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Oásis revela cidade oculta e avançada de 4.400 anos na Arábia Saudita

Reconstrução virtual em 3D de al-Natah - CC BY AFALULA-RCU-CNRS, 2024
Reconstrução virtual em 3D de al-Natah Imagem: CC BY AFALULA-RCU-CNRS, 2024
do UOL

Colaboração para Nossa

20/11/2024 05h30

Pesquisadores descobriram evidências de uma antiga cidade, fundada por volta do ano 2.400 a.C, em um oásis na atual Arábia Saudita.

Segundo um artigo publicado pela revista científica PLOS One, os vestígios da cidade estavam ocultos em uma região fértil, o oásis de Khaybar, cercada por desertos no noroeste da Península Arábica.

A pesquisa, que teve início em 2020 e vai terminar no fim deste ano, é liderada pelo arqueólogo francês Guillaume Charloux.

A descoberta da antiga cidade, chamada al-Natah, faz crescer a evidência de uma transição histórica de sociedades nômades para um estilo de vida urbano.

O ponto de partida da pesquisa foi a identificação de um muro de 14,5 km de extensão com até cinco metros de altura em Tayma, ao norte de Khaybar. Ele delimitava a cidade e sugeria a existência de uma sociedade organizada.

Local de Al-Natah no oásis de Khaybar - Reprodução/Plos One - Reprodução/Plos One
Local de Al-Natah no oásis de Khaybar
Imagem: Reprodução/Plos One

Acredita-se que ela tenha sido fundada no início da Idade do Bronze e abrigava cerca de 500 habitantes.

Segundo os pesquisadores, fundações e sepultamentos evidenciam uma civilização organizada e avançada. As escavações revelaram fundações sólidas, correspondentes a cerca de 50 casas, distribuídas por uma área de aproximadamente 2,6 hectares. Essas bases eram adequadas para construções de um ou dois andares.

Mapa de al-Natah, com planta das características arquitetônicas identificadas na superfície - Reprodução/Plos One - Reprodução/Plos One
Mapa de al-Natah, com planta das características arquitetônicas identificadas na superfície
Imagem: Reprodução/Plos One

Já as tumbas continham armas de metal e pedras preciosas. E os fragmentos de cerâmica também sugerem uma estrutura social relativamente igualitária, com utensílios simples, mas bem elaborados.

As razões pelas quais a cidade foi abandonada, no entanto, são um mistério. Al-Natah foi deixada em algum momento entre os anos 1500 e 1300 a.C., mas os pesquisadores não têm certeza de por que isso aconteceu.

"É uma questão pertinente que eu realmente não posso responder no momento", disse Charloux, ao Live Science. "Temos muito poucas pistas sobre a última fase da ocupação."

Historicamente, a região era vista como um deserto estéril, habitado por nômades e com poucos vestígios de assentamentos, como cemitérios dispersos.

Rochas basálticas ajudaram a proteger o sítio de escavações ilegais, mas imagens aéreas mostraram caminhos e fundações onde era possível escavar para fins científicos.

Uma torre na muralha ao sul do sítio de al-Natah - Reprodução/Plos One - Reprodução/Plos One
Uma torre na muralha ao sul do sítio de al-Natah
Imagem: Reprodução/Plos One

Charloux explicou que a descoberta "desafia a visão tradicional" sobre o tema.

Embora al-Natah seja modesta em comparação com as grandes civilizações como a da Mesopotâmia ou do Egito, ela representa um modelo único de urbanização adaptado às condições desérticas do noroeste da Arábia.

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