Você nem imagina, mas esses fatores podem estar atrapalhando o seu orgasmo
Entrar no clima através de uma sessão prolongada e excitante de preliminares nem sempre é o suficiente atingir o pico do prazer. É claro que o astral do dia e a conexão com o par também influenciam nas chances de ter um orgasmo. Porém, existem alguns fatores que, provavelmente, muitas mulheres têm deixado de prestar atenção - e que estão longe dos lençóis.
A seguir, descubra nove fatores que podem estar atrapalhando seu orgasmo.
1. Dificuldade de viver o presente
Preocupações com o trabalho, as tarefas domésticas, os filhos e os boletos costumam impedir a mente de relaxar na hora do sexo, afetando também a resposta ao contato físico. Para piorar, a pandemia do coronavírus e as consequentes incertezas em relação ao futuro fez com muita gente mergulhasse de cabeça num mar de medo de ansiedade, dificultando a entrega sexual. É importante aprender a separar o que você pode ou não controlar e o que consegue ou não resolver em determinados momentos. Focar no momento em que está com o parceiro, deixando de lado distrações ou angústias, é o caminho ideal para se envolver realmente com a experiência e, assim, obter o prazer que merece.
2. Baixa autoestima sexual
Sabe qual a sua principal representação? As comparações. Achar que as amigas são mais experientes e soltas na cama, imaginar o que o parceiro fazia com a ex (que devia ser super gostosa) na cama, buscar uma performance arrasadora digna de estrela pornô e idealizar uma noite quente como a cena tórrida daquele filme que já viu cem vezes são atitudes improdutivas que só sabotam a sua sexualidade ao jogar luz sobre os outros e não nas suas necessidades. Abstraia esse tipo de insegurança se quiser ser feliz no sexo.
3. Falta de comunicação com o par
Intimidade física é bem diferente de ter uma conexão sexual real com o parceiro. Se você evita, por algum motivo, expor incômodos, abrir o jogo sobre o que gosta e revelar fantasias e desejos, em algum nível é possível que venha encarando o sexo como uma experiência frustrante, o que pode prejudicar suas chances de gozar. Estar à vontade durante a relação sexual, sem ter vergonha e expressando o que curte ou não ao parceiro é fundamental.
4. Desconhecimento do próprio corpo
Por mais que o sexo venha sendo tratado com mais naturalidade, não é toda mulher que lida bem com a masturbação. No entanto, ela é uma ferramenta importante para conhecer o próprio corpo, incluindo cada partezinha da sua anatomia íntima, e identificar quais são os seus pontos sensíveis ao estímulo e que tipo e ritmo de toque provoca prazer. Aventure-se nessa jornada, de preferência com um pequeno espelho diante da vulva, e aprenda mais sobre si mesma.
5. Crenças limitantes
Experiências de repressão sexual na infância - como receber um castigo por ter sido pega se masturbando -, educação conservadora e certas convicções religiosas podem levar uma mulher a acreditar que o seu corpo é sujo e que a livre expressão na cama é "coisa de vagabunda". O orgasmo é uma entrega total dos sentidos à vivência do prazer, mas ideias restritivas e preconceituosas em relação ao sexo podem impedir a mulher de se jogar de cabeça na transa, dificultando o clímax.
6. Focar apenas no clímax
"Será que agora eu vou gozar?", "dessa vez eu chego lá?", " o que há de errado comigo?"... Essas e outras dúvidas semelhantes são típicas de uma mente feminina tensa e estressada, que concentra todas as suas energias no fim da experiência e não no caminho. Tanta ansiedade faz mal, porque afeta as sensações, e podem surtir justamente o efeito contrário ao desejado. Se quer obter prazer, se concentre em todo o percurso - que pode, obviamente, ser gostoso - em vez de ficar angustiada com a expectativa de ter ou não um orgasmo.
7. Superestimar como é um orgasmo
Cada mulher reage de um jeito e que um orgasmo nunca é igual ao outro. Algumas gritam, mordem e se contraem, enquanto outras apenas suspiram e sorriem. Há orgasmos que dão "choquinhos", alguns que esquentam todo o corpo, outros amolecem... A duração também é variável. Querer adotar parâmetros é restringir a própria experiência.
8. Estimular o clitóris de forma inadequada
Não importa a maneira: dedos, sex toys, língua do parceiro... Receber uma carícia diretamente na cabecinha do clitóris, sem nenhum tipo de preparação prévia, pode ser dolorido e atrapalhar a mulher na hora de entrar no clima. O clitóris é a parte mais sensível do corpo feminino, por isso deve ser explorado com cuidado, primeiro nas laterais, devagarinho. À medida que a mulher for ficando excitada e lubrificada, o estímulo pode ir ganhando um pouco mais de vigor - mas, ainda assim, com cautela.
9. Negligenciar consultas médicas de rotina
Distúrbios hormonais, doenças neurológicas e certos medicamentos podem afetar a libido e, consequentemente, o prazer. É importante manter uma rotina de exames e check-ups em dia para que qualquer alteração seja diagnosticada e tratada o quanto antes. Além disso, consultas frequentes ao ginecologista também podem revelar as razões por trás de dores na penetração, conduzindo à necessidade ou não de procurar a ajuda de um terapeuta sexual.
Fontes: Arnaldo Barbieri Filho, psiquiatra, sexólogo e diretor do IES (Instituto de Estudos da Sexualidade); Erica Mantelli, ginecologista, obstetra e especialista em saúde sexual; Livia Marques, psicóloga; e Roberta Ribeiro, especialista em infectologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e instrutora de Mindfulness pela Escola Médica da Universidade de Massachusetts (EUA)
*Com matéria publicada em 09/06/2020