Fracasso histórico, audiência de 'Mania de Você' ainda é alta demais
Esta é a newsletter Splash TV. Inscreva-se gratuitamente para receber no seu email. Conheça as demais newsletters do UOL. São dezenas de opções sobre os mais variados assuntos para a sua escolha.
É curioso notar que o fracasso retumbante de "Mania de Você" ainda serve como demonstração do poder impressionante da Globo.
São poucos os produtos televisivos que dão 20 pontos no Ibope atualmente. Veja bem, é cada vez mais raro a TV aberta, no geral, bater dois dígitos. Imagine como seria a trajetória da trama de João Emanuel Carneiro em qualquer outro lugar.
Só a força do hábito de uma parcela significativa da sociedade explica que algo tão pitoresco quanto "Mania de Você" ainda emplaque 14 pontos (Grande São Paulo) em plena noite de Natal. Foi a pior audiência da história da faixa? Foi. Mas convenhamos, ainda é muito mais do que merecia.
Pode até parecer que eu não gosto, mas me divirto muito com a novela. Acompanho com profunda alegria para tentar adivinhar qual será o próximo absurdo, mais ou menos da maneira como muitos prestigiam as notícias sobre Andressa Urach.
Passo raiva, dou risada. Mas amo 'Mania de Você' e já estou sentindo saudades, mesmo faltando uns três meses para acabar. Ainda assim, entendo perfeitamente por quais razões ela é inimiga do sucesso.
O futuro clássico cult das 21 horas coleciona uma sequência poderosa de decisões criativas medonhas, com personagens impossíveis de torcer a favor, além de personagens que não fazem rigorosamente nenhum sentido —nem o magnetismo de Adriana Esteves consegue fazer com que Mércia pare em pé, por exemplo.
O sucesso da reprise de "Tieta" no final da tarde, equiparável à audiência das produções contemporâneas em horários mais nobres, demonstra que existe um problema de conceito e execução nas novelas atuais da Globo —e culpar a concorrência com a internet não convence mais.
A preocupação é entender se a gestão da dramaturgia da emissora será capaz de reverter a tendência de queda ou continuará perdidinha no pagode. Enquanto isso, o público vai ficando cada vez mais restrito aos entusiastas de absurdos como eu e a turma que deixa a TV ligada por inércia. Será o suficiente?
Voltamos a qualquer momento com novas informações.