Alê Youssef é o novo colunista do UOL sobre cultura e economia criativa
"Mestre em filosofia, especialista em impacto sociocultural e economia criativa. Foi Secretário de Cultura de São Paulo". É assim que Alê Youssef se apresenta nas redes sociais, mas o currículo do novo colunista do UOL — que começa a compartilhar seus textos a partir de amanhã (inscreva-se já para receber os novos posts no seu email) — é bem mais extenso.
Advogado graduado pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, e mestre em filosofia política pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Youssef também é ativista, produtor cultural, comunicador e ex-coordenador de Juventude da capital paulista na gestão da prefeita Marta Suplicy (2001 a 2004).
É fundador do pioneiro bloco de Carnaval (e um dos maiores) da cidade Acadêmicos do Baixo Augusta, curador de eventos, consultor e autor de dois livros — "Novo Poder - Democracia e Tecnologia" (2018) e "Baixo Augusta: a cidade é nossa" (2019), ambos pela editora Letramento —, além de ter experiência como empresário da noite.
A cultura como um todo, políticas da área e economia criativa serão temas recorrentes em seus escritos semanais. Os leitores podem esperar por "um debate permanente sobre a cidade , a partir da perspectiva da sua vocação para a economia criativa".
São Paulo é uma das capitais mundiais da cultura e, se modernizar sua abordagem nessas áreas, pode viver uma revolução no que diz respeito à inclusão social e à melhoria da qualidade de vida" Alê Youssef
De acordo com ele, a nova coluna em Nossa é uma oportunidade para espalhar essa reflexão "tanto para aqueles que compartilham dessa perspectiva, como para os que ainda precisam ser convencidos".
Em defesa da política cultural
Há dois anos, Youssef integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, atividade consultiva não remunerada — o que não significa alinhamento automático com o governo, como ele pontua.
Nesse espaço procuro defender a modernização da política cultural, que parece ter sido capturada por um sectarismo do século passado. Não está sendo fácil e sinto que estamos perdendo uma oportunidade histórica de valorização da economia criativa" Alê Youssef
Entre os muitos projetos em que Youssef coleciona, um dos mais relevantes é ter fundado o bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, que reuniu mais de 1 milhão de foliões no desfile de fevereiro, na comemoração de seus 15 anos.
O Baixo Augusta é um sonho que virou realidade. Quando começamos, não existia a cultura do carnaval de rua em São Paulo. A trajetória dele se confunde com a própria história do Carnaval de rua de São Paulo"
Para ele, entretanto, o momento atual pede atenção. E ação.
Carnaval mais livre
"O Carnaval de rua de São Paulo corre risco porque está sob ataque de um pacto conservador encabeçado pelos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança) dos bairros mais elitizados, que sempre buscam aniquilar movimentos culturais importantes da nossa história. Odeiam a festa e tudo que ela representa: ocupação da cidade pelo povo e suas manifestações culturais. É fundamental que a prefeitura — que também é alvo desses Consegs — não caia na cilada de tratar o carnaval ideologicamente", frisa.
Para Youssef, a administração municipal deve continuar valorizando o carnaval, não apenas como a maior festa da cultura popular, mas, também, como importante indutor da geração de oportunidades. "São R$ 3 bilhões de giro econômico todo ano", ressalta.
Realizações profissionais
Além do Baixo Augusta, um de seus xodós, Youssef registra com carinho o projeto em que foi sócio-fundador: o Studio SP, casa de shows que funcionou entre 2005 e 2013 e, depois, entre 2021 e 2023. "Não posso deixar de mencionar o saudoso Studio SP, que lançou tantos artistas importantes da nossa música", cita.
Como Secretário de Cultura, ele também se orgulha de ter assumido a responsabilidade, a convite do então prefeito Bruno Covas, entre 2019 e 2021, "no momento mais obscuro de ataques à cultura por parte do governo Jair Bolsonaro".
"Resistimos com um intenso calendário cultural, incluindo o Verão sem Censura, o maior Carnaval de rua, a maior Virada Cultural, com dois prêmios APCA conquistados (Jornada do Patrimônio e o show Amarelo, de Emicida, no Theatro Municipal). Foi importante apoiar tanto o nosso audiovisual via SPCine, proporcionar a explosão dos megapainéis de arte urbana com o Museu de Arte de Rua — programa que foi capa até do New York Times —, espalhar as placas azuis de memória paulistana na cidade toda e fazer o plano de Amparo à Cultura no mais grave período pandêmico", relembra.
Já como Coordenador de Juventude, Youssef revela apreço especial por algumas conquistas: "Tenho muito carinho das 64 pistas de skate que fizemos e do amplo apoio à cultura jovem, especialmente o hip hop e a música eletrônica da época", menciona.
Depois de tantos feitos, o que mais o novo colunista de Nossa ainda deseja colocar em prática?
A estreia desta coluna e a volta ao debate público é exatamente o que desejo fazer agora. Quero cruzar minha formação acadêmica com a vida cultural da cidade, buscando uma crônica sobre o que está acontecendo, sempre com uma base de reflexão apurada"
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