Não há risco de violência pelo rapper Sean "Diddy" Combs se for libertado da prisão, diz defesa
Por Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - Não há risco de que Sean "Diddy" Combs aja de forma violenta se for libertado da prisão, disse um advogado de defesa nesta sexta-feira, ao pedir a um juiz que liberte o magnata da música da cadeia do Brooklyn, onde está preso há 10 semanas, antes de seu julgamento em 5 de maio de 2025 por acusações de tráfico sexual.
Os advogados de Combs propuseram este mês um pacote de fiança de 50 milhões de dólares garantido por sua mansão na Flórida de 48 milhões de dólares que previa, também, que Combs fosse monitorado 24 horas por seguranças, submetido a prisão domiciliar e que ficasse sem contato com alegadas vítimas ou testemunhas.
Combs teve a fiança negada três vezes desde sua prisão, com múltiplos juízes citando o risco de que ele possa intimidar testemunhas. O rapper e produtor musical se declarou inocente em 17 de setembro das acusações de que usou seu império empresarial, incluindo sua gravadora Bad Boy Entertainment, para abusar sexualmente de mulheres.
Em uma audiência perante o juiz distrital Arun Subramanian em Manhattan, a promotora Christine Slavik disse que mesmo atrás das grades no Centro de Detenção Metropolitano, Combs havia se comunicado com seus advogados por canais não autorizados e tentado realizar uma campanha nas redes sociais para influenciar possíveis jurados.
"O réu demonstrou que não pode ou não vai seguir regras", disse Slavik. "Simplesmente, não podemos confiar no réu."
O advogado de defesa Marc Agnifilo contestou a alegação dos promotores de que um vídeo de vigilância de um hotel em 2016, que mostrava Combs agredindo a ex-namorada Casandra Ventura, conhecida como Cassie, mostrava que havia o risco de ele agir com violência se fosse libertado.
"Há zero por cento de chance de isso acontecer", disse Agnifilo.
Combs pediu desculpas este ano depois que a CNN divulgou o vídeo que o mostrava chutando, empurrando e arrastando Cassie em um corredor de hotel. Agnifilo disse que nunca negou o incidente, mas disse que o vídeo não era prova de tráfico sexual.
"Nossa defesa em relação a essas acusações é que esse foi um relacionamento tóxico e amoroso de 11 anos", disse Agnifilo ao tribunal.
Ao ser conduzido para a audiência por policiais, Combs, vestindo uma roupa da prisão, mandou beijos para sua família sentada na segunda fileira.
(Reportagem de Luc Cohen em Nova York)