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O melhor lugar é no balcão: restaurantes de SP para comer 'com vista'

Thays Bittar
Imagem: Thays Bittar
do UOL

Gabrielli Menezes

Colaboração para Nossa

23/11/2024 05h30

Há dicas que sinto ciúme em dividir. Sentar no balcão é uma dessas. Há restaurantes em que as banquetas ficam renegadas à fila de espera ou aos comensais descolados que chegam à porta e pedem: "mesa para um". Só que uma vez que descobertas, meus amigos, tornam-se os assentos mais disputados da casa.

Ainda que te obrigue a se posicionar lado a lado com a sua companhia, e não frente a frente, escolher fazer a refeição coladinho no balcão é como bancar num hotel o quarto com vista para o mar — não há opção melhor.

De lá, os aromas saem das panelas e são sentidos com mais rapidez e intensidade pelas narinas. Os olhos acompanham a preparação e finalização dos pratos. O cérebro logo capta os sinais de sobrevivência: "vai, pede esse para você também". Com sorte, a boca ainda bate um papo com o chef, o bartender ou a equipe.

Ok, não é exatamente como acordar de frente para a praia. Mas é uma vista e tanto para o que faz um restaurante ser o que ele é. Veja onde aproveitar a "brisa" por São Paulo.

Ping Yang

Ping Yang - Keiny Andrade - Keiny Andrade
Imagem: Keiny Andrade

Mauricio Santi contava sobre seus anos na Tailândia enquanto, atrás dele, as labaredas do fogo às vezes ultrapassavam a wok. Na minha frente, um espetinho de coração de frango (R$ 32) temperado no shoyu, leite de coco, molho de ostra e pimentas com farofinha de arroz esperava para ser devorado. Cena assim só se vive no balcão.
Vai lá: Rua Dr. Melo Alves, 767, Cerqueira César. @pingyangsp

Casa Hario

Casa Hario  - Neuton Araujo - Neuton Araujo
Imagem: Neuton Araujo

Nesta nova casa da marca japonesa de utensílios de café, o balcão foi instalado no centro do salão. É para todo mundo desejar se acomodar nas cadeiras e acompanhar de perto o preparo das bebidas. Há uma infinidade de métodos de extração, entre eles o globinho (R$ 35,00). Criado em 1948, lembra aula de laboratório pois funciona por meio de aquecimento e pressão.
Vai lá: Rua Manuel Guedes, 426, Itaim Bibi. @casahario

Kuro

Ambiente do Kuro, uma estrela Michelin em São Paulo - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

A cada noite, dez pessoas se sentam no balcão e assistem a um espetáculo com duas sessões, 19h e 21h. Os focos de luz orientam a visão e, num combinado coletivo de silêncio, todos contemplam os sushimen cozinhando em sincronia. Com 16 etapas entre sushis e pratos quentes, como peixe cozido no vapor servido com dashi, a degustação sai por R$ 420.
Vai lá: Rua Padre João Manuel, 712, Cerqueira César. @kurorestaurante

Arais do Carlinhos

Arais do Carlinhos - Lucas Alvim - Lucas Alvim
Imagem: Lucas Alvim

Instituição gastronômica inaugurada em 1983, a lanchonete de culinária armênia ganhou uma unidade moderninha no centro do complexo Vila Anália. No balcão em formato de "U", o público tem vista privilegiada para o serviço de bar e, mais ao fundo, da chapa. É de lá que saem os clássicos sanduíches no pão sírio (R$ 35, kafta, queijo e alho).
Vai lá: Rua Cândido Lacerda, 33, Jardim Anália Franco. @araisdocarlinhostatuape

BARES
Por Sergio Crusco

SHIRO, Baisu e Otsumami - Tati Frison - Tati Frison
Imagem: Tati Frison

Bares minúsculos, grandes em elegância e sabor

Há quem acredite na máxima de que menos é mais. Embora toda regra tenha algumas ou várias exceções (aí já nem é mais regra), tendo a concordar com a corrente do minimalismo. Ela geralmente rende resultados mais elegantes.

Alguns bares da cidade, anexos a restaurantes, têm perseguido a tendência, não apenas no que diz respeito à elaboração dos coquetéis. São lugares minúsculos, em que se pode disfrutar de outra dádiva: minimalismo de gente. Menos pessoas se acotovelando, música tranquila e - glória! - conversas em meio tom.

No Shiro, que fica no andar superior do também pequenino japonês Kuro, cabem oito pessoas (dez já configuram superlotação). O Il Covo, escondido nos fundos do Zena Cucina, acomoda dezesseis. São diminutos no tamanho, porém grandes no sabor.

Shiro

SHIRO, Sherry, Sherry, Sherry - Tati Frison - Tati Frison
Imagem: Tati Frison

O menor bar da cidade tem carta nova, assinada por Danilo Nakamura e Renan Scussel, com execução do bartender Arthur Ferreira. Mizu (R$ 54), transparente como água, harmoniza shochu, saquê, maçã verde e vodca infusionada com alga nori. Ichigo (R$ 70) reconstrói a saquerinha de modo bem delicado, com saquê, suco de morango clarificado, vodca e Champagne. Sherry, sherry, sherry (R$ 75) é potente, com single malt escocês, vodca com nori e três estilos de vinho de Jerez: fino, amontillado e cream.
Vai lá: R. Padre João Manuel, 712, Jardins. @shirococktailbar

Il Covo

DUOMO MILANO, coquetel do Il Covo - Helena Castro - Helena Castro
Imagem: Helena Castro

O mixologista Robson Bonfim assumiu recentemente a barra do Il Covo e já trouxe colaborações para a carta. Quem quer refrescância não deve deixar de provar esperanza del sol (R$ 59), com Jerez fino, cupuaçu, soda de uva verde e açúcar. Outro trago longo e solar, de baixo teor alcoólico, é duomo milano (R$ 56), com amaro, Cointreau, ginger ale e cítricos. Já rabo siciliano (R$ 66), recriação do rabo de galo, é pancadão, misturando cachaça envelhecida, vermute, amaro, limoncello, Strega e limão caviar.
Vai lá: R. Peixoto Gomide, 1901, Jardins. @ilcovobar

BELISQUETES
Por Gabrielli Menezes

Otodoke  -  Lais Acsa -  Lais Acsa
Imagem: Lais Acsa

Delivery de "PF" ao estilo oriental

Se eu dormisse brasileira e acordasse japonesa, imaginaria uma vida inteira de sushis. A realidade no Japão, porém, não é como a do sonho. É claro que os bolinhos de arroz cobertos com peixe cru são amplamente consumidos, mas eles dividem espaço com opções mais substanciosas.

Os bentôs são as marmitinhas que há um tempo ficaram famosas no YouTube — o Casimiro reagiu a centenas de vídeos de mães montando a lancheira dos filhos. Composto por arroz (gohan), conservas de legumes e uma 'mistura', o "prato feito" japonês é tão delicioso quanto o brasileiro. Saiba onde pedir opções ao estilo oriental para entregar em casa.

Otodoke

Otodoke -  Lais Acsa -  Lais Acsa
Imagem: Lais Acsa

O chef Toshi Akuta, que prepara maravilhas no boteco japonês Otoshi, iniciou uma operação inteiramente dedicada às marmitinhas de almoço. Recebi em casa recentemente (chique!) e virei cliente. Já repeti duas vezes o mesmo pedido: oniguiri de maionese de atum (R$ 18) e bentô de carne suína fininha grelhada no shoyu e gengibre (R$ 55 com acompanhamentos).
Pede lá: iFood. @otodoke.br

Fat Buddha

Fat Buddha - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Refeições completas servidas na tigela são a especialidade deste delivery de inspiração asiática. Base de todas as opções, o arroz pode ser salteado na wok com ervilha torta e cenoura e depois finalizado com gema curada e fatias de Wagyu (R$ 75,65) ou preparado seguindo a receita japonesa e servido com pedaços de frango frito ao molho de laranja (R$ 54,90).
Pede lá: Rappi, iFood ou delivery próprio. @fatbuddhaoficial

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