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Meta vai acabar com checagem de fatos nos EUA e copiar modelo usado pelo X

do UOL

De Tilt, em São Paulo

07/01/2025 10h26Atualizada em 07/01/2025 18h54

A Meta (empresa controladora do Facebook e Instagram) vai acabar com o sistema de checagem de fatos feita por terceiros e substituir por um sistema de notas da comunidade, como já acontece no X.

O que aconteceu

A medida primeiro vai ocorrer nos Estados Unidos, e posteriormente pode ser adotada em outros países. Mark Zuckerberg anunciou a mudança nesta terça-feira (7) em vídeo postado nas redes sociais.

Na prática, a rede vai remover agências de checagem profissionais para ter um sistema de notas da comunidade. O UOL Confere, estação do UOL para checagem e esclarecimento de fatos, faz parte dos programas de checagem da Meta no Brasil.

No novo esquema, os próprios usuários das redes podem explicar algo, incluindo links e imagens, e essa explicação é votada pelas outras pessoas. Atualmente, o X conta com um sistema de checagem de informação dessa forma.

Zuckerberg tem feito vários acenos a Trump. O executivo se encontrou com o presidente eleito dos EUA em novembro de 2024. Antes do jantar, o criador do Facebook afirmou, segundo a FOX News, que "deseja apoiar a renovação nacional da América sob a liderança do presidente Trump".

O novo presidente dos EUA sempre se posicionou contrário à checagem de fatos nas redes sociais. Trump chegou a ser expulso do Twitter (hoje X) por conta de divulgação de notícias falsas.

Depois da eleição da primeira eleição de Trump, em 2016, a mídia tradicional escreveu sem parar sobre como fake news eram uma ameaça para a democracia. Tentamos de boa-fé a endereçar essas preocupações, sem nos tornamos árbitros da verdade. Mas os checadores de fatos são muito enviesados politicamente e destruíram mais a confiança [das pessoas] do que a criaram, especialmente nos EUA
Mark Zuckerberg, em comunicado

Checagem de fatos ocorre em propriedades da Meta desde 2016. Os verificadores identificam boatos e caso algo seja falso, o alcance é reduzido e havia uma notificação na publicação. Temas como covid-19, eleições e desastres naturais costumavam receber algum tipo de sinalização.

Mudança tem como objetivo "reduzir erros", segundo Zuckerberg. O executivo diz que a Meta quer simplificar políticas de conteúdo e "restaurar a liberdade de expressão nas plataformas". Zuckerberg cita que a rede conta com sistemas complexos de moderação e que eventualmente errava, censurando milhões de pessoas.

Criamos vários sistemas complexos de moderação, mas o problema é que eles cometem erros. Mesmo se eles acidentalmente censurem apenas 1% das publicações, isso significa milhões de pessoas, e chegamos a um ponto onde há muitos erros e muita censura
Mark Zuckerberg

Mudanças em políticas de conteúdo

Imigração e gênero são temas que terão moderação mais leve. Em comunicado, a Meta informa que "não é certo que alguns assuntos possam ser ditos na TV ou em debates do Congresso, mas não em nossas plataformas".

Foco em moderação de conteúdo será em temas que a rede considera como mais sérios, como terrorismo, drogas, golpes e exploração sexual. Para temas apontados por ela como menos graves, a empresa vai contar com a denúncia de usuários das plataformas.

Mais conteúdo político nas plataformas da Meta. A empresa afirma que desde 2021 reduziu conteúdos que tratassem do tema, baseado no pedido de usuários. Porém, com essas mudanças, a rede diz que terá uma "abordagem mais personalizada", permitindo que quem quiser, terá mais acesso a esses conteúdos em seus feeds.

Tom político e parceria com Governo dos EUA

Em um anúncio pouco comum, Zuckerberg no vídeo fala em se juntar ao Governo dos EUA para lutar contra governos ao redor do mundo que atacam empresas do país. O CEO da Meta cita que a Europa tem leis que institucionalizam a censura e que na América Latina há "cortes secretas" que exigem que empresas removam conteúdos.

Vamos trabalhar com o presidente Trump para resistir a governos ao redor do mundo, que vão contra empresas dos Estados Unidos, e que queiram censurar mais. (...). A Europa tem um crescente número de leis que institucionalizam a censura, tornando difícil criar qualquer coisa inovadora por lá. Países da América Latina têm cortes secretas, que exigem que companhias removam conteúdos na surdina. A China censura nossos apps de funcionarem lá. A única forma de resistir a essa tendência global é com o apoio do Governo do EUA
Mark Zuckerberg

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