Woolf, Hilst, Amado e mais: 5 livros para conhecer melhor grandes autores
Que tal se aprofundar em obras de grandes escritores? O colunista Rodrigo Casarin e repórteres do UOL trazem cinco dicas de livros "lado B" para conhecer melhor alguns ícones da literatura.
"132 Crônicas: Cascos & Carícias e Outros Escritos", de Hilda Hilst (Nova Fronteira)
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Rodrigo Casarin - Hilda Hilst é famosa principalmente pelos seus poemas e romances. A sua fase mais provocativa rendeu livros como o excelente "O Caderno Rosa de Lori Lamby". A faceta cronista é menos conhecida e merece ser descoberta por mais leitores.
Boa porta de entrada para as crônicas de Hilda é esse volume que reúne mais de cem textos. Neles vemos as habituais patadas e bordoadas da autora, que olha para o mundo ao seu redor sempre com mirada aguda, irônica, escrachada.
"Nove Histórias", de J.D. Salinger (Todavia, tradução de Caetano W. Galindo)
Fernanda Talarico - "Nove Histórias" é uma maneira que o autor Salinger encontrou para esmiuçar a vida americana no pós-guerra com humor e delicadeza. Histórias que fazem o leitor refletir e conhecer um pouco mais sobre a visão do autor de "O Apanhador no Campo de Centeio".
"A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água", de Jorge Amado (Companhia das Letras)
Rodrigo Casarin - Difícil cravar qual é o livro mais famoso de Jorge Amado. "Capitães da Areia"? "Tieta do Agreste"? "Gabriela, Cravo e Canela"? Dono de uma obra vastíssima, são muitos os trabalhos do escritor que são dignos da atenção dos leitores.
"A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água" é um desses. Nele acompanhamos as duas mortes de um sujeito que larga a família e a boa fama para mergulhar num universo mundano e algo fantástico. É uma novela ligeira, porta de entrada cativante para a obra de Jorge.
"A Filha Perdida", de Elena Ferrante (Intrínseca, tradução de Marcello Lino)
Luiza Stevanatto - Assim como a tetralogia napolitana, "A Filha Perdida" traz reflexões profundas sobre o que é ser mulher e sobre a maternidade. Quem leu a série mais famosa da autora vai reconhecer muitos paralelos nessa obra que conta a história de Leda, uma professora universitária de meia-idade que decide tirar férias depois que as filhas vão morar com o pai no Canadá.
Durante a viagem, ela conhece Nina e sua filha, Elena. Observando a relação entre mãe e filha, Leda se lembra do passado, da juventude e de seus segredos. Não é o livro mais celebrado de Ferrante, mas ganhou adaptação para a Netflix, estrelada por Olivia Colman e Dakota Johnson.
"Orlando: uma Biografia", de Virginia Woolf (Darkside, tradução de Luci Collin)
Luiza Vidal - Meu primeiro contato com Virginia Woolf tinha sido ruim —não consegui passar das primeiras páginas de "Um Teto Todo Seu", há quase dez anos. Como participo de um clube de leitura, "Orlando" estava na lista do ano e, quando vi o nome da autora, pensei que seria difícil de ler. Ainda bem, estava errada.
Esse livro é espetacular e, mesmo escrito na década de 20, traz uma história bem atual. O personagem, um dia, acorda em um corpo de uma mulher e passa a questionar diversas questões de gênero que até então não faziam parte da sua vida. Uma dica é ler o prefácio para entender o contexto do livro.
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