Drake intensifica disputa com Kendrick Lamar em processos judiciais
Por Daniel Trotta
(Reuters) - Drake intensificou sua disputa com o colega superstar do rap Kendrick Lamar, com duas notificações judiciais alertando para ações legais contra grandes empresas de música, pelo que Drake chamou de promoção manipuladora do megahit "Not Like Us", de Lamar
A faixa "diss", música criada com o propósito de desrespeitar ou insultar alguém, "Not Like Us", lançada neste ano e que bateu recordes, sugere que Drake é um agressor sexual com letras como "Drake, ouvi dizer que você gosta delas jovens" e referências a um "pedófilo certificado" e um "predador".
Drake, usando seu nome de batismo Aubrey Drake Graham, entrou com uma petição no Tribunal Distrital do Condado de Bexar, no Texas, na última segunda-feira, notificando os gigantes da música iHeartMedia e Universal Music Group, e acusando a UMG de planejar transformar "Not Like Us" em um sucesso viral às custas de Drake, um artista da UMG.
A Universal Music Group negou que tenha prejudicado Drake ou que tenha usado práticas antiéticas para comercializar a música de Lamar e disse em um comunicado que as acusações de Drake são "argumentos legais inventados e absurdos".
Representantes da iHeartMedia, com sede em San Antonio, não responderam a um pedido de comentário da Reuters em um primeiro momento.
A empresa de Drake, Frozen Moments, entrou com uma ação semelhante na Suprema Corte de Nova York contra a Universal e o Spotify na segunda-feira, acusando a Universal de usar payola (pagamentos a rádios para tocar uma música) e outras práticas manipuladoras para promover "Not Like Us".
O Spotify não respondeu a um pedido de comentário da Reuters em um primeiro momento.
Assim como no Texas, o caso de Nova York não é um processo formal, mas um aviso de que um processo pode estar por vir.
Drake alegou no processo de Nova York que a UMG "lançou uma campanha para manipular e saturar" serviços de streaming como o Spotify para ajudar "Not Like Us" a se tornar viral, "inclusive usando 'bots' e acordos pay-to-play (pagar para tocar)".
"O streaming e o licenciamento são um jogo de soma zero", diz o processo de Drake. "Toda vez que uma música 'entra na onda', significa que outro artista não entra. A escolha da UMG de saturar o mercado musical com 'Not Like Us' vem às custas de seus outros artistas, como Drake."
A Universal, cuja divisão Interscope Records representa Lamar, contestou as alegações em um comunicado.
"A sugestão de que a UMG faria qualquer coisa para prejudicar qualquer um de seus artistas é ofensiva e falsa", disse o comunicado. "Empregamos as mais altas práticas éticas em nossas campanhas promocionais e de marketing. Nenhuma quantidade de argumentos legais absurdos e inventados nessa apresentação de pré-ação pode mascarar o fato de que os fãs escolhem a música que querem ouvir."
Os dois antigos colaboradores começaram a brigar após a bravata de Lamar em uma faixa de 2013 contra Drake e vários outros grandes nomes do gênero: "Tenho amor por todos vocês, mas estou tentando matá-los... Tentando fazer com que seus principais fãs nunca tenham ouvido falar de vocês".
Parecendo menor no início, a disputa se intensificou ao longo dos anos.