'Virgem Maria': o livro secreto que baseou o filme polêmico da Netflix
"Virgem Maria", filme que ocupa a lista dos filmes mais vistos da Netflix desde sua estreia no dia 6 de dezembro, narra a infância e juventude da mãe de Jesus, período pouco falado na Bíblia e abordado no 'Apócrifo de Tiago', texto usado como referência para o longa.
Filme baseado em apócrifos do Novo Testamento
O longa de DJ. Caruso tem enfrentado críticas em relação à distância que o enredo teria da Bíblia. Isso porque o filme não se inspirou no que consta nas Escrituras sagradas reafirmadas pela Igreja Católica.
Na verdade, a trama de "Virgem Maria" se baseia nos denominados "evangelhos apócrifos". Trata-se de uma coletânea de textos escritos nos primeiros séculos do cristianismo, vetados no Primeiro Concílio de Niceia, e que, por isso, não têm o reconhecimento do cristianismo ortodoxo e não compõem o Cânone do Novo Testamento.
O texto referência para a história do novo filme da Netflix seria o Apócrifo de Tiago, chamado também de "O livro secreto de Tiago". Nesse material, há relatos do apóstolo sobre a gravidez milagrosa de Ana, mãe de Maria, após o jejum de 40 dias e 40 noites de Joaquim, pai da mãe de Jesus.
Sendo um livro não acolhido pela Igreja Católica, inúmeras ressalvas de estudiosos da teologia sobre sua veracidade vêm à tona. Criado no ano 150 supostamente por Tiago Maior, filho de Zebedeu, o apócrifo, segundo muitos especialistas, gera desconfiança por inconsistências nos textos. Os dados incongruentes relativos ao judaísmo estão entre os pontos de maior incômodo para os críticos.
Apesar do filme "Virgem Maria" se basear no "livro secreto de Tiago" e na Bíblia, há elementos puramente ficcionais. O fato de José (Ido Tako) ser praticamente da idade de Maria (Noa Cohen) é um exemplo. Isso porque nas Escrituras o homem escolhido por Deus para ser noivo de Maria e que assume a paternidade de Jesus é mais velho e já foi casado uma vez.