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Stray Kids lança disco nostálgico em melhor fase da carreira

Stray Kids lança disco com os solos que eles apresentam na nova turnê - Arte UOL/Camila Monteiro
Stray Kids lança disco com os solos que eles apresentam na nova turnê Imagem: Arte UOL/Camila Monteiro
do UOL

Camila Monteiro

Colaboração para Splash de Pelotas (RS)

13/12/2024 19h00

Stray Kids realmente vive em sua própria timeline. Enquanto jornalistas e editores fecham listas de melhores do ano, eles lançam um dos seus melhores trabalhos com pouco menos de 20 dias para o ano acabar.

"HOP" não é chamado de álbum, nem de mixtape, está ali no meio do caminho. O disco reúne os solos que os oito integrantes apresentam na gigantesca turnê atual, a "dominATE", que passará pelo Brasil em abril do ano que vem.

O álbum, além de mostrar as diferenças claras entre os artistas, dá espaço para eles brilharem no que fazem de melhor. Todos possuem créditos nas letras dos seus solos e as performances individuais são essenciais para compor uma boa turnê; os membros conseguem destaque e descanso entre performances.

O novo trabalho vem em um momento de muito sucesso do grupo, que teve um ano excelente de vendas de discos, participações em trilhas sonoras de peso ("Deadpool & Wolverine", "Arcane") e recente lançamento de disco (Giant) no Japão, segundo maior mercado fonográfico do mundo.

A "SKZ HOP HIPTAPE" (a forma como o disco foi divulgado) é uma grande celebração da música que o grupo faz há mais de seis anos, com 3RACHA onipresente em diversas produções, além de velhos parceiros como Versachoi, Restart e Chae Ganghae.

O disco tem como faixa principal uma das melhores músicas já lançadas pelo grupo, a old school, ode ao hip hop noventista, "Walkin on Water", que possui duas versões; a mais pensada para rádio e a mais pesada, a versão HIP.

O sentimento que estamos passeando com eles no tempo segue forte em "Bounce Back", na qual o grupo brilha no que faz de melhor: rap. Com um refrão forte e que não sai da cabeça, a música confirma que estamos diante de um disco para quem gosta de rap e hip hop. O edm habitual nas faixas do grupo ficou de lado aqui, e é um grande acerto pensando no momento que eles vivem na carreira.

Nada mais justo do que trazer uma lenda do rap sul-coreano como Tablo (Epik High) para participar de uma faixa mais pop e melódica como "U", fugindo do que provavelmente era esperado dessa parceria.

O restante de "HOP" são as faixas solo que não podiam ser mais diferentes uma da outra; Bang Chan traz "Railway", uma faixa super sensual e bem The Weeknd na fase "Trilogy"; um dos destaques do disco.

Felix muda o tom completamente em "Unfair", levemente emo, uma balada pop que a letra de descontentamento e tristeza combinada com a voz dele - irreconhecível em alguns momentos - fazem a música se tornar memorável.

Jeongin, o maknae on top, definitivamente cresceu e "Hallucination" mostra isso da melhor forma possível. A música dá a I.N a possibilidade de brilhar no palco em uma faixa que era originalmente do Changbin. Ele gostou, pediu para tentar trabalhar com ela e tivemos um ótimo resultado.

Com outra energia, trazendo a faixa mais alegre e divertida de "HOP" temos Lee Know com "Youth", aquele pop gostoso que deixa a gente com um sorriso no rosto. É a música que menos combina com o resto do disco, mas funciona como uma mudança de ar, um respiro.

E precisamos desse respiro, pois Hyunjin e Changbin chegam na sequência com duas faixas fortíssimas: "So Good" e "ULTRA". Ambas mostram diferentes espectros dos tipos de rappers que o grupo oferece.

A mudança de direção no fim de "So Good" é o ponto alto da música e um gancho ótimo para entrarmos na surreal "ULTRA" que é a faixa mais "SKZ" do disco. O edm, as batidas, o rap frenético, está tudo ali. A forma como Changbin fala "ULTRA" é um deleite aos ouvidos.

Por fim, temos a parte mais emo, voz, guitarra, violão e muitos sentimentos, do disco com Han e Seungmin em "Hold My Hand" e "As We Are" respectivamente. Han, apesar de ser um exímio rapper, é um vocalista acima da média e traz uma faixa rock anos 2000 mostrando que ele é capaz de tudo mesmo.

Já Seungmin fecha o disco com maestria, mostrando que o grupo tem gogó de ouro sim. Um disco como esse terminar com uma música lenta parece até uma ironia, mas na verdade é a representação de tudo que o grupo é: eclético, talentoso em diversos departamentos e cada vez mais seguro do lugar que ocupa na música.

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