Toninho Geraes acusa advogados de Adele de falsidade ideológica
Após vitória na Justiça do Rio em processo de plágio envolvendo as músicas "Mulheres" e "A Million Years Ago", Toninho Geraes abriu uma queixa-crime por falsidade ideológica e documental contra Adele, o produtor Greg Kurstin, a gravadora XL Recordings e a distribuidora Universal Music.
O que aconteceu
Advogados de Toninho Geraes apontam "irregularidades" na procuração apresentada pelos advogados dos réus. Consta na queixa-crime, à qual Splash teve acesso, que o documento foi apresentado com atraso após os advogados alegarem um "pequeno problema" durante audiência. O juiz teria repreendido a defesa pelo atraso, já que a procuração é a condição legal para que os réus sejam representados por seus advogados.
A procuração teria "rasuras e entrelinhas inseridas à mão" e a versão em inglês não seria uma tradução juramentada, como requer a lei. Segundo a queixa-crime, ainda, os advogados de defesa não apresentaram uma proposta de conciliação, que seria o objetivo da audiência emergencial requisitada pelos próprios réus.
As prováveis adulterações, além disso, implicam em inegáveis prejuízos para o noticiante, que pensou estar conciliando na audiência com representantes legitimados dos quatro réus, e não com representantes que sequer procuração válida tinham. Advogados de Toninho Geraes, em trecho da queixa-crime
Há divergências nas assinaturas de Adele no documento. Os advogados de Toninho pediram um exame grafotécnico para apurar as diferenças entre as assinaturas na procuração em português, em inglês e o autógrafo da cantora. Além disso, ressaltaram que o local de assinatura é São Paulo, e não Los Angeles —onde a cantora mora.
Em dezembro de 2024, representantes da cantora, gravadora e distribuidora requisitaram uma audiência de emergência. O pedido veio após a decisão que determinou a retirada de "A Million Years Ago" das plataformas digitais. A audiência aconteceu no dia 19 e, segundo a queixa-crime, apenas Toninho Geraes compareceu — seus advogados ressaltam que o músico passou mal durante a audiência de quatro horas. A ausência dos réus não foi justificada, como exige a lei brasileira.
Procurado por Splash, o advogado de Toninho Geraes diz que a falsificação pode configurar estelionato. "Parece que não estávamos a negociar com a cantora, naquela audiência [de 19 de dezembro], mas, sim, a participar de uma farsa protagonizada pelos réus", afirma.
Os fortíssimos indícios levam a crer que, diante do 'pito' judicial recebido na assentada, resolveram os partícipes da possível falsidade se arriscar com a apresentação dos documentos falsos. Advogados de Toninho Geraes, em queixa-crime
A defesa dos réus foi procurada, tal qual a Universal Music. O escritório que os representa afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso.