Topo
Entretenimento

'Totalmente nepobaby': Lúcio Mauro Filho analisa seus 35 anos de carreira

Lúcio Mauro Filho em gravação do Caldeirão com Mion no Ceará - Beatriz Boblitz/Globo
Lúcio Mauro Filho em gravação do Caldeirão com Mion no Ceará Imagem: Beatriz Boblitz/Globo
do UOL

De Splash, em Aquiraz (CE)*

03/01/2025 05h30

Lúcio Mauro Filho celebrou 50 anos de vida em 2024 e se prepara para completar 35 anos de carreira em 2025. Filho do saudoso Lúcio Mauro, ele se diverte ao falar sobre o termo "nepobaby", que virou assunto nas redes, e diz honrar o legado deixado pelo pai.

As reflexões dos 50

Ao olhar para trás e enxergar a própria trajetória, Lucinho diz sentir gratidão. O artista começou a carreira na década de 1990 em peças teatrais e no humorístico Zorra Total (Globo), com o personagem Alfredinho. Atualmente, ele comanda a banda musical do Caldeirão com Mion nas tardes de sábado da Globo, além de se apresentar Brasil afora com Bruno Mazzeo na peça "Gostava Mais dos Pais".

No início da carreira, o pai do ator parecia não incentivá-lo porque "queria que o filho fosse uma pessoa séria, tivesse um emprego de verdade". Depois, ele foi virando fã do filho, conta Lucinho. "Ele sabia que não tinha jeito. Talvez ele tenha sido duro porque é uma vida maluca, cheia de incerteza. A gente tem poucos lugares para trabalhar como artista no Brasil".

A Globo é uma ilha. A realidade do artista é uma luta de altos e baixos enormes. E quem está dentro de uma empresa do tamanho da Globo é uma luta de altos e baixos para se manter, porque a concorrência é muito grande. É um país de artistas. Isso me faz olhar para trás com muita gratidão, olhar esses 50 anos [de vida], esses 35 anos de carreira com muita gratidão. Ao mesmo tempo, tem muita luta. Eu nunca subi no salto.
Lúcio Mauro Filho

O papo faz Lúcio lembrar de uma fala de Marcos Nanini: "A maioria dos nossos colegas jamais viverá um grande sucesso". Ele agradece por ter participado de vários projetos exitosos na TV, como A Grande Família (2001-2014), Zorra Total (1999-2003), "Malhação - Viva a Diferença" (2017-2018) e "Bom Sucesso" (2019).

"Sempre que entro na arena [montada pelo Caldeirão aqui no Ceará], a galera começa a cantar a música da Grande Família. Olho para trás e tenho muita gratidão por todas as pessoas que me deram oportunidade. Acredito na minha postura profissional. Tem talento, mas só isso não basta. Tem compromisso, parceria e escuta".

Apesar de o pai não ter incentivado no começo, Lucinho conta que a postura dele como profissional foi o seu norte. Os dois trabalharam juntos no Zorra Total e em outros projetos, como o monólogo "80+30". "Tudo mudou a partir do momento em que a gente se encontrou no set. Ele abriu o jogo e virou um babão, um coruja. As pessoas ficavam zoando ele: 'Teu pai é muito coruja, ele segura a onda na tua frente, mas por trás é um babão'. A relação dele comigo foi maravilhosa".

Sou totalmente nepobaby. Sou o Lucio Mauro Filho. Tenho Filho no nome, gente, pelo amor de Deus. Não tem problema nenhum em ser [nepobaby]. Pelo contrário, tenho muito orgulho e também é uma das minhas missões, com certeza, levar adiante o legado do meu pai, um pioneiro da comédia. Ele continua sendo um exemplo para mim. E não só para mim. Em todo lugar que eu vou, qualquer pessoa que tenha cruzado com o papai faz questão de falar: 'Trabalhei com teu pai, que profissional legal'. Meu pai continua me ensinando mesmo sem estar aqui presente.
Lúcio Mauro Filho

Lúcio Mauro Filho em gravação do Caldeirão com Mion no Ceará - Beatriz Boblitz/Globo - Beatriz Boblitz/Globo
Lúcio Mauro Filho em gravação do Caldeirão com Mion no Ceará
Imagem: Beatriz Boblitz/Globo

Caldeirão com Mion (e Lucinho)

A banda Lúcio Mauro e Filhos é quem dá o tom no Caldeirão. O trabalho reforça a aproximação do artista com a música —que não é de hoje— e a parceria com Marcos Mion. "É um encontro especial de dois artistas muito experimentados, mas com o espírito muito jovem. Nossa amizade tem isso também, esse frescor, esse espírito de zoação. A gente é muito parecido".

Na faculdade, Lucinho teve uma banda de rock, mas a vida de ator o puxou para o outro lado da estrada. Ele voltou a se aproximar da música ao fazer o musical sobre os Novos Baianos, em 2020. Na pandemia, passou a fazer lives, incluindo com Teresa Cristina, e a cantar músicas que os fãs pediam na hora. "A gente tocava de tudo nas lives".

Amigo de Mion de longa data, ele enxerga o convite para trabalhar no Caldeirão como um sinal divino. Ele lembra que ligou para o apresentador em 2021, quando soube que ele foi contratado pelo Grupo Globo, para parabenizá-lo. Horas depois, o diretor artístico LP Simonetti o ligou para convidá-lo para tocar no Caldeirão, sem que soubesse da ligação telefônica feita horas antes.

A partir deste sábado (4), o Caldeirão entra na temporada de férias, com Lucinho botando os pés nas areias do litoral cearense. "Oportunidade de a gente experimentar sabores locais... Essa música praiana, que pode ser nordestina, mas é ouvida do Oiapoque ao Chuí, no Rio Grande do Sul".

* Repórter viajou a convite da produção do Caldeirão com Mion

Entretenimento