve prisão decretada após desrespeitar medidas protetivas. Em decorrência do episódio de 2019, tribunal determinou que João Marcelo precisava manter, no mínimo, 200 metros de distância da ex-mulher. Ele também foi impedido de divulgar qualquer tipo de imagem, som, vídeo, artigo, notícia ou publicação em rede social relacionada à Adriana.
João Marcelo voltou a procurar ex-mulher mesmo após prisão decretada, segundo o relatório do desembargador Luiz Zveiter. "Ele demonstra risco de continuidade da prática de violência psicológica e moral, colocando em perigo a saúde mental da vítima e desafiando a autoridade do judiciário", diz o texto. Splash teve acesso ao documento.
Prisão foi mantida "em razão de periculosidade", pois João Marcelo é acusado de perseguir a vítima. Ele teria vigiado a porta da casa da ex-mulher e tentado provocar uma explosão na residência, deixando o gás aberto, segundo relato de Adriana citado no relatório.
Defesa de João Marcelo alegou que não existe razão para a determinação da prisão preventiva. A conduta estaria "pautada na sua liberdade de expressão, configurando um ato de censura o decreto prisional". Ele alega não ter contato ou notícias da filha há seis anos.
Produtor musical mora nos EUA, e recorreu contra o pedido de prisão. Mandado tem prazo de validade de oito anos, mas pode ser reavaliado após o prazo para que a Justiça evite a prescrição.
Deborah Sztajnberg, advogada de João Marcelo, informou que recorrerá contra negativa de habeas corpus. A defesa aponta ser mera 'vingança' de Adriana Magalhães, e cita um suposto mandado de prisão nos EUA expedido contra Adriana pelo Departamento de Polícia de Jackson, em Nova Jérsei. Splash não teve acesso ao documento.
Advogada também comentou sobre citação de João Marcelo como "foragido" no documento. "João Marcelo é cidadão americano com residência fixa e jamais fugiu da Justiça, ao contrário da mãe de sua filha (Adriana Magalhães) que sequestrou a criança e por isso responde a processo por tal fato na Justiça Federal", diz a nota da defesa. A reportagem confirmou a existência do processo, mas não pôde conferir detalhes por tramitar em segredo de Justiça.
O advogado Fernando Augusto Fernandes, que defende Adriana no caso, também se manifestou em contato com a reportagem. "Infelizmente, João Marcelo insiste em desrespeitar ordens judiciais protetivas da ex mulher e da filha, comportando-se de forma afrontosa ao direito. Isso que obrigou seu decreto prisional, que somente será revogado quando cumprir a determinação de não mais agredir publicamente, via redes sociais, a ex mulher."
Ele também rebateu afirmações da defesa de João Marcelo sobre processos enfrentados por Adriana. "Agrava a situação a advogada Deborah Sztajnberg extrapolar a defesa e passar a ser coautora de notícia falsa, de existência de um ordem contra a ex mulher nos Estados Unidos. Por isso, será processada criminalmente."