Juntas Festival: 'Autodescoberta da beleza é um processo diário', diz Bielo
Nesta sexta-feira (15) o Juntas Festival movimentou o Parque Villa Lobos, em São Paulo, com uma série de conversas super inspiradoras sobre questões fundamentais para a vida das mulheres. A convite de L'Oréal, Universa acompanhou o evento que reuniu potências para falar sobre vida profissional, beleza, autocuidado e maternidade.
Beleza e o autocuidado como ato de poder
Com o oferecimento de L'Oréal e sua marca La Roche-Posay, a jornalista Érica Imenes mediou o talk sobre o poder transformador da beleza e do autocuidado. Ela destacou como o mercado mudou nos últimos dez anos para acolher e reconhecer os diferentes tipos de corpos.
Para o papo, ela recebeu Lívia Ferreira, analista de pesquisa e inovação do Grupo L'Oréal América Latina, Sarah Aline, psicóloga e influenciadora, e Bielo Pereira, apresentadora e influenciadora. A beleza, para elas, transcende a estética ao fortalecer a identidade, o que também a torna uma estratégia super poderosa para driblar as barreiras sociais.
"Entender a beleza exigiu uma separação do que era minha crença sobre mim e do que vinha do outro. Estar com outras mulheres negras me ajuda a fazer essa renovação", disse Sarah Aline, que também ressaltou como o autoconhecimento que surge desse processo é importante para se fortalecer enquanto indivíduo.
Quando a gente olha para a própria beleza, consegue reconhecer a beleza no outro também. O que você escolhe para si tem que ser de dentro pra fora, não o que os outros estão apontando. A autodescoberta da beleza é um processo diário quando vou entendendo o meu corpo, que é um corpo gordo, preto e trans.Bielo Pereira
Já Lívia Ferreira reforçou como hoje é possível que mulheres com diferentes tipos de beleza se reconheçam no mercado e sejam atendidas. "A gente que vivenciou os anos 1990, lembra que não se via, não tinha um real apoio para a nossa pele e nem o nosso cabelo", disse.
"O mercado vem se aproximando cada vez mais dessa mudança. E eu sou uma cientista negra na maior empresa de beleza que existe. Acordo e penso que preciso fazer um produto que minha mãe vai amar, e se ela amar, vai servir para muita gente", afirmou.
Ressignificando trajetórias
O talk sobre a descoberta de novos caminhos na vida e na profissão reuniu diferentes perspectivas para falar de empoderamento e desconstrução de estereótipos. O bate-papo contou com a mediação da comunicadora e stylist Van Nobre, que frisou como os obstáculos sociais muitas vezes impedem as pessoas de sonharem com novas possibilidades de sucesso.
A cantora Assucena contou dos medos que sentiu ao decidir sair do grupo "As Bahias e a Cozinha Mineira" e seguir carreira individual. Ela também falou sobre descobrir novas habilidades ao ingressar na carreira de atriz e como estar no teatro foi uma oportunidade para aprender mais sobre ela mesma.
"Numa trajetória solo, os ônus e os bônus são seus", ela disse. "Todo ato de coragem vai doer além da dor. Mudar é desconfortável, sim. É desafiador, não vai ser simples, mas é gratificante. A coisa mais feliz do mundo para mim é estar no palco."
Já Rachell Brasil contou da virada que viveu quando decidiu parar a carreira de mais de 20 anos como gestora pública e assistente social para se dedicar apenas à Lerato Social, onde é CEO e diretora criativa.
"Foi difícil e doloroso escolher mudar, principalmente em relação ao dinheiro. Eu vinha de um processo em que minha renda fixa era alta, e quando eu decidi me dedicar somente à Lerato foi desafiador. Mas vale a pena porque você vai trabalhar para você e para aquilo em que acredita, para os seus sonhos. Hoje estou feliz pelo que estou fazendo", disse.
A comunicadora Audrey Perondi falou sobre os medos e as dúvidas que enfrentou quando decidiu mudar de carreira, deixando de lado a advocacia para seguir na comunicação.
"No meio da faculdade, entendi que não era isso o que eu queria", contou. "Aos poucos, fui tendo espaço para entender que o que eu realmente gosto é trabalhar com marketing e comunicação. A palavra é coragem e esperança. Um dia vai ser ruim, o outro também, mas uma hora vai dar certo se você tiver resiliência e amar o que está fazendo."