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'Round 6' é criticada por transfake: entenda polêmica com personagem trans

Hyun-Ju é a jogadora 120 em "Round 6" - Divulgação/ Netflix
Hyun-Ju é a jogadora 120 em 'Round 6' Imagem: Divulgação/ Netflix
do UOL

De Splash, em São Paulo

05/01/2025 05h30

A segunda temporada de "Round 6" chegou à Netflix e, além de continuar a história do jogo mortal, apresentou diversos novos personagens. Entre eles, está Hyun-Ju —ou jogadora 120— uma jovem trans que entra no jogo para conseguir pagar as cirurgias de readequação de sexo. No entanto, quem interpreta Hyun-Ju é o ator cis Park Sung-soon, o que causou polêmica.

Cis e trans são termos que se referem a identidades de gênero. Cisgênero é a pessoa que se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer; já transgênero é quem não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer.

Entenda a polêmica

Uma polêmica envolvendo a escolha do ator foi criada, uma vez que uma mulher trans poderia ter sido chamada para o trabalho. A prática de colocar pessoas cis para interpretar personagens trans é chamada de "transfake" e cada vez mais criticada, principalmente por não dar oportunidades a atores e atrizes trans.

Hwang Dong-hyuk, diretor e criador de "Round 6", respondeu às críticas e falou sobre a dificuldade de encontrar artistas trans na Coreia do Sul. "Quase não há atores e atrizes abertamente trans, ou até mesmo gays. Infelizmente, na sociedade coreana, a comunidade LGBTQIAP+ ainda é marginalizada", disse em entrevista ao TV Guide.

Vejo as pessoas que participam dos jogos [de 'Round 6'] como as que geralmente são marginalizadas ou negligenciadas pela sociedade, e não apenas de maneira financeira. Espero que essa personagem aumente a conscientização sobre o problema enfrentado. Hwang Dong-hyuk

A Coreia do Sul é um país atrasado quando o assunto são direitos da comunidade LGBTQIAP+. Para se ter uma ideia, ainda não há reconhecimento legal de casamentos homoafetivos, forçando casais a se mudarem para o exterior caso queiram oficializar o matrimônio.

Esta não é a primeira vez que "transfake" acontece em uma série da Netflix. Na quarta temporada de "La Casa de Papel", a personagem Manilla é apresentada. Ela é uma mulher trans, mas interpretada pela atriz cis Belén Cuesta.

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