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Irmã gerou meu filho: 'Não senti chutar barriga, mas verei chutar a bola'

De Universa

09/11/2024 05h30

Sem o útero desde a adolescência, a assistente de juiz Renata Pereira Sena se tornou mãe após realizar duas tentativas de fertilizações in vitro e usar a barriga solidária de uma de suas irmãs - o procedimento foi feito com os óvulos de Renata e o esperma do seu marido.

Segundo Renata, a gestação uniu ainda mais ela e a irmã que se encontravam com frequência por causa dos exames e das consultas durante o pré-natal. "Eu conversava [com o bebê], passava a mão na barriga dela. Meu marido ficava meio constrangido [...]. Foram nove meses de muita união e felicidade", revela à apresentadora Mariana Kupfer, no programa AMAR, em parceria com Materna, a newsletter e editoria de Universa.

Renata diz que, apesar de sua irmã gestar Henrique, ela sempre teve consciência de que o filho não era dela.

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Foram muitos anos de conversa. Quando a gente falava sobre isso, ela sempre entendeu que aquele neném não era dela. Na sala de parto, quando a gente pegou o Henrique e foi mostrar para ela, ela falou assim: 'Eu guardei você até agora. Agora seus pais vão cuidar de você'.Renata Pereira Sena

De acordo com Renata, a irmã teve alguns desafios após o nascimento do bebê. Ela chegou a amamentar o sobrinho na primeira semana de vida, mas depois ele iniciou o uso de fórmula por recomendação médica.

"Uma coisa é a razão, você entender que aquele neném não é seu, o seu emocional é outro. Ela teve desafios depois do pós-parto, acho que principalmente quando ela tomou remédio para secar o leite. Tinha tanta coisa acontecendo na vida dela além daquilo, as filhas adolescentes, o casamento, acho que meio que juntou tudo naquele momento".

Como é a relação na família

Renata conta que a relação de Henrique e de sua irmã é de tia e sobrinho e que o menino tem uma ligação muito forte com as primas. "Como ele ficou na barriga da minha irmã, ele ouvia muito a voz delas [das primas]. Quando ele ouve a voz delas, ele sorri, quer vê-las, quer brincar com elas. Ele vê nelas duas irmãs mais velhas. Elas falam que são primas-irmãs dele".

Questionada pela apresentadora Mariana Kupfer se pretende contar ao filho que ele foi gestado pela barriga solidária de sua irmã, ela afirma que sim. "Com certeza é a realidade dele, ele tem que sentir orgulho da tia".

Após viver essa experiência, Renata diz que a maternidade transcende a gestação.

Não vou sentir o bebê chutar na minha barriga, mas vou ver o prazer dele em chutar uma bola. Às vezes, quando ele cai e se machuca, ele vem no meu colo para ter todo aquele afago, carinho e conforto. Isso é a maternidade.Renata Pereira Sena

A história de Renata Pereira Sena, da irmã e do filho é uma parceria entre Materna, a editoria e newsletter de Universa, e o programa AMAR, criando um espaço seguro e acolhedor para mães compartilharem histórias do seu maternar.

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