Musk diz que mudança da Meta é 'incrível'; direita no Brasil comemora
Após o anúncio de Mark Zuckerberg de suspender o sistema de checagem de fatos feita por terceiros nas redes sociais da Meta (Facebook, Instagram e Threads), o bilionário Elon Musk, dono do X, classificou a mudança como "incrível". Políticos brasileiros de extrema direita também celebraram a decisão. A medida vai começar a valer nos Estados Unidos e, posteriormente, pode ser adotada em outros países.
O que aconteceu
CEO da Meta anunciou mudança nesta terça-feira (7) em vídeo postado nas redes sociais. Na prática, a empresa vai remover agências de checagem profissionais para ter um sistema de notas da comunidade. O UOL Confere, estação do UOL para checagem e esclarecimento de fatos, faz parte dos programas de checagem da Meta no Brasil.
No novo esquema, os próprios usuários das redes podem explicar ou comentar algo, incluindo links e imagens, e o comentário é votado por outras pessoas. Atualmente, o X, comandado por Elon Musk, conta com um sistema de checagem de informação similar.
"Isso é incrível", escreveu Musk em seu perfil no X. Bilionário publicou o comentário acompanhado do compartilhamento de uma notícia sobre o anúncio da Meta, nesta terça-feira (7).
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) relacionou anúncio de Zuckerberg a decisões de ministro do STF. "Mark Zuckerberg detona Alexandre de Moraes sem citá-lo. O dono da Meta cita América Latina dizendo que comumente tribunais censuram silenciosamente, sem que os usuários saibam. O efeito de Donald Trump só está começando e muito mais fatos serão revistos. Aguardem. A esquerda vai sucumbir!", publicou o deputado em referência a uma fala do CEO da Meta durante o anúncio (veja mais abaixo).
"Bem-vindo ao time da liberdade", publicou Lucas Pavanato (PL) no X após o anúncio da Meta. Com discursos anti-aborto e contra pessoas trans, o vereador bolsonarista foi o mais votado em São Paulo nas últimas eleições e assumiu uma cadeira na Câmara Municipal pela primeira vez neste ano.
Mark Zuckerberg anunciou que a Meta substituirá as checagens de fatos por um sistema de 'notas da comunidade', semelhante ao do X. Além disso, o CEO afirmou que fará parceria com o governo Trump para enfrentar a censura imposta por outros países. Bem-vindo ao time da liberdade
Lucas Pavanato, vereador paulistano do PL, em publicação no X
Para deputado federal Calos Jordy (PL-RJ), "prioridade agora será restaurar liberdade de expressão". No início do ano passado, o político esteve na mira de uma operação da Polícia Federal que investiga a organização dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro.
Mark Zuckerberg, dono da Meta, empresa que comanda o Facebook e Instagram, afirma que a política adotada pela empresa para controlar as redes não deu certo, censurando pessoas, e diz que substituirá os "verificadores de fatos" por "notas da comunidade". A prioridade agora será restaurar a liberdade de expressão. Cada vez mais, o Brasil vai se isolando como País da censura!
Carlos Jordy, deputado federal pelo PL, em postagem no X
"Efeito Trump é real", postou Nikolas Ferreira (PL-MG). Na sequência, o deputado federal bolsonarista que defende pautas conservadoras e apoiou a candidatura do atual presidente norte-americano, publicou em inglês: "Trump effect is real".
Em seguida, o mineiro escreveu: 'Woke is down, America is up". Em tradução livre, a frase significa: "Woke em queda, América em alta". O termo Woke se popularizou pelo mundo ao ser usado para designar discursos concentrados em questões de identidade, raça e gênero.
Guilherme Boulos, deputado federal do PSOL e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo criticou decisão. Também pelas redes sociais, o psolista opinou: "Topa tudo por dinheiro. Depois de Elon Musk, agora é a vez de Mark Zuckerberg abraçar a extrema direita para aumentar ainda mais sua fortuna - já estimada em mais de US$ 200 Bilhões".
Democracia para os bilionários das big techs é só uma palavra bonita e nada mais. Revoltante!
Guilherme Boulos, deputado federal pelo PSOL, em publicação no X
Zuckerberg citou 'cortes secretas na América Latina'
CEO da Meta, citou, sem apresentar provas, que existem "cortes secretas" na América Latina e "censura" na Europa, ao anunciar mudanças em políticas de conteúdo. Em vídeo, ele adotou tom político e mencionou que as "cortes" no continente latino-americano pedem remoção de conteúdo e que na União Europeia há "institucionalização da censura".
Com fim de programa de checagem de fatos, plataformas terão sistema de notas da comunidade. Com a implementação do novo modelo, usuários do Facebook, Instagram e Threads) farão comentários, e pessoas poderão votar se aquilo faz sentido. A solução foi copiada do X e começará a ter efeito primeiro nos EUA.
A Europa tem um crescente número de leis que institucionalizam a censura, tornando difícil criar qualquer coisa inovadora por lá. Países da América Latina têm cortes secretas, que exigem que companhias removam conteúdos na surdina. A China censura nossos apps de funcionarem lá. Mark Zuckerberg
Aliança com Trump
Executivo diz que vai se juntar ao Governo dos EUA contra "tendência global" a favor da censura. "Vamos trabalhar com o presidente Trump para resistir a governos ao redor do mundo, que vão contra empresas dos Estados Unidos, e que queiram censurar mais. (...). A única forma de resistir a essa tendência global é com o apoio do Governo dos EUA".
Imigração e gênero são temas que terão menos moderação. Em comunicado, a Meta informa que "não é certo que alguns assuntos possam ser ditos na TV ou em debates do Congresso, mas não em nossas plataformas".
Mais conteúdo político nas plataformas da Meta. A empresa afirma que desde 2021 reduziu conteúdos que tratassem do tema, baseado no pedido de usuários. Porém, com essas mudanças, a rede diz que terá uma "abordagem mais personalizada", permitindo que quem quiser, terá mais acesso a esses conteúdos em seus feeds.