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Injustiça e resistência: filme expõe ciúme de irmãos em fuga da guerra

do UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

21/11/2024 12h00

Baseado na obra homônima de Milton Hatoum, "Retrato de um Certo Oriente" (Marcelo Gomes) tem sido aplaudido em mostrar como o Festival do Rio e chega às telas de cinema nesta quinta-feira (21).

O longa acompanha a fuga de dois irmãos libaneses de seu país, que descobrem a floresta amazônica nos anos 1940 —retratando toda a injustiça e resiliência dessa jornada.

É um filme de pessoas que estão desterradas, procurando seu lugar no mundo. "Na história, Oafa se apaixona por um mercador, que é muçulmano, mas o irmão não aceita esse amor. Já no Amazonas, eles se deparam com os indígenas, brasileiros que também foram desprovidos de sua terra", diz Flavia Guerra.

Acima de tudo, esta é uma história de amor, garante a jornalista. "É por isso que fiquei tão apaixonada: porque é uma história de amor linda, filmada em branco e preto. Uma fotografia que deixa a floresta estar presente, mas também traz o passado."

Boicote a "Ainda Estou Aqui" é vergonhoso e ignorante --e não funciona

Apesar das campanhas de boicote, "Ainda Estou Aqui" tem lotado salas de cinema brasileiras e sido sucesso de bilheteria como há muito não se via.

O filme que retrata a família de Eunice Paiva na ditadura militar atraiu críticas da extrema direita, que o classificam como "campanha política". " A pessoa que diz isso nem viu o filme, mal viu o trailer", dispara Flavia Guerra. É um filme sobre uma questão de família, um Estado déspota que leva um pai de família e nunca mais dá um mínimo de satisfação. Isso não tem a ver com ser direita ou esquerda, tem a ver com direitos básicos de qualquer cidadão."

Não é possível que alguém vai boicotar um filme sobre um assunto tão crucial, um filme lindo que é drama de uma família. Se a pessoa assistir ao filme, vai falar: 'Nossa, que vergonha de eu ter falado isso'. Flavia Guerra

Para a jornalista, não se trata de um filme "panfletário", e a campanha de boicote é "surreal" —e não tem surtido qualquer efeito. "Esses que estão fazendo a campanha do boicote são pessoas que não vão ao cinema, não prestigiam o cinema brasileiro, não sabem dizer nem dez nomes de filmes brasileiros", acrescenta Vitor Búrigo.

É um boicote tão vergonhoso que chega a ser engraçado. É cômica a ignorância dessas pessoas pedindo o boicote a um filme por questões políticas. Não está funcionando, como muitas coisas que vocês tentam boicotar, não funcionam. 'Ainda Estou Aqui' fez um milhão de espectadores em duas semanas, e vai fazer muito mais. Vitor Búrigo

"Wicked" pode ser um grande acerto no cinema

Um verdadeiro "marco" na vida de muitas pessoas, a história do Mágico de Oz ganha um novo spin-off sobre a "história não contada das bruxas". "Wicked", que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (21), com Ariana Grande e Cynthia Erivo.

A história parte do musical da Broadway, e segundo Flavia Guerra, se tornou o "spin-off mais bem-sucedido da história". "É um filme de origem", diz. "Ariana Grande está perfeita de Glinda. Eu fiquei com medo —'será que vai ficar meio afetada? A voz dela não é exatamente como o musical'—, mas ela está perfeita, as duas maravilhosas. O elenco está incrível".

Adorei a versão dublada e a versão original com as vozes. Está tudo no tempo, tudo maravilhoso, não tem barriga. Eu não sou aquela fã incondicional de musical —o musical tem que me ganhar. E esse ganha, e ganha muito. Está tudo direitinho, encaixadinho, desafiando a gravidade. Todos os pontos estão lá. É "fan service" de primeira categoria, mas para quem não é fã também funciona demais. E quem não é fã ainda vai se apaixonar de certeza. Flavia Guerra

No Brasil, as atrizes do musical de teatro são quem dublam as vozes nas atrizes norte-americanas no cinema. Segundo Fabi Bang, atriz e dubladora, o cinema as ajuda a ter "mais intimidade" com o público. "O espectador está diante daquela tela onde o personagem se aproxima dele."

Quando estamos no teatro, a gente precisa fazer com que o nosso tamanho espacial consiga alcançar um público que às vezes está sentado a 30 metros de distância, lá em cima do balcão. As emoções precisam chegar muito longe, a gente não tem a intimidade que o cinema tem. Fabi Bang

  • Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.

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