Gloria Vanique expõe perrengue em gravação: 'Ouvi de puta a gostosa ali'

Gloria Vanique, 47, relembrou perrengue que passou ao entrar em uma comunidade de São Paulo, na época em que era repórter da Globo.

O que aconteceu

Vanique explicou que entrou em uma favela em São Miguel Paulista, na zona leste da capital paulista, para fazer uma reportagem sobre um carro em chamas às margens do rio Tietê. "Na época, fiz um projeto pelo rio Tietê, chegou na região de São Miguel Paulista, vindo pelo rio e lembro que a gente parou para fazer uma entrada ao vivo no jornal, a gente viu uma fumaça, fomos ver e era um carro pegando fogo."

A repórter contou que ela e o cinegrafista decidiram ver o que tinha acontecido para produção da reportagem. "Na hora que você está em bairro periférico, com a criançada na rua, ela vem em volta, quando viram que a gente queria chegar [onde estava o carro queimado], eles [falaram] 'é por aqui, tia'. A molecada 'vem por aqui', e nós, inocentes que fomos, entramos atrás deles, só que entramos no miolo da favela, e estava rolando tráfico de tudo e mais alguma coisa."

Eu me lembro que o traficante gritava: 'Não entra que aqui é osso'. Falei: 'Para frente nós não vamos, vamos voltar'. Na hora que a gente deu o passo para voltar, tinham dois [traficantes] atrás armados com fuzis. Gloria Vanique

Ela disse que uma moradora da comunidade interveio, ela e o cinegrafista tiveram autorização para entrarem e filmarem o carro. Porém, eles não poderiam registrar "o rosto de ninguém". "Nós entramos, um cara na frente e outro atrás, armados. Fomos, filmamos e fizemos a passagem e fomos embora. Um dos traficantes falou 'agora vocês vão voltar por outro caminho'. Eu [pensei] 'o caminho de Deus'."

Gloria Vanique disse que foi no trajeto de volta que ouviu os comentários que a chamavam de "puta e gostosa". "[Quando] chegamos no mesmo miolo da favela, não tinha mais ninguém lá, a saída era o mesmo corredor de entrada, e tinham dos dois lados traficantes armados. Eu olhando para baixo, falei: 'Valeu, pessoal, obrigada'. E eu ouvi absolutamente de tudo naquele trajeto, de 'puta a gostosa'. Na hora que saímos, falei para o cinegrafista 'meu irmão, em que a gente se meteu?'. Mas graças a Deus conseguimos sair e saiu a matéria."